Será que você acerta o placar Apostar na Betnacional PUBLICIDADE

Home Futebol Grande virtude do envolvente e intenso Red Bull Bragantino é não abrir mão do ataque; entenda

Grande virtude do envolvente e intenso Red Bull Bragantino é não abrir mão do ataque; entenda

Luiz Ferreira analisa a vitória dos comandados de Maurício Barbieri sobre o Ceará em plena Arena Castelão

Por Luiz Ferreira em 18/01/2021 01:53 - Atualizado há 3 anos

Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

Luiz Ferreira analisa a vitória dos comandados de Maurício Barbieri sobre o Ceará em plena Arena Castelão

Este colunista já escreveu mais de uma vez que existem alguns treinadores que contam com uma certa dose de paciência da imprensa e outros que não tem tanta “grife”. Um dos que se encaixam nesse último caso é o jovem e cada vez mais promissor Maurício Barbieri. A vitória por 2 a 1 sobre o Ceará neste domingo (17) não só colocou o Red Bull Bragantino na zona de classificação para a próxima edição da Copa Sul-Americana. O futebol apresentado pelo Massa Bruta diante da ótima equipe de Guto Ferreira nos mostrou que um dos grandes méritos da equipe do interior de São Paulo é a predileção pelo ataque. Tudo é feito de maneira organizada, coordenada e com muita intensidade nas trocas de passe. E quando a mídia especializada fala tanto em futebol ofensivo e no valor dos treinadores brasileiros, o trabalho de Maurício Barbieri quase não é mencionado nas mesas de debate. Difícil entender.

É preciso dizer que a partida foi extremamente movimentada na Arena Castelão. Maurício Barbieri apostou no seu usual 4-3-3 que encurtava espaços e ocupava o campo de ataque com Helinho e Artur pelos lados do campo e Ytalo como referência móvel mais à frente. Do outro lado, Guto Ferreira (outro treinador que merece muito mais crédito por parte da imprensa esportiva) apostava no seu costumeiro 4-2-3-1 com Vina comandando as ações no meio-campo e uma postura um pouco mais reativa. Só que era o Bragantino quem criava mais chances de gol através da troca de passes e da intensidade nas transições para o ataque. E também nas jogadas de bola parada. Não foi por acaso que Richard teve que trabalhar duas vezes na primeira etapa. O Massa Bruta ocupava bem os espaços e concedia pouco para o igualmente organizado escrete do Ceará que colocou uma bola no travessão com o zagueiro Tiago Pagnussat.

O Red Bull Bragantino atacava ocupando bem os espaços e concedia pouco na defesa através do 4-3-3 proposto por Maurício Barbieri. Do outro lado, Guto Ferreira apostava no seu conhecido 4-2-3-1 e numa postura um pouco mais reativa e que tentava acelerar o jogo assim que o Ceará recuperava a bola no seu campo.

Se o Bragantino ocupava bem o campo de ataque e tinha muito volume de jogo, o mesmo deve ser dito do Ceará. Mesmo com menos posse de bola (64% do Massa Bruta contra 36% do Vozão), os comandados de Guto Ferreira criaram problemas para o goleiro Cleiton em vários momentos. O SofaScore (ver os números completos no tweet abaixo) aponta 12 finalizações da equipe (três no alvo) da casa contra 15 do escrete de Maurício Barbieri (sete no alvo). Mesmo sem ter tanto a bola, o Ceará tentou colocar intensidade nas suas transições para se impor na partida. Exatamente como fez contra o Flamengo no último final de semana. O grande X da questão é que, ao contrário do time de Rogério Ceni, o Bragantino concedia muito pouco e mantinha a bola no ataque com a sua última linha jogando quase no meio-campo e tirando o espaço dos atacantes do Vozão. Ótimo duelo tático na Arena Castelão.

O segundo tempo começou com o Bragantino abrindo o placar com Claudinho convertendo penalidade sofrida por Artur aos dez minutos. O Ceará ainda obrigou o goleiro Cleiton a trabalhar num chute de Léo Ortiz antes de empatar a partida também em cobrança de pênalti (convertida por Vinícius Lima). Mesmo assim, o Massa Bruta seguia a filosofia de Maurício Barbieri: seguir atacando e mantendo a organização ofensiva. As entradas de Bruno Tubarão, Ramires (ex-jogador do Bahia) e Jan Hurtado ajudaram a equipe de Bragança Paulista a continuar com a mesma intensidade nos minutos finais da partida ao mesmo tempo em que Guto Ferreira também fazia modificações no Ceará. O gol da vitória do escrete de Maurício Barbieri saiu de um novo pênalti nascido de jogada de Claudinho (e do toque no braço de William Oliveira) e convertida pelo mesmo camisa 10 (o melhor em campo na opinião deste que escreve).

Maurício Barbieri trocou jogadores, mas manteve o seu 4-3-3 básico e viu o Red Bull Bragantino conquistar vitória importante com Claudinho convertendo penalidade nos acréscimos da partida. E a impressão que ficou foi a de que o Ceará cansou no final do segundo tempo e acabou concedendo espaços demais no seu campo.

Enquanto as equipes da parte de baixo da tabela do Brasileirão seguem tropeçando, o Bragantino vai acumulando pontos e entrando na zona de classificação para a próxima edição da Copa Sul-Americana. É bem verdade que a equipe ainda precisa de ajustes e que a multinacional que agora custeia os gastos do Massa Bruta ainda precisa de uma melhor compreensão do futebol brasileiro (não esperem algo nos moldes do RB Leipzig pelo menos por enquanto). O ponto aqui é notar como um jovem treinador conseguiu colocar seus conceitos em prática com tempo e condições de trabalho. Se Guto Ferreira precisa realmente ser levado mais a sério, o mesmo deve ser dito de Maurício Barbieri. O comandante do Bragantino já havia mostrado seu valor no Flamengo em 2018, mas acabou sendo engolido pela crise e pela forte “corneta” nos bastidores. A boa campanha da sua equipe no Brasileirão não é obra do acaso.

É bem verdade que ainda existe muita coisa em jogo na competição mais importante do futebol brasileiro. Tanto o Ceará como o RB Bragantino podem chegar mais longe do que muita gente pensa. O rebaixamento já não é um perigo tão real para as duas equipes. Ou seja, há espaço para um crescimento de produção. Principalmente da equipe comandada por Maurício Barbieri. Apostar numa filosofia ofensiva é para poucos.

CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:

Que tal começarmos a valorizar mais o trabalho de Vagner Mancini à frente do Corinthians?

Intensidade e consistência foram os trunfos do Remo de Paulo Bonamigo na vitória sobre o Paysandu; entenda

Exit mobile version