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Palmeiras mostra que teve mais sorte do que juízo em outra atuação bem abaixo do esperado

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate com o Libertad em jogo válido pelas quartas de final da Libertadores

Por Luiz Ferreira em 09/12/2020 00:53 - Atualizado há 3 anos

César Greco / SE Palmeiras

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate com o Libertad em jogo válido pelas quartas de final da Libertadores

Este que escreve tem plena noção dos problemas enfrentados pelo técnico Abel Ferreira na montagem do Palmeiras para a partida desta terça-feira (8). Felipe Melo, Wesley, Luan Silva, Luiz Adriano e Patrick de Paula estão entregues ao departamento médico. Marcos Rocha ensaia seu retorno aos gramados depois de contrair a COVID-19. E o próprio treinador português segue em isolamento por conta do diagnóstico positivo para a doença. No entanto, o que eu e você vimos no Defensores del Chaco foi uma equipe que executou muito mal as ideias de Abel Ferreira. Fosse o Libertad mais feliz nas conclusões a gol, as coisas poderiam ter ficado ainda mais complicadas para o Palmeiras. Seja como for, o empate em 1 a 1 conquistado em Assunção dá ao Verdão uma ótima vantagem para a partida de volta. E principalmente tempo para que a comissão técnica corrija os problemas da equipe alviverde.

A ideia de Abel Ferreira não era ruim: explorar a velocidade de Rony à frente de Gabriel Verón, Raphael Veiga e Gustavo Scarpa no 4-2-3-1 inicial do Palmeiras. A equipe paulista até conseguia manter a posse da bola, mas criava pouco e pecava demais pela lentidão nas suas transições. O Libertad, por sua vez, acelerava as jogadas (principalmente no lado direito de ataque com Bareiro e Iván Ramírez explorando as subidas de Viña ao ataque) e chegava sempre com perigo na área defendida por Weverton. Foram três chances claras de gol (incluindo um chute na trave do camisa 20 do escrete paraguaio) até Gustavo Gómez abrir o placar aos 38 minutos do primeiro tempo na jogada de bola parada que descomplica as coisas no futebol desde os tempos de Fergus Suter. Mesmo assim, o Palmeiras foi para o intervalo devendo uma atuação mais consistente. O desempenho coletivo não era nada bom.

Rony foi o jogador mais avançado no 4-2-3-1 inicial do Palmeiras. A equipe paulista sofria com a lentidão nas transições e com a velocidade do Libertad nos contra-ataques quase sempre Às costas de Viña. Os comandados de Abel Ferreira só conseguiram respirar quando Gustavo Gómez marcou de cabeça no final do primeiro tempo.

O Palmeiras seguiu jogando mal após o intervalo. Além de não explorar os espaços que apareceram na intermediária do Libertad, a equipe alviverde também sofria com a arbitragem do argentino Fernando Rapallini. Além de não ter marcado pênalti altamente discutível de Cardozo em cima de Rony (ainda na primeira etapa), o VAR simplesmente ignorou agressão de Cáceres em Raphael Veiga no segundo tempo. No entanto, por mais que tenha razões de sobra para reclamar dos “homens do apito”, o Palmeiras seguia muito mal em campo e falhando em lances cruciais. Como no lance do gol marcado por Espinoza. Weverton saiu mal demais e todo o sistema defensivo do escrete comandado por Abel Ferreira simplesmente ficou olhando Bareiro colocar a bola na cabeça do companheiro de equipe dentro da área. A equipe parecia desligada, dispersa e vivendo apenas dos contra-ataques e das bolas paradas.

Só que o Libertad diminuiu o ritmo depois do gol e permitiu que o Palmeiras passasse a tocar mais a bola. A entrada de Emerson Santos e Lucas Lima nos lugares de Zé Rafael e Raphael Veiga rearrumaram a equipe num 4-1-4-1 de mais posse de bola e volume de jogo. O já citado camisa 20, Danilo e Gabriel Menino obrigaram Martín Silva a trabalhar em três oportunidades, mas o ímpeto palmeirense não passou disso. O Libertad, por sua vez, tentava chegar ao gol da virada na base do “abafa”, sem muita organização ofensiva e também não conseguia criar muita coisa. Mas a prova de que o Palmeiras teve mais sorte do que desempenho (e juízo) aconteceu depois que Lucas Lima recebeu um segundo cartão amarelo bobo aos 50 minutos. E ainda haveria tempo para Espinoza carimbar a trave esquerda de Weverton em falta cobrada da entrada da área. Resultado justo. Mas a atuação preocupa bastante.

O Palmeiras melhorou sua atuação com as entradas de Emerson Santos, Lucas Lima e Willian Bigode além da mudança para o 4-1-4-1 logo depois de sofrer o gol de empate. Mesmo assim, o time paulista ficou devendo uma atuação mais consistente diante de um adversário sem tantas alternativas. Lucas Lima ainda seria expulso nos minutos finais.

Apesar do desempenho ruim (o segundo seguido) provocado pelos desfalques e inúmeros problemas extracampo, a tendência é que o Palmeiras conquiste a sua classificação para as semifinais da Libertadores. Ainda mais com a vantagem do gol qualificado e com a possibilidade de poder empatar sem gols dentro de seus domínios. Por outro lado, é preciso salientar mais uma vez que a equipe pode se complicar de verdade se continuar brincando com a sorte. Há como se entregar mais dentro de campo do que simplesmente depender de bolas aéreas e contra-ataques. Não que o time esteja mal treinado. Muito pelo contrário. Todas as ideias de Abel Ferreira estão lá. O grande problema estava na execução de cada uma delas. O desempenho só melhorou quando Emerson Santos entrou e povoou mais o meio-campo, liberando Danilo para subir para o ataque. Mesmo assim, a partida do Palmeiras foi bem ruim.

É lógico que o escrete alviverde pode jogar muito mais do que jogou contra Santos e Libertad. Diante das circunstâncias envolvidas no jogo, o resultado foi excelente para as pretensões palmeirenses na Libertadores. Ainda mais com seu adversário desperdiçando tantas chances claras de balançar as redes. Há quem veja a tal “sorte de campeão”. Este que escreve, no entanto, prefere manter a cautela.

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