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Internacional sofre com a falta de sorte (e de ideias) diante de um Boca Juniros concentrado e organizado; entenda

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a derrota dos comandados de Abel Braga em pleno Beira-Rio nesta quarta-feira (2)

Por Luiz Ferreira em 03/12/2020 01:16 - Atualizado há 3 anos

Ricardo Duarte / SC Internacional

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a derrota dos comandados de Abel Braga em pleno Beira-Rio nesta quarta-feira (2)

Difícil não concluir que a má fase do Internacional tem relação direta com a saída repentina (e conturbada) de Eduardo Coudet e a chegada de Abel Braga. Já utilizamos este mesmo espaço para tratar dos desafios que o treinador campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006 tinha pela frente nessa sua nova passagem pelo Beira-Rio. No entanto, mesmo tendo perfeita noção de que os dois técnicos citados anteriormente possuem linhas de trabalho completamente diferentes, é preciso dizer que o Inter de Abelão sofre demais com a falta de ideias e de um padrão de jogo mais definido e consistente. A maior prova disso foi a derrota para o organizado e aplicado time do Boca Juniors dentro de casa nesta quarta-feira (2) numa noite chuvosa em Porto Alegre. O contexto não é favorável a Abel Braga e sua comissão técnica. Mas é praticamente impossível notar alguma melhora na equipe colorada.

É bem verdade que o Internacional criou chances de gol. De acordo com o SofaScore, o escrete de Abelão finalizou 12 vezes a gol, mas acertou o gol de Andrada apenas uma única vez. Muito pouco para quem desejava ditar o ritmo da partida explorando os lados do campo e tentando povoar a intermediária do Boca Juniors. D’Alessandro iniciou a partida como uma espécie de “enganche” num 4-3-1-2, mas foi jogar pela direita depois dos 20 minutos do primeiro tempo no 4-4-2/4-2-4 costumeiro de Abel Braga (que não estava à beira do gramado por ter testado positivo para a COVID-19). Leomir bem que tentava organizar o escrete colorado, mas viu sua equipe desperdiçar chances claras de gol e tomar as piores decisões possíveis quando conseguia entrar na área xeneize. Yuri Alberto parecia perdido jogando mais à esquerda e Thiago Galhardo teve outra atuação abaixo da média.

O Internacional começou a partida num 4-3-1-2, mas logo mudou para o costumeiro 4-4-2/4-2-4 de Abel Braga com D’Alessandro jogando mais aberto pela direita. Já o Boca Juniors fechava espaços e explorava bem os lados do campo com as subidas de Salvio e Villa às costas de Heitor e Uendel.

Há que se destacar também que as transições defensivas do Internacional estavam péssimas (problema notado também no Vasco e no Cruzeiro comandado por Abel Braga). Foi exatamente por isso que o técnico Miguel Ángel Russo apostou num 4-1-4-1 que marcava em bloco mais baixo para explorar os espaços às costas dos laterais Heitor e Uendel. Ao mesmo tempo, a formação escolhida pelo veterano treinador também esvaziou o meio-campo e enfraqueceu o seu sistema defensivo, já que D’Alessandro não conseguia acompanhar as subidas de Fabra pelo lado direito. Leomir poderia ter mantido o camisa 10 colorado por mais tempo em campo e apostado na entrada de Marcos Guilherme no lugar de Yuri Alberto no mesmo 4-4-/4-2-4 e liberando D’Ale de qualquer obrigação defensiva, mas preferiu sacar o único jogador com capacidade de pensar o jogo. Maurício entrou após o intervalo e pouco acrescentou.

O Boca Juniors aproveitou bem esse “deserto de ideias” do Internacional para marcar o único gol da partida com Tévez completando boa jogada de Salvio. Zé Gabriel, inclusive, teve participação decisiva ao hesitar e permitir que o camisa 11 xeneize recuperasse a bola dentro da área colorada. Na comemoração, a justa e bela homenagem a Maradona que a arbitragem (muito por conta da insensibilidade da Conmebol) resolveu punir com cartão amarelo. Leomir sacou Yuri Alberto e Rodrigo Lindoso para as entradas de Leandro Fernández e Nonato, mas o panorama não mudou no Beira-Rio: o Boca Juniors sempre esteve mais perto de marcar o segundo gol do que o Internacional de empatar o jogo. Ainda mais com tantos espaços concedidos entre o meio-campo e a última linha defensiva. Acabou que o resultado premiou a equipe que melhor se organizou e que melhor conseguiu se adaptar ao contexto da partida.

O Boca Juniors manteve seu 4-1-4-1 no segundo tempo e viu Zé Gabriel falhar no único gol da partida. Leandro Fernández e Nonato entraram no decorrer do jogo, mas pouco acrescentaram diante de uma equipe consistente e organizada. Ainda haveria tempo para Jara e Soldano entrarem nos lugares de Cardona e Tévez.

Os jogadores do Internacional deixaram o campo reclamando da arbitragem e lamentando as chances perdidas. Impossível não notar também a falta de sorte com a falta bem cobrada por Lenadro Fernández que explodiu na trave e com o gol inacreditavelmente perdido por Rodrigo Lindoso. Por outro lado, o que eu, você e todo mundo já sabe é que não existe mais nenhum resquício do trabalho de Eduardo Coudet no Inter. Em seis partidas no comando do time, Abel Braga teve apenas uma vitória, um empate e quatro derrotas. E isso sem mencionar os problemas crônicos na construção das jogadas e nas transições defensivas. Por mais que se leve em consideração todo um contexto diferenciado, a escolha pelo veterano treinador tem se mostrado completamente errada e muito mais baseada em “lembranças afetivas” de um passado vitorioso do que numa tentativa de se substituir Eduardo Coudet à altura.

Assim como vários outros clubes do país, o Internacional paga (e muito caro) pelas decisões erradas dos seus dirigentes. Construir um bom trabalho é complicado, demanda tempo, paciência e de todo um respaldo da diretoria. Mas destruir o que estava já estava feito é muito fácil. Ainda mais depois da saída repentina de um treinador. Há como conquistar a classificação na Argentina. Mas não será nada fácil encarar o Boca Juniors na Bombonera.

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