Abel revela medo após positivo para Covid-19 e evita falar em títulos: “Nem Guardiola e Klopp prometem taças”
Abel Ferreira voltou a comandar o time do Palmeiras à beira do gramado após três jogos e alguns dias de isolamento após testar positivo para o coronavíus
O Palmeiras venceu o Libertad por 3 a 0 e garantiu vaga nas semifinais da Copa Libertadores 2020. Após a partida, o técnico Abel Ferreira evitou falar em títulos, lembrando que o clube ainda está na semifinal da Copa do Brasil e, com um jogo a menos, ainda aparece na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. O comandante português chegou a citar Guardiola e Klopp como exemplos.
Abel destacou que, apesar da mudança no comando do Palmeiras, o mérito é dos jogadores. Não sou eu que chuto, que passo e que faz gol. Nós temos uma forma de trabalhar, quando eu cheguei disse aos jogadores que iria precisar mais deles do que eles de mim. Íamos treinar com acesso a vídeos porque não temos tempo para treinar. Quando você têm jogadores com mente aberta, coração quente e vontade de aprender, é tudo mais fácil.
“Mas não ganhamos nada, somos a mesma equipe que há um tempinho estavam criticando, vão me criticar também, acontece. É uma coisa que digo para eles, nós temos que pensar no próximo dia. Vamos recuperar os jogadores e pensar no próximo jogo. Temos 24h para se livrar dessa vitória, voltar tudo ao zero, escalar a montanha de novo. Como nem Guardiola e Klopp prometem título, e estou muito longe da capacidade deles, a única coisa que prometemos é impor nossos jogo em todas as partidas, lutar contra quem for, seja onde for, para vencer’, acrescentou.
PERÍODO COM COVID-19:
A partida contra o Libertad marcou o retorno de Abel ao comando do time após o período de isolamento por causa da Covid-19. O treinador português contou que sentiu medo ao ser diagnosticado com o vírus, mas destacou o trabalho do departamento médico e da comissão técnica do Palmeiras.
“Eu vou dizer exatamente o que senti. Primeira noite tive medo. As pessoas acham que os líderes não têm medo. Eu tive medo na primeira noite. O vírus tem formas diferentes de reagir nos corpos. Eu não queria dormir na primeira noite. Felizmente, a partir da segunda noite, deixei de ter febre, comecei a ficar normal. Foram dez dias muito tranquilos. Todas as pessoas do clube me ligavam perguntando se precisava de algo, estive sempre acompanhado. As pessoas do hotel foram super simpáticas comigo, eu que fazia faxina e tudo, era bom para passar o tempo”, disse Abel.
“Por outro lado, tenho que dizer que tenho uma comissão técnica altamente competente que trabalha comigo. Eu tenho uma equipe de treinadores, não são auxiliares. Fiquei presente através dos meios que temos, o clube me forneceu tudo que precisava para ficar perto dos jogadores. Tive reuniões virtuais, faltou o contato, mas todo o resto esteve lá. Os jogadores sabem o que precisam fazer, há momentos no jogo que não precisam de um treinador para jogar”, completou.