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Por que temos tantas lesões na NFL atualmente e o fator grama artificial

Lesões como de George Kittle, Von Miller e Dak Prescott fazem suas franquias perderem suas estrelas e surge o questionamento do porquê elas tem acontecido com tanta frequência atualmente

Igor Mello
Colaborador do Torcedores

Lesões como de George Kittle, Von Miller e Dak Prescott fazem suas franquias perderem suas estrelas e surge o questionamento do porquê elas tem acontecido com tanta frequência atualmente

“Nenhum atleta de futebol americano profissional joga 100% todos os jogos” essa frase foi falada por Richard Sherman, Cornerback, enquanto jogador dos Seahawks. Sendo assim, as lesões são algo comum durante a temporadas da NFL, mas em 2020 elas ficaram cada vez mais em evidência com o crescente número. Passada a semana 10, a temporada atual já tem o mesmo número de lesões que toda a temporada de 2019. São cerca de 536 atletas que sofreram algum tipo de lesão.

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Impacto no salary cap

Se sabe que o salary cap ou teto salarial é algo muito importante na NFL atualmente. Times que não sabem administrar seus gastos, alocando altos valores em poucos atletas podem sofrer para vencer e montar um time realmente vencedor. Entretanto, existem forças que as franquias não podem controlar e tais são as lesões. Por este motivo, é também observado o impacto que estas colocam no teto salarial das equipes, não as deixando se reforçar ao longo da temporada quando perdem um atleta por lesão por não possuirem dinheiro suficiente.

Dessa forma, temos aqui o top 5 das franquias com maior teto salarial comprometido por lesões:

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San Francisco 49ers – 15 atletas – 85 milhões de dólares

Dallas Cowboys – 11 atletas – 51 milhões de dólares

Denver Broncos – 13 atletas – 40 milhões de dólares

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Cincinnati Bengals – 8 atletas – 32 milhões de dólares

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Arizona Cardinals – 7 atletas – 29 milhões de dólares

Isto posto, é possível observar que somente uma dessas cinco franquias esteja com campanha positiva. Visto que as lesões impactaram seus melhores jogadores e mais caros e com isso não podem ir ao mercado buscar algum outro atleta, pois o seu teto salarial já está comprometido.

A temporada atípica – COVID19

A atual temporada é uma das mais estranhas e atípicass da história da liga. E tudo isso se dá por conta da COVID-19. Com a pré-temporada cancelada, os trainings camps adiados e os rookie minicamps que não existiram a preparação ficou prejudicada. Dessa forma, cada franquia teve que buscar um jeito de lidar com os seus atletas.

Os treinos começaram primeiro sem contato e depois evoluíram para com contato. Entretanto, quando a temporada começou cada franquia teve que desenhar seu modelo de treinamento. Os Steelers por exemplo estão seguindo o oposto dos 49ers, como afirmou o recebedor Chase Claypool em entrevista. Enquanto um não treina com contato e tenta recuperar seus atletas o outro está a todo vapor. Dessa forma, fica o questionamento se esse método está sendo um dos fatores para os 49ers serem o time com mais lesões até aqui.

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A grama artificial

A grama artificial, chamada de turf, pelos americanos tem sido um dos temas de grande debate dessa temporada. O San Francisco 49ers foi o primeiro time a questionar o uso dela depois das lesões sofridas contra os Jets, na semana 2. Tal jogo foi no MetLife Stadium que tem como grama do seu estádio a chamada turf. Além disso, jogadores da franquia californiana como Arik Armstead reclamaram da qualidade do gramado, falando que ele era o principal fator para as lesões de Nick Bosa e Solomon Thomas

Além disso, a NFLPA (sindicato dos atletas), possuiu um estudo falando que a grama natural é melhor que a artificial. Este estudo aponta que o uso da grama sintética aumenta em grande parte o risco de lesões . Muito disso se dá por conta, de acordo com o estudo, de a grama artificial gerar mais impacto para o corpo do atleta, assim como dificultar movimentos de rotação, algo muito comum na NFL.

Na grama natural, aponta, esse movimento fica facilitado devido a estrutura do solo, que permite que o piso solte, diminuindo a carga nos ligamentos.

Entrevista com o Doutor Lucas Caputo

Visando entender mais essas lesões, fomos conversar com o Doutor Lucas Caputo, médico ortopedista da clínica North Trauma em SP. Para mais informações do Doutor Caputo, sigam ele no instagram @drlucas.ortopedia e acesse o site www.drlucascaputo.com .

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1- Como você analisa o alto número de lesões na NFL atualmente?

No futebol americano as lesões são algo comum, principalmente por ser um esporte de contato total entre os atletas, podendo ocorrer tanto em treinos quanto em jogos. Desde os anos 1970, o índice de lesões tem crescido principalmente pelo aumento na velocidade do jogo e força dos jogadores, além da introdução dos campos com gramado artificial.

2- Podemos colocar isso na conta do gramado artificial? O quão ruim e porque esse tipo de grama é? E por ainda é usada se faz tão mal?

A qualidade do gramado artificial tem melhorado exponencialmente nos últimos anos, no entanto o índice de lesões ocorridas quando comparado com gramado natural nos mostram que atletas tem em média 58% mais chances de sofrer uma lesão em gramado artificial, sendo tanto lesões nos membros inferiores, quanto nos membros superiores.

A utilização do gramada artificial é principalmente devido à menor necessidade de manutenção e cuidados, além de não sofrer com as intempéries do clima, principalmente durante os meses de verão e inverno.

3- A pandemia da COVID-19 teve grande impacto na NFL e em seu calendário. Como você vê esse impacto, em especial nas lesões.

O que nós estamos podendo ver durante essa primeira metade da temporada é um aumento no índice de lesões associadas às partes moles, ou seja, lesões associadas a tendões, músculos e ligamentos, que estão diretamente ligadas a Inter temporada atípica. Com a falta dos treinamentos na primavera e verão, a não realização de minicamps e training camps reduzidos, lesões de partes moles eram esperadas, pois esses tecidos necessitam de elasticidade e compensação tecidual que se obtém apenas durante a realização do futebol americano, não se tendo o mesmo efeito quando treinamentos realizados em ginásios e academias.

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4- A preparação física dos atletas também sofreu muito, como tem registros de times que não treinam com contato (Steelers) e outros que treinam com muito contato (49ers) ao longo da temporada. Esse fator de preparação durante a COVID-19, um território desconhecido, na sua visão, foi e está sendo crucial para o aumento do número de lesões?

Durante uma temporada de futebol americano, seja ela a nível universitário ou profissional, as lesões tendem a ocorrer em sua maioria nas primeiras 4 semanas da temporada, diminuindo ao longo do restante do calendário, no entanto, a incidência de lesões aumenta, quando se expõe atletas a um maior número tackles e quedas ao solo, além de maior desgaste e fadiga muscular.

 

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