Documento confidencial da Seleção Brasileira campeã da Copa de 70 irá a leilão com outros itens raros
Estudos realizados pela CBD, atual CBF, detalham a preparação física dos atletas brasileiros presentes no México e explicam o motivo daquela equipe atropelar os rivais
Estudos realizados pela CBD, atual CBF, detalham a preparação física dos atletas brasileiros presentes no México e explicam o motivo daquela equipe atropelar os rivais
Um documento confidencial da Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1970, realizada no México, será leiloado em um evento no dia 04 de dezembro, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Trata-se de um minucioso estudo físico geral de cada atleta convocado por Zagallo, que viria a conquistar o tricampeonato mundial na ocasião.
Em 70, a Seleção Brasileira encantou o mundo e se destacou tática e tecnicamente com Pelé, Jairzinho, Rivelino, Gérson e companhia. Todos do quarteto ofensivo vestiam a camisa 10 em seus respectivos clubes e, não à toa, aquele time é visto como a melhor equipe de futebol de todos os tempos. No entanto, o que mais chamou atenção foi a condição física dos jogadores, que mantinham a intensidade elevada durante os 90 minutos mesmo na altitude do México.
Para ter esse desempenho, a CBD, atual CBF, realizou um trabalho específico com cada atleta em busca de não repetir o fiasco de 1966. O documento que irá a leilão em Los Angeles traz justamente todos os detalhes daquela preparação em pastas individuais. Há exames cardíacos, patológicos, ortopédicos de cada jogador, entre outros testes que explicam o motivo da Seleção Brasileira ter desempenhado no mais alto nível e, consequentemente, conquistado o tricampeonato.
A reportagem do Torcedores.com teve acesso a parte dos documentos. Uma curiosidade é que eles revelam que Pelé não era o jogador mais bem preparado fisicamente daquela equipe. Os exames mostram que o zagueiro Brito e o atacante Jairzinho estavam em melhores condições que o Rei. Jairzinho que viera a ser apelidado de Furacão após marcar em todos os jogos da Copa do Mundo de 1970, feito inédito na história dos mundiais.
A preparação física da Seleção de 70 foi realizada por Lamartine DaCosta, oficial da Marinha, a convite de João Saldanha. Mesmo com a saída de Saldanha e a entrada de Zagallo, Lamartine permaneceu. Em entrevista ao GloboEsporte, no início de 2020, o oficial relatou que foram três semanas em Guanajuato e que, na época, foi um “problemaço”.
“Era pancada todo dia. Os jogadores não gostaram, a mídia também não. E ninguém sabia qual ia ser a reação do Zagallo, se ia concordar ou não. Mas Coutinho, Chirol e Parreira, que era mais novo, já era daquela comissão técnica, conseguiram convencê-lo. Não adiantava ter uma grande equipe e perder na preparação física”, disse.
Houve também a implementação do “Teste de Cooper”, levado por Cláudio Coutinho, que era do Exército. O treino tático era feito na parte da manhã, pois o cérebro estaria mais descansado para receber informações de posicionamento e movimentações. Já a parte física era preparada na parte da tarde.
O resultado foi certeiro: o título atropelando os rivais. O encanto foi tamanho que a Fifa dedicou mais da metade do seu estudo técnico após a Copa do Mundo à Seleção Brasileira. “Nenhum outro país chegou perto de igualar a amplitude e o escopo do programa de treinamento e jogos de preparação do que o Brasil fez”, disse a entidade.
Além desse documento, outros itens raros também serão leiloados no evento que acontece em dezembro. São eles:
Braçadeira de capitão utilizada na Copa de 1958 autografada pelos jogadores e comissão:
Bola usada na Copa do Mundo de 1970
Camisa do Rivelino usada na Copa de 1970
Chuteira do Ronaldo usada na Copa de 1998
Estátua do Pelé de atleta do século de 1999
Como deve ficar a divisão das transmissões dos campeonatos na TV Aberta?