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Abel Ferreira fala sobre reforços, projeto do Palmeiras, elogia a base e destaca: “Temos um time competitivo”

Por Danielle Barbosa em 04/11/2020 15:06 - Atualizado há 4 anos

Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Abel Ferreira minimizou a busca por reforços no Palmeiras, e destacou a força do elenco e dos jogadores vindos da base

O português Abel Ferreira foi apresentado como novo treinador do Palmeiras para a sequência da temporada e impressionou ao demonstrar um rico conhecimento sobre a história do clube e o atual momento da equipe. O novo comandante falou sobre o projeto, a busca por reforços e as categorias de base.

“No projeto tem que ganhar. Tem que ver o contexto que chega. É uma realidade diferente. A mente aberta que tenho que ter, para me adaptar rapidamente ao clube, a cidade… E a capacidade que todos têm de me acolher, trabalhando sem tempo. Não há tempo de treinar. Mas o projeto, o clube fez uma grande reforma na equipe, temos jogadores de forma constante vindo da base, temos o Renan e o Gabriel Silva treinando conosco, mas o time tem jogadores da base que já treinam conosco, como o Veron, tem o Wesley em seu primeiro ano, o Danilo, o Patrick, o Vinicius, o Gabriel Menino, que estão na primeira vez no Brasileiro. Vi um menino chamado Felipe Melo ter 10 quilômetros no jogo com intensidade. Isso agrada. Ver o Luiz Adriano recuperar bolas na nossa área. Por isso ganhamos o jogo, dos mais novos e mais velhos. O time está bem”, destacou o treinador.

Questionado sobre a busca por reforços, Abel Ferreira destacou a importância de buscar dentro do próprio clube antes de pensar em investir em novos jogadores. “O primeiro que temos que fazer é olhar para dentro do clube e saber se tem alguém aqui que pode ocupar essa exigência. Não precisamos buscar jovens, pois aqui temos. Se não acontecer, vamos atrás. Mas fiz meu diagnóstico. Não é preciso mexer muito, temos bons jogadores. Temos jovens. Já entreguei esse diagnóstico ao nosso diretor. E será sempre nessa linha: procurar dentro do clube. Se não tiver, procuramos fora. Não tem que mexer muito, estamos bem, temos uma base muito boa. Mas temos o Viña com 17 jogos seguidos. Ele é top. Vamos perder alguns para seleções. Vamos ter que procurar soluções. Estamos em todas as competições por méritos de quem trabalhou antes de mim. Todas nossas decisões serão para melhorar o Palmeiras e o nosso plantel.”

Confira outros trechos da coletiva de Abel Ferreira:

JOGADORES DA BASE

— Tenho um elemento na minha equipe técnica nos dois clubes onde passamos antes. NO PAOK, a gente tinha jovens de 20 anos, jogando com muita regularidade. Temos um elemento diretamente responsável por tudo que se passa na base, ver os jogadores, falar com a coordenação. Eu já fazia isso nas minhas equipes. Gosto que tenhamos dois jogadores por posição equilibrados e gosto de criar espaços para ter jovens conosco. Futebol é oportunidade. Jovens precisam ter essa oportunidade. Há um departamento de futebol organizado, com scouting organizado, é normal que os jovens queiram vir pelo fato de o Palmeiras usar muito. Mas eles só estão fazendo o que fazem, pois tem os jogadores experientes que os ajudam. Se o Gabriel Menino está na condição que está, é porque escalar o Rocha e o Mayke o ajuda. Assim é com os outros também. Gosto dessa mistura. Os mais novos querem crescer junto, com respeito, amizade, competitividade.

DNA DO PALMEIRAS:

— A torcida tem de ter paciência com isso. É difícil para nós e para todos. É normal ter lesões, intensidade mais baixa nos jogos. Chega a ser desumano, mas vamos apelar a outras capacidades como sacrifício, estar cansado e ter que correr, ter que estar cansado e ter que ganhar. O clube já tem isso. Peguei o livro da história do clube, e é pesado. Temos de ter uma intenção das nossas decisões para tornar o time competitivo e jogar para ganhar. O termo propositivo não significa que vamos ter a bola o tempo todo. Temos de perceber os momentos do jogo. Se tiver de juntar tropas e defender, vamos fazer. Quando puder propor, faremos.

RELAÇÃO COM O TORCEDOR:

— Eu não sei explicar isso. Faço isso de forma natural, o que estou sentindo. Tivemos momentos bons, que me aplaudiram e outros que me xingaram. O torcedor tem todo direito de xingar quando o time joga mal e aplaudir quando joga bem. Temos de saber lidar com isso. Mas temos que ter certeza absoluta que vamos suar a camisa do primeiro ao último minuto. Vamos tentar somar isso ao DNA do clube, que tem uma rica história e é o maior campeão brasileiro. Não sou eu que digo, são técnicos vencedores: é preciso tempo. Mas sei que é preciso ganhar. Ou ganha ou ganha. Não há outra forma.

PRESSÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO:

— Faz parte do jogo. Alguns clubes têm mais paciência, outros têm menos. Há quem aguente mais a pressão da torcida, outros menos. Eu sei que dependo dos resultados e dos meus jogadores, da forma de jogar, da metodologia. Vou gastar a energia nisso. Precisamos da imprensa, dos fãs, dos corneteiros. Isso é um mundo, sei como é o futebol, como funciona e o que tenho que fazer. O foco é no que eu controlo. O que não controlo eu deixo para os outros. O futebol me apaixona. Vocês têm a responsabilidade de promover o futebol. É o esporte que todo mundo vê, que pode unir. Até a minha mulher me xinga e me cobra quando eu chego em casa. Tudo que faço, todas as minhas decisões, são para o melhor do clube. O resto é lei do mercado, e não sou eu que vou mudar as regras.

DISPUTA DA LIBERTADORES:

— Todas as competições são importantes, o Palmeiras compete em todas para ganhar. Mas vai ter que ter comunicação com o núcleo de saúde e performance. Vamos ver com a logística como recuperar e as exigências também. Me reuni com o núcleo de saúde, foi urgente. Estamos em todas as competições e já ganhamos uma. Mas vamos ter que falar muito sobre logística, gerir tudo. Temos as seleções. Viña tem 17 jogos seguidos e vai para seleção, tem Gomez e Weverton para sair. Vim para ensinar e aprender. Não sei tudo.

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