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A NFL pode ensinar o VAR do Futebol 

A tecnologia está se incorporando definitivamente na arbitragem do futebol. A NFL começou esse processo bem antes, então pode ensinar muito ao esporte nacional.

Por Eberson Jr em 13/11/2020 20:25 - Atualizado há 4 anos

Monitor do VAR (árbitro assistente de vídeo), instalado no Allianz Parque (Arena Palestra Itália), na capital paulista, para a partida entre Palmeiras e Internacional-RS, válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro 2019. Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press

A tecnologia está se incorporando definitivamente na arbitragem do futebol. A NFL começou esse processo bem antes, então pode ensinar muito ao esporte nacional.

Primeiramente é importante ressaltar que a arbitragem do Futebol Americano não é sublime (longe disso), no entanto, é uma arbitragem mais coerente, organizada e preocupada com a qualidade do espetáculo.

O VAR está ferindo o espetáculo do futebol

O futebol além de um esporte tradicional, e religiosamente cultuado pelos brasileiros, é um entretenimento popular, e deve ser tratado de tal forma pelos meios que regularizam as competições.

O VAR foi durante anos, incensado como a salvação redentora dos juízes. Algo que viria através do uso da tecnologia da televisão, e da transmissão em muitíssimos ângulos, ser um “olho que tudo vê”. Uma consciência superior que vingaria todas as injustiças do jogo.

O VAR não é isso! Esqueceu-se de falar que o árbitro de vídeo nada mais é, do que uma ferramenta operada por olhos humanos. E mesmo familiarizados com replays, ângulos, e slow motions, consumidos no futebol, ainda existe imperícia da parte dos operadores.

O árbitro de vídeo já faz do futebol um jogo mais justo e transparente, mas pela sua má (ou super) utilização, cria novas injustiças, que não existiam em tempos de arbitragem puramente humana.

 

Possibilidades inspiradas na NFL

O defeituoso sistema de revisão da NFL, tem algumas técnicas muito positivas que deveriam ser adotadas pelo futebol bretão. Uma possibilidade interessante, é uso do recurso do “desafio”, onde o Treinador do time supostamente lesado, em um lance subjetivo que cabe revisão, solicita análise para a equipe que apita a partida. Esse dispositivo tem um número limitado de utilizações, podendo ser uma vez por tempo, sendo reembolsada a prerrogativa de desafio caso o pleito seja correto.

Lances objetivos, como impedimentos, saídas de bola, e gol/não-gol, seriam revisados naturalmente, sem envolver o “challenge”.

Assim o uso do VAR seria mais controlado, e as reclamações mais comedidas, já que responsabilidade seria dividida entre a equipe reclamante, e os operadores da regra. 

Também seria de grande serventia, a aplicação da comunicação via sistema de som do estádio. Dessa forma todas as partes envolvidas na partida, poderiam entender qual foi o veredicto final, assim como ocorre após os julgamentos de lances polêmicos na NFL.

(Kirby Lee-USA TODAY Sports) – Juiz da NFL transmitindo a decisão nos autofalantes do estádio

Ainda existe outra situação, menos mirabolante e mais aplicável, das regras de análise de vídeo da NFL. Essa seria a mudança do entendimento da regra, definindo que casos sem prova clara, se mantenha a decisão do campo.

Não tem imagem definitiva? Vale o que decidiu o dono do apito, no momento do flagrante!

Percebe-se que uma das consequências negativas da implantação do VAR, é o desempoderamento do árbitro da partida. Sempre que a revisão é indicada pela cabine, involuntariamente o juiz se vê coagido a mudar sua marcação do gramado. Invertendo esse conceito, se valorizaria o poder e responsabilidade do árbitro, garantindo coesão no que é discernido em lances interpretativos.

Profissionalização da Arbitragem

Obviamente o futebol brasileiro tem outro demônios muito mais antigos do que árbitro de vídeo, para exorcizar . Enquanto o árbitro humano não for profissionalizado e devidamente preparado para coordenar o espetáculo mais importante de nossa cultura, dificilmente sanaremos as reclamações com injustiça no futebol. Então, como os cartolas não resolvem a raiz dos problemas, podemos estancar alguns erros, adotando técnicas do outro futebol, que começou seu processo de “tecno-correção” muito antes do nosso.

 

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