Apesar da contratação de Robinho, o Santos garante que “não há mudança no posicionamento do clube em relação ao combate à violência contra a mulher”
A Orthopride, rede da área de ortodontia estética, anunciou o rompimento do contrato de patrocínio que tinha com o Santos até fevereiro de 2021 para exibir sua marca dentro dos números da camisa do clube. O motivo da rescisão foi a contratação do atacante Robinho, oficializada no último sábado (10) – em 2017, o atacante foi condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de estupro.
“Nós temos enorme respeito pela história do Santos. Mas neste momento decidimos pelo rompimento do contrato de patrocínio. Nosso público é majoritariamente feminino e, em respeito às mulheres que consomem nossos produtos, tivemos que tomar essa decisão. Queremos deixar claro que não fomos informados previamente sobre a contratação do Robinho, fomos pegos de surpresa pela imprensa no fim de semana”, disse Richard Adam, diretor de operações da empresa, ao ‘ge’.
SANTOS SE MANIFESTA:
Após o rompimento da Orthopride,o Santos divulgou uma nota oficial repudiando as manifestações contrárias a chegada de Robinho e fez questão de defender seu novo camisa 7. Confira a nota na íntegra:
“O Santos FC, em seus 108 anos de história, sempre se caracterizou por ser uma instituição inclusiva e socialmente responsável. Referência no combate ao racismo, contra qualquer tipo de violência, especialmente contra a mulher, referência no investimento no futebol feminino e engajamento em diversas causas. Estes são pilares e valores que formam a identidade do Clube brasileiro mais conhecido no Mundo e motivo de raro orgulho por todas as suas contribuições para o desporto nacional. A agremiação também reconhecida pela excelência na formação de atletas, relação próxima e respeitosa por todos aqueles que em campo ajudaram a construir nossa história.
Com relação ao processo do atleta Robson de Souza, o Clube não pode entrar no mérito da acusação, pois o processo corre em segredo de Justiça na Itália e sobretudo o Santos FC orgulha-se de, em sua história, sempre respeitar as garantias fundamentais do ser humano, dentre as quais, a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal.
Ressalta-se ainda que não há condenação definitiva e o atleta responde em liberdade e não será o Santos FC que lhe dará uma sentença antecipada, prejulgando e o impedindo de exercer sua profissão.
Como Clube formador, onde o atleta viveu seus melhores momentos, em que teve diversas conquistas, não seria a nossa coletividade a lhe dar as costas e decretar juízo final de valor em um processo com recursos em andamento.
Não há mudança no posicionamento do Clube em relação ao combate à violência contra a mulher ou outras campanhas que sempre participou neste sentido. São valores irrenunciáveis e que fazem parte da história do legado Alvinegro.
Infelizmente vivemos na era dos cancelamentos, da cultura dos tribunais da internet e dos julgamentos tão precipitados quanto definitivos, porém há a certeza que o torcedor do Santos FC entenderá que compete exclusivamente a Justiça realizar o julgamento.”
Nota de esclarecimento ao torcedor santista: https://t.co/ZlfhaMGzOv pic.twitter.com/ZTS49dqM0I
— Santos Futebol Clube (@SantosFC) October 14, 2020