Rollo destacou que o Santos conversou com outros patrocinadores antes de perder os contratos por causa da contratação de Robinho
O presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, participou do programa Futebol Na Veia, da ESPN Brasil, nesta segunda-feira (26), e falou sobre a polêmica contratação de Robinho, que acabou tendo o contrato suspenso após a repercussão negativa e a ameaça de patrocinadores em rescindir com o clube por causa da condenação em primeira instância que o atacante recebeu da Justiça italiana por participação em um estupro coletivo.
Rollo falou especificamente sobre a saída da Orthopride, que manteve a rescisão de contrato com o Santos mesmo após a suspensão do contrato com Robinho. O mandatário do Peixe lembrou que a empresa também patrocina o Flamengo mesmo diante da “aparente omissão” do clube carioca no incêndio no Ninho do Urubu, que provocou a morte de dez jogadores da base da equipe, em fevereiro de 2019.
“Apesar do Santos estar muito preocupado com a questão financeira, a questão financeira foi tratada em um segundo plano nessa situação. Eu respeito todos os patrocinadores. Sem eles, a gente não pagava todas as contas do clube. Quando eu digo um patrocinador parceiro, eu digo por uma simples razão: esse mesmo patrocinador patrocina um outro clube de futebol onde teve um caso muito grave, onde dez meninos morreram em uma situação de aparente omissão, e em nenhum momento sequer essa empresa cogitou sair desse outro clube. Aqui no Santos, a questão do Robinho ainda estava sendo discutida pelo comitê de gestão, ou seja, o Santos em nenhum momento foi intransigente falando que manteria (o jogador), e ela já se antecipou e rescindiu de maneira unilateral o contrato com o Santos”, disse Rollo.
“Os demais patrocinadores, não. Vieram dialogar conosco e nós dialogamos com todos. E em uma ação em conjunto, do Santos com o Robinho e seu staff, a gente achou por bem suspender o contrato, até para que ele possa se defender lá na Itália. Ele não tinha mais cabeça para jogar futebol enquanto perdurar esse problema. A gente vai respeitar a Justiça italiana e deixar que o Robinho seja julgado pela Justiça italiana e não por nós”, completou.
Vale destacar que a Orthopride, que já havia estampado sua marca na categoria de base, fechou acordo para estampar o uniforme o time principal em outubro de 2019, meses após o incêndio.
Ao rescindir com o Santos – antes da suspensão do acordo entre o clube e o atacante -, Richard Adam, diretor de operações da empresa, explicou a situação ao Globoesporte.com: “Nós temos enorme respeito pela história do Santos. Mas neste momento decidimos pelo rompimento do contrato de patrocínio. Nosso público é majoritariamente feminino e, em respeito às mulheres que consomem nossos produtos, tivemos que tomar essa decisão. Queremos deixar claro que não fomos informados previamente sobre a contratação do Robinho, fomos pegos de surpresa pela imprensa no fim de semana.”
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