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Uruguai vence o Chile na base da garra e da aplicação tática; confira a análise da partida

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o início das Eliminatórias da Copa do Mundo e a vitória da Celeste Olímpica sobre “La Roja” em Montevidéu

Por Luiz Ferreira em 09/10/2020 00:40 - Atualizado há 9 meses

Reprodução / Twitter / Selección Chilena

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o início das Eliminatórias da Copa do Mundo e a vitória da Celeste Olímpica sobre “La Roja” em Montevidéu

A vitória por 2 a 1 do Uruguai sobre o Chile foi uma boa amostra do que espera a Seleção Brasileira nessas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Muita entrega dentro de campo, gol nos acréscimos, VAR em ação, muita catimba e (é claro) as boas ideias dos experientes Óscar Tabárez e Reinaldo Rueda. Na prática, a Celeste Olímpica (que contava com o rubro-negro Arrascaeta e o palmeirense Viña entre os titulares) teve mais consistência do que “La Roja” e conseguiu impor seu ritmo na maior parte dos noventa e poucos minutos jogados no Estádio Centenário. Garra, aplicação tática e até uma certa dose da velha mística da equipe bicampeã mundial pra cima de um adversário que ainda busca os substitutos da geração bicampeã da América em 2015 e 2016. Uruguai e Chile já mostraram que as Eliminatórias não vão ser fáceis pra ninguém. Principalmente Argentina e Brasil.

Óscar Tabárez armou o Uguruai numa 4-2-3-1 com De la Cruz e Brian Rodríguez partindo dos lados e buscando Arrascaeta e Suárez no comando de ataque. Mais atrás, Bentancur e Valverde marcavam com qualidade e ainda pisavam na área. Principalmente o camisa 15, que acertou o travessão de Gabriel Arias aos nove minutos de jogo em Montevidéu. Já Reinaldo Rueda contava com parte da geração de 2015 e 2016 e armava uma espécie de 4-3-3 que variava para um 4-2-3-1 conforme a movimentação do ex-colorado Aránguiz, Fuenzalida e Vargas. Alexis Sánchez era o homem mais avançado de “La Roja”, mas recebia poucas bolas no ataque. Mesmo sem ser brilhante, o Uruguai levava vantagem no meio-campo e conseguiu seu gol depois que o VAR confirmou toque no braço de Vegas dentro da área. Suárez cobrou como manda o figurino: goleiro Gabriel Arias de um lado e a bola do outro.

O Uruguai levava vantagem no meio-campo por conta da superioridade numérica e da movimentação de De la Cruz pela esquerda (que centralizava e abria o corredor para Viña apoiar o ataque). Apesar dos bons nomes em campo, o Chile pouco produziu no primeiro tempo da partida no Estádio Centenário.

É claro que a atuação das duas seleções (e de todas as outras) deve ser relativizada por conta do cenário imposto pela pandemia de COVID-19. A falta de entrosamento prejudicou muita gente. Principalmente Arrascaeta, camisa 10 da Celeste Olímpica. O jogador do Flamengo esteve muito abaixo daquilo que mostrou nos últimos jogos da sua equipe e sofreu com a boa marcação de Baeza, Vidal e Aránguiz no meio-campo chileno. Aliás, a melhora da equipe comandada por Reinaldo Rueda na segunda etapa veio justamente das correções feitas pelo colombiano no posicionamento dos seus jogadores. O Chile manteve a sua formação básica, mas adiantou as linhas de marcação e passou a explorar a velocidade de Alexis Sánchez entrando em diagonal a partir do lado esquerdo. Foi dessa movimentação que surgiu o gol marcado pelo camisa 7 de “La Roja” no início do segundo tempo.

Com a melhora do Chile na partida, o veterano Óscar Tabárez desfez seu 4-2-3-1 inicial e apostou num 4-4-2 mais nítido com a presença de Maxi Gómez ao lado de Suárez, Nández pela direita, Jonathan Rodríguez pela esquerda e Arambarri se juntando a Valverde para dar o suporte necessário à experiente dupla de zaga formada por Coates e Godín. Apesar de finalizar mais do que “La Roja” na partida (nove contra seis de acordo com os números do SofaScore), a Celeste Olímpica sofreu com a velocidade do adversário e com as bolas enfiadas para Sánchez, Dávila e Pinares no ataque. Mesmo assim, quiseram os deuses do futebol que o Uruguai saísse vencedor depois que Maxi Gomez aproveitou bola mal cortada pela defesa chilena para acertar um belo chute da entrada da área. Era o gol da vitória da Celeste que ainda veria Campaña fazer grande defesa no finalzinho da partida.

Óscar Tabárez desfez o 4-2-3-1 e apostou num 4-4-2 mais definido para dar mais consistência à sua equipe e frear o ímpeto do forte ataque chileno. Maxi Gómez entrou bem no jogo e aproveitou bem a única chance que teve. Os comandados de Reinaldo Rueda não tiveram mais força para reagir e pararam em Campaña.

Os chilenos saíram de campo reclamando de duas possíveis penalidades não marcadas pela arbitragem. Uma (no início do segundo tempo) num lance envolvendo Cáceres e Paulo Díaz, e outra (já mais para o final da partida) num suposto toque de mão dentro da área reclamado por Dávila e Sánchez. Mesmo assim, “La Roja” ainda mostrou certa dificuldade para impor seu ritmo já que a equipe ainda depende demais dos mais “cascudos”. Aránguiz fez boa partida jogando quase como um “camisa 10” e Sánchez também foi bem no comando de ataque. Falta, no entanto, a consistência necessária para atender ao nível de intensidade exigido num jogo de Eliminatórias da Copa do Mundo. O Uruguai de Óscar Tabárez, Luisito Suárez, Godín e companhia entendeu bem isso e garantiu os três pontos na base da garra e de uma surpreendente aplicação tática durante toda a partida em Montevidéu.

O jogo no Estádio Centenário e as demais partidas desta quinta-feira (8) já mostraram que a Seleção Brasileira não terá vida fácil. O caminho até a Copa do Mundo de 2022 parece bastante difícil por conta de uma série de fatores. Mas o principal deles é, sem dúvida, o crescimento técnico e tático dos adversários. É bom abrir o olho.

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