Home Futebol Rashford, De Gea e ótimo jogo coletivo: as armas do Manchester United na justa vitória sobre o PSG

Rashford, De Gea e ótimo jogo coletivo: as armas do Manchester United na justa vitória sobre o PSG

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida válida pela primeira rodada da Liga dos Campeões

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida válida pela primeira rodada da Liga dos Campeões

A UEFA Champions League 2020/21 ainda não vai contar com a presença do público nos estádios nessas primeiras rodadas. Mas uma coisa é certa: o Manchester United está de volta. Depois de não participar da última edição do torneio interclubes mais importante do planeta, os Red Devils retornaram em grande estilo e com direito a boa atuação coletiva na (justa) vitória sobre o Paris Saint-Germain na casa do adversário. Mais do que o ótimo plano de jogo montado pelo técnico Ole Gunnar Solskjaer, o Manchester United provou que está devidamente recuperado da goleada sofrida diante do Tottenham e ainda contou com as atuações de gala do goleiro De Gea e do atacante Rashford, os grandes nomes da noite na capital francesa. Do lado do Paris Saint-Germain, Neymar, Mbappé e companhia foram discretos demais para quem chegou na decisão da última Liga dos Campões da UEFA.

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É preciso dizer que as duas equipes fizeram uma partida movimentada e cheia de alternativas. Não só pelo 4-3-3/4-3-1-2 de constante movimentação ofensiva de Thomas Tuchel ou pelo 3-4-1-2 compactado e intenso nas transições de Solskjaer, mas pelo cenário em si. A partida ainda não contava com o público e o Manchester United voltava à Paris depois da histórica classificação na Liga dos Campeões de 2018/19 em cima do próprio PSG de Neymar, Mbappé e companhia. A partida seguia equilibrada e com os dois goleiros trabalhando bastante até que Diallo derrubou Martial dentro da área aos 19 minutos. O português Bruno Fernandes teve que cobrar duas vezes para abrir o placar no Parque dos Príncipes. A partir daí, o Manchester United se fechou num 5-3-2 para esperar o momento certo para atacar os espaços deixados pela defesa de um Paris Saint-Germain sem muitas alternativas.

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Paris Saint-Germain vs Manchester United - Football tactics and formations

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Thomas Tuchel armou o PSG no seu usual 4-3-3 com Neymar e Mbappé concentrando as jogadas pelo lado esquerdo e Di María aparecendo por dentro a partir da direita. No entanto, a equipe francesa sofreu para furar o bem organizado 3-4-1-2 do Manchester United. Além disso, De Gea fazia a diferença debaixo das traves.

Vale destacar também a dinâmica proposta por Ole Gunnar Solskjaer no Manchester United. Assim que as escalações foram divulgadas, houve quem pensasse que o brasileiro Alex Telles fosse jogar como um ala pela esquerda e também quem o imaginou como um meia num 4-2-3-1 que teria Martial no comando de ataque, Bruno Fernandes por dentro e Rashford entrando em diagonal. Todas as alternativas estavam corretas. Os Red Devils variavam seu desenho tático apostando em amplitude, intensidade nas transições e movimentação constante do seu trio ofensivo às costas de Danilo Pereira, Herrera e Gueye. Principalmente com os avanços frequentes de Wan-Bikassa e Alex Telles pelos lados do campo. Bola perdida e transição rápida para a defesa com o brasileiro compondo a linha de cinco à frente do goleiro De Gea e muita atenção nas trocas de posições do ataque adversário.

Funcionou tanto que o PSG só conseguiu superar o goleiro do Manchester United quando Neymar cobrou escanteio da esquerda e Martial desviou para as próprias redes aos nove minutos do segundo tempo. Não chegou a ser um balde d’água fria tão grande já que os Red Devils seguiram ameaçando o gol defendido por Navas (outro que jogou demais). Ole Gunnar Solskjaer apostou na entrada de Pogba no lugar de Alex Telles e remontou sua equipe num 4-2-3-1/4-4-2 mais definido com o camisa 6 se aproximando bastante do ataque e posicionando Shaw na lateral-esquerda. O gol marcado por Rashford (um dos melhores em campo) nasceu da boa movimentação à frente da área do Paris Saint-Germain e da péssima transição defensiva do escrete francês. Daí para o final da partida, o PSG teve apenas mais uma chance de gol que Neymar acabou concluindo à esquerda do goleiro De Gea. Vitória justa.

Manchester United vs Paris Saint-Germain - Football tactics and formations

Pogba entrou no segundo tempo e deu mais qualidade aos passes no Manchester United além de fazer a assistência para Rashford marcar o gol da vitória da sua equipe. Do outro lado, Thomas Tuchel realizou cinco substituições, mas o PSG não teve a organização necessária para buscar o empate diante de um adversário aguerrido e compactado.

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Este que escreve já mencionou mais de uma vez que é preciso contextualizar todas as análises por conta do cenário em que vivemos hoje em dia. Mesmo assim, não há como negar que o PSG poderia ter feito muito mais na partida desta terça-feira (20). A impressão que ficou foi a de que Mbappé e Neymar chegaram a embolar um pouco o jogo pelo lado esquerdo e que Thomas Tuchel ainda não conseguiu encontrar a melhor maneira de encaixar Neymar, Mbappé e Di María sem prejudicar o sistema defensivo. Falta também um goleador, um atacante de definição (que pode ser Icardi). Já o Manchester United mostrou alternativas interessantes dentro de uma partida difícil. Não somente pelo resultado em si, mas pela maneira como a equipe se comportou diante do atual vice-campeão da Liga dos Campeões. E ainda há a expectativa pela estreia do uruguaio Cavani no time titular.

O Manchester United pode não ser mais aquele dos tempos de Alex Ferguson, Rooney, Cristiano Ronaldo, Giggs, Ferdinand e Van der Sar. Mas já mostrou que a camisa (extremamente) pesada e um bom sistema de jogo podem fazer a diferença numa competição tão nivelada e exigente como é a UEFA Champions League.

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