Estudo aponta que quase 80 milhões de pessoas no país só têm acesso à TV aberta no Brasil. Como isso impacta no futebol nacional?
Uma das marcas de 2020 foi a Medida Provisória, conhecida como MP do Mandante, que movimentou os direitos de transmissão do futebol no Brasil. Líder no movimento, o Flamengo chegou a transmitir os seus jogos no Youtube e até teve falha tentativa com o MyCujoo, um serviço streaming que, hoje, passa jogos da Série D e das categorias de base. Mas por quê a tentativa dos clubes de tirarem os jogos da TV aberta não deu certo?
Um estudo divulgado pelo colunista Ricardo Feltrin, do UOL, aponta que quase 80 milhões de brasileiros só têm acesso à TV aberto. De acordo com a publicação, são aproximadamente 25 milhões de casas sem TV por assinatura ou sequer internet residencial. Além disso, dos 80 milhões, 55 milhões estão situados abaixo da linha da pobreza. “Ou seja, pessoas mais preocupadas em se alimentar e se manter vivas (e às suas famílias)”, ressaltou Feltrin.
Com estes números, fica evidente que SBT, Globo, RedeTV e Band ainda têm grande impacto nos lares pelo Brasil. Se o Flamengo bateu o recorde de uma live no Youtube com um pouco mais de 4 milhões na final do Carioca, contra o Fluminense, as emissoras da TV aberta conseguem multiplicar esses números diversas vezes. Pensando nisso, fica cada vez mais difícil conseguir parceiros comerciais que apoiem as mudanças na transmissão.
Além do lado econômico, fica ainda mais claro que, sem futebol na TV aberta, muitos torcedores serão prejudicados. O futebol seguirá processo de elitização. Ficará ainda mais difícil para que parte da torcida siga acompanhando os seus clubes.
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