Mais um capítulo importante se escreveu hoje na luta incansável por direitos iguais para as atletas do futebol feminino. O dia ainda ficou marcado pelo ingresso de duas mulheres no comando da modalidade, o que em toda sua história jamais havia acontecido.
As mulheres estão inseridas numa sociedade em que o machismo e o preconceito estão enraizados sendo muito presentes em todas as esferas da vida. Dessa forma, elas têm sua competência, inteligência e capacidade questionada pelo simples fato de serem do sexo feminino. Difícil acreditar, né? Mas em pleno século XXI ainda precisam travar batalhas para ocupar o espaço que é seu por direito.
Evidentemente que no futebol não é diferente. Muito pelo contrário, em cenários em que existe a predominância masculina, a problemática é ainda muito mais evidenciada. A verdade é que futebol e mulher são uma dupla indigesta e que incomoda muita gente, mas aos poucos, através de muita resistência e mérito esse território é desbravado.
E felizmente, hoje se deu um grande passo rumo a vitória frente a discriminação e a igualdade de gênero. O presidente Rogério Caboclo da CBF, entidade máxima do futebol, anunciou que não haverá mais diferença de gênero para atletas do futebol feminino e do masculino no que diz respeito a remuneração. As diárias do futebol feminino e masculino foram igualadas nas convocações e premiações, bem como nas bonificações por conquistas ou etapas avançadas nos Jogos Olímpicos.
O dia foi tão emblemático que as conquistas não pararam por aí: pela primeira vez o comando do futebol feminino está nas mãos de mulheres. Isto é, teremos representatividade feminina em um espaço que foi negado por muito tempo a mulheres.
Após ser muito aclamada, a CBF comunicou que a ex – jogadora Aline Pellegrino ocupará o cargo de coordenadora de futebol feminino, tendo como umas das principais atribuições cuidar do desenvolvimento da modalidade como um todo, assim como do calendário de competições. A outra grande novidade chame-se Duda Luizelli, que se destacou com um belo trabalho na direção de futebol feminino do Internacional e agora terá o desafio de ser a coordenadora de seleções femininas.
Avanços como esses nos fazem refletir e ter esperança de que o esporte pode ser sim um agente transformador capaz de promover a inclusão e a igualdade de gêneros. Ainda há muito a ser feito para diminuir a desigualdade e a discriminação, mas essa conquista deve ser valorizada. Vitória do futebol feminino! Vitória das mulheres!