Neymar, Di María e Marquinhos comandam show coletivo do Paris Saint-Germain e fazem história na Liga dos Campeões
Luiz Ferreira destaca a atuação dos comandados de Thomas Tuchel na vitória sobre o RB Leipzig na coluna PAPO TÁTICO
Luiz Ferreira destaca a atuação dos comandados de Thomas Tuchel na vitória sobre o RB Leipzig na coluna PAPO TÁTICO
Definitivamente, o Pai está on. On fire. Aliás, todo o time do Paris Saint-Germain. Muito por conta da atuação segura na vitória por 3 a 0 sobre o RB Leipzig nesta terça-feira (18), resultado que garantiu a equipe francesa na sua primeira decisão de UEFA Champions League. Neymar, a grande estrela da equipe de Thomas Tuchel, não marcou gols, mas seguiu desequilibrando ao assumir o papel de “camisa 10” de fato e de direito com o auxílio luxuoso de Mbappé e Di María (o melhor em campo). Mas também tivemos mais uma grande tarde/noite de Marquinhos jogando como volante e iniciando a saída de bola no PSG com alta qualidade. E também de Herrera na distribuição das jogadas. O RB Leipzig fez o que dava pra fazer numa já histórica semifinal de Liga dos Campeões, mas acabou esbarrando no show coletivo e no brilho individual de Neymar e companhia limitada.
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Vale destacar aqui que, apesar dos erros cometidos pelo time de Julian Nagelsmann (de apenas 33 anos) na partida, o mérito é todo o PSG. Thomas Tuchel achou a formação ideal justo no momento mais crítico da Liga dos Campeões e teve em Neymar o seu grande maestro. Explorando bem o espaço entre as linhas do RB Leipzig (que jogou em várias formações táticas durante o primeiro tempo sem conseguir ter um mínimo de volume de jogo), o camisa 10 distribuiu passes, faz a bola circular e ainda foi o autor de assistências pornográficas como a do segundo gol do PSG (marcado por Di María). Mas antes, a força na bola parada já havia descomplicado uma partida que poderia ter sido muito mais nervosa. E outro que merece destaque é Marquinhos. Atuação cada vez mais segura e à vontade como volante que aparece entre os zagueiros para qualificar o passe na saída de bola.
O Paris Saint-Germain teve em Neymar, Di María e Marquinhos as suas principais armas para superar o RB Leipzig. Armado no 4-3-3 proposto por Thomas Tuchel, o escrete francês bloqueou as saídas do seu adversário (que variou entre o 4-1-4-1 e o 3-4-2-1 sem qualquer volume de jogo) e ainda teve espaço para aplicar uma goleada histórica.
Também é preciso dizer que o RB Leipzig decepcionou. Por mais que tentasse jogar e exercer uma marcação sob pressão (isso mais para o início do segundo tempo), os comandados de Julian Nagelsmann encontravam grandes dificuldades para sair do seu campo, já que Herrera e Paredes vigiam de perto Sabitzer e Kampl, os dois “passadores” do escrete alemão. Também tentou variar seus desenhos táticos. Começou no 4-1-4-1, prendia Mukiele pela direita e atacava com três na defesa e Laimer apoiando bastante e passou para o 4-2-3-1 (com Olmo e depois Schick encostando em Poulsen no ataque) ainda no primeiro tempo. Mas sem conseguir dar sequência a quase nenhuma jogada. A estratégia mais reativa de Julian Nagelsmann não deu certo diante de um adversário ligado, intenso nas suas transições e com Neymar mostrando amadurecimento e tirando lances geniais da cartola.
O pai tá on fire 🔥🔥 pic.twitter.com/tDuJs16eKx
— desimpedidos (@desimpedidos) August 19, 2020
Com 70% de posse de bola e dois gols de vantagem no primeiro tempo (dados do SofaScore), o Paris Saint-Germain manteve a postura e a estratégia na segunda etapa sempre explorando os erros na saída de bola do seu adversário. Tanto que o gol marcado por Bernat (o terceiro do PSG) saiu justamente da pressão no setor ofensivo com Ander Herrera aproveitando o erro de Mukiele e Di María colocando a bola na cabeça do lateral espanhol. Aliás, o camisa 11 foi escolhido (com toda justiça) o melhor em campo nesta terça-feira (18). Foram duas assistências, um gol, muita movimentação e muita inteligência para descobrir espaços e servir os companheiros de equipe. Além, é claro, das ótimas combinações com Neymar e Mbappé. Não por acaso, o técnico Thomas Tuchel sacou ele, Mbappé e outros jogadores importantes já pensando na decisão da Liga dos Campeões deste próximo domingo (23).
Bem que o RB Leipzig tentou mudar a postura no segundo tempo com o técnico Julian Nagelsmann mandando a sua equipe para o ataque numa espécie de 4-2-2-2 que teve o zagueiro Orbán aparecendo bastante na frente. Thomas Tuchel manteve a estratégia, rodou peças e viu o PSG abrir 3 a 0 no placar sem sofrer muitos problemas.
Apesar da atuação coletiva ruim, o feito do RB Leipzig é enorme para um clube de apenas 11 anos de existência. O tempo vai tratar de ensinar o caminho das pedras para um clube que pintou com uma proposta nova e com profissionais altamente competentes (caso do jovem técnico Julian Nagelsmann). Gostem da presença da multinacional ou não. Mas o feito do apris Saint-Germain também é histórico. Não apenas por colocar o clube francês na sua primeira decisão de Liga dos Campeões em 50 anos, mas pela demostração de maturidade, talento e trabalho coletivo. Não é fácil encaixar a qualidade de Neymar, Di María, Mbappé, Marquinhos, Herrera e outros numa equipe equilibrada e entrosada. É por isso que Thomas Tuchel também merece aplausos por ter insistido nos seus conceitos e ter conseguido encontrar a formação ideal no momento certo da competição mais importante do continente.
O PSG está a um passo de finalmente se consolidar no hall dos grandes do futebol mundial. Mas terá que superar Lyon ou Bayern de Munique antes, missões nem um pouco fáceis. E não é exagero nenhum afirmar que o Pai vai ter que estar mais ON FIRE do que nunca no próximo domingo (23).
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