Recuperar a confiança do elenco será a primeira e mais urgente missão de Jorge Jesus no retorno ao Benfica; entenda
Luiz Ferreira analisa a atuação dos Encarnados na decisão da Taça de Portugal e o cenário que Jorge Jesus vai encontrar no clube na coluna PAPO TÁTICO
Luiz Ferreira analisa a atuação dos Encarnados na decisão da Taça de Portugal e o cenário que Jorge Jesus vai encontrar no clube na coluna PAPO TÁTICO
Todo técnico tem uma missão mais urgente na chegada a um determinado clube. Reorganizar taticamente uma equipe ou trabalhar o potencial deste ou aquele jogador ou de um grupo de jogadores são algumas dessas tarefas mais urgentes passadas pela diretoria aos treinadores que assumem equipes grandes. Mas a grande missão de Jorge Jesus no seu retorno ao Benfica está diretamente ligada à confiança de todo um elenco que deixou muito a desejar na última temporada. Ainda mais com a atuação bem abaixo do esperado na derrota para o Porto por 2 a 1 neste sábado (1), na decisão da Taça de Portugal 2019/20. E isso com um jogador a mais em campo durante todo o segundo tempo. Há quem diga que o “Mister” terá muito trabalho para devolver a identidade vencedora aos Encarnados com o elenco que terá à sua disposição.
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O primeiro tempo da decisão da Taça de Portugal foi marcado por um jogo extremamente truncado, pelo baixíssimo nível técnico e até mesmo por lances ríspidos no Estádio Cidade de Coimbra. Os momentos de mais emoção saíram do Porto. Primeiro com um chute de Corona bem defendido por Odysseas e pela expulsão (justa) de Luis Díaz. E só. Mas o grande problema estava no lado do Benfica. O escrete comandado por Nelson Veríssimo até se organizava bem dentro de campo, mas pecava demais pela falta de intensidade nas transições. Não por acaso, os Encarnados encontraram diversos problemas para furar o 4-4-1 do time de Sérgio Conceição. Os dois gols de Mbemba simplesmente desmontaram o Benfica que só ameaçou o gol de Diego Costa a partir do momento em que Carlos Vinícius e Jota entraram em campo. Muito pouco.
Havia organização e até boas ideias, mas o Benfica pecou demais pela falta de intensidade nas transições. Além disso, todo o time de Nelson Veríssimo encontrou sérias dificuldades para furar o 4-4-1 do Porto após a expulsão de Luis Díaz ainda no primeiro tempo. Foto: Reprodução / YouTube / VSPORTS – Taça de Portugal
Apesar de todos os problemas e principalmente pela queda de rendimento do Benfica nos últimos meses (mesmo antes da pandemia de COVID-19), há coisas boas para serem aproveitadas por Jorge Jesus nesse seu retorno ao Estádio da Luz. Nomes como Seferovic, Carlos Vinícius, Jota, Pizzi, Jardel, Weigl e Nuno Tavares podem ser melhor aproveitados numa equipe que consiga ter o volume de jogo que o Flamengo de 2019 e início de 2020 apresentou na América do Sul. E como dissemos anteriormente, há organização e uma ideia de jogo que pode sim ser aprimorada por Jorge Jesus. O 4-2-3-1 utilizado por Nelson Veríssimo traz, inclusive, algumas ideias do “Mister”: laterais construtores e apoiadores, meio-campo compacto, utilização de triangulações e movimentação para abrir espaços. Está tudo lá. Falta apenas que essas ideias sejam trabalhadas.
O 4-2-3-1 de Nelson Veríssimo trazia alguns dos conceitos defendidos por Jorge Jesus no Flamengo em 2019 e 2020. Há como o “Mister” utilizar o que já existe no Benfica para deixar o time competitivo novamente. E não só a nível nacional. Foto: Reprodução / YouTube / VSPORTS – Taça de Portugal
É bem verdade que a atuação do Benfica diante de um Porto aguerrido e fechado em seu campo só reforça a missão de Jorge Jesus nesse seu retorno ao clube. No entanto, é preciso destacar que o cenário atual é bem diferente daquele que o “Mister” encontrou em 2009, quando assumiu o comando dos Encarnados e era tratado como aposta da diretoria para retomar a hegemonia em Portugal. Hoje, Jorge Jesus é tratado quase como a certeza de que o Benfica irá retomar aquele preíodo de grandes vitórias e grandes resultados. E isso sem falar na referência e no legado deixado no Flamengo após seis títulos conquistados em pouco mais de um ano no comando do Mais Querido do Brasil. É claro que o Benfica precisa de reforços e eles devem vir antes do início da próxima temporada na Europa. Tudo para que o “Mister” deixe o time do jeito que deseja.
Vale lembrar também que Jorge Jesus não terá que realizar apenas o trabalho tático e técnico. Será preciso recuperar o vestiário e a confiança dos principais jogadores do elenco benfiquista. Não é tarefa fácil. Ainda mais com o rival Porto comemorando a “Dobradinha” (Campeoanto Português e Taça de Portugal) e mostrando mais recursos do que o clube do Estádio da Luz.
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