Home Futebol Dunga fala sobre voltar a treinar, descarta seleção e alfineta técnicos estrangeiros no Brasil: “Muitos foram criados”

Dunga fala sobre voltar a treinar, descarta seleção e alfineta técnicos estrangeiros no Brasil: “Muitos foram criados”

Danielle Barbosa
Jornalista. Escrevendo para o Torcedores desde 2014.

Dunga não poupou elogios ao trabalho feito por Jorge Jesus no Flamengo, e destacou a qualidade do elenco rubro-negro

Sem trabalhar profissionalmente com o futebol desde há quatro anos, quando deixou o comando técnico da seleção brasileira, Dunga, capitão do Brasil na conquista do tetracampeonato não tem pressa para voltar a treinar alguma equipe ou seleção agora, e espera por uma boa proposta para abrir negociação.

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“Eu não coloco como primeiro objetivo [voltar a ser treinador]. Preciso ver se vai aparecer alguma coisa interessante, que me dê boas condições para trabalhar. Eu recebi muitas propostas, principalmente de fora do país. Mas tenho minha vida tranquila em Porto Alegre. Cuido dos meus projetos sociais e toco as empresas que tenho. Meu filho está trabalhando no Grêmio, minha filha trabalha com moda, então penso muito nisso. Em toda minha carreira a minha família sempre me acompanhou e nunca reclamou. Agora quero dar suporte para eles”, disse Dunga em entrevista ao UOL Esporte.

“Também não veio ninguém de clube ou seleção para falar diretamente comigo. Existem aí muitos empresários, gente pedindo procuração, essas coisas, e eu não curto muito isso. Sempre fui um cara muito direito. Se quiserem alguma coisa mesmo, então mandem algum do clube para discutir a proposta comigo. Esse negócio de autorização para poder iniciar conversas tem gente me pedindo todo dia. Às vezes pode até ser verdade que o empresário tem algum clube, mas não sei. Como eu não dou autorização, então não se abre as portas”, acrescentou.

SELEÇÃO BRASILEIRA:

Com duas passagens pelo comando da seleção brasileira, a primeira entre 2006 e 2010, e a segunda entre 2014 e 2016, Dunga destacou voltar ao comando da equipe. “Acho difícil. Meu tempo já passou. Comecei na seleção brasileira com 15 anos e fiquei até pouco tempo atrás. É um bom tempo (risos)”, disse o ex-técnico, que falou sobre assistir aos jogos da seleção.

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“Eu fico muito nervoso vendo o jogo de fora, mas eu assisto de vez em quando, sim. Sempre que posso. Fico agitado, tenso, e torço muito pelo Brasil. Quanto mais ganhamos, melhor para todos nós aqui.”

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TÉCNICOS ESTRANGEIROS NO BRASIL:

Questionado também sobre a onda de técnicos estrangeiros que ganharam espaço no futebol brasileiro, principalmente após os bons trabalhos de Jorge Sampaoli no Santos, e Jorge Jesus no Flamengo, Dunga não perdeu a oportunidade de alfinetar.

“Eu acho que os melhores vêm para acrescentar. Mas têm muitos aí que eu vou te falar… Muitos foram criados. Não deveriam estar aqui. Eu acredito em percentual. Vieram dez treinadores estrangeiros. Quantos deram certo? E quem deu certo a gente já sabia como era. Deu certo porque o cara é bom. Pega o currículo dele e tu vê que ele sempre foi bom. Agora outros..”, disse o ex-técnico do Brasil e do Internacional.

Sobre Jorge Jesus, que recentemente deixou o comando técnico do Flamengo para voltar ao Benfica, Dunga foi só elogios. “Porra, o cara é bom! As ideias dele são ótimas. Teve uma frase dele que vi que pouca gente explorou. Muitos aqui dizem que temos que poupar jogadores para não se desgastarem e tal. Só que o Jorge Jesus falou que tem que poupar o cara no treino e não o jogo. Está certíssimo. E aqui no Brasil nós poupamos o jogador na partida e não no treino, onde é maior o risco do cara se machucar. Os treinos são mais intensos, no sentido de o jogador participar mais da jogada. No jogo ele não participa tanto. Tem outro ponto, que é muito falado hoje em dia que eu não acho justo com os treinadores.”

“Agora tudo é importante no futebol. Muito dizem: “Ah, sem o fisioterapeuta, o futebol não existe. Sem não sei quem o futebol também não existe”. Acho que todos eles vieram para agregar e para somar. Cada um tem o seu espaço. Só que em determinados momentos, essas funções se sobrepõem a dos treinadores e quem responde pela responsabilidade final é o treinador. Tu poupas um jogador porque fulano pediu para poupar, daí o time perde e a culpa é do treinador. Acho engraçado também esses novos “professores” que existem falando de esquemas táticos, de 4-4-2, de 3-5-2, mas que não falam nada lá dos times de fora”, completou.

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O tetracampeão também elogiou o time do Flamengo, que sob o comando de Jorge Jesus conquistou Campeonato Brasileiro, Libertadores, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca.

“O Flamengo pegou os três atacantes mais rápidos do futebol brasileiro e pegou dois caras experientes e fechou o time. O Flamengo contratou jogadores para montar o time a dedo. Outros saem para comprar sem critério. E acho também que estamos com pouca qualidade no Brasil, já que não estamos mais conseguindo formar jogadores aqui. Ele tem que ter cinco ou seis anos de maturação no futebol brasileiro, para poder chegar ao ápice e sair. Mas nós vendemos esses jogadores muito cedo. Hoje um jogador com 18 anos vai embora”, avaliou.

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