Felipão assumiu a responsabilidade pela derrota e minimizou a ausência de Neymar, afirmando que a goleada pode ter acontecido mesmo com o camisa 10 em campo
A pior derrota da história da seleção brasileira completa seis anos nesta quarta-feira. Em 8 de julho de 2014 a torcida do Brasil lotou o estádio Mineirão, em Belo Horizonte, com a expectativa de ver o time comandado por Luiz Felipe Scolari superar a Alemanha e garantir vaga na final da Copa do Mundo, mas provavelmente esqueceram de combinar essa parte com os alemães. Resultado? Uma goleada por 7 a 1 em plena semifinal de Copa disputada no próprio país.
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Até hoje aquela parte segue sendo tema de debate e discussão entre torcedores, imprensa e profissionais que trabalham com futebol, como técnicos, jogadores e ex-jogadores. O que Felipão poderia ter feito de diferente naquele jogo? Como o maior vexame da história poderia ter sido evitado? Essas e outras perguntas, muitas ainda se respostas, fazem parte do cotidiano do futebol brasileiro. Mas você lembra quais questionamentos Felipão respondeu e como ele respondeu logo após a partida?
Felipão logo destacou que o foco do time precisava ser o próximo jogo – a disputa pelo terceiro lugar, o que nem isso aconteceu. “Vamos ter uma sequência de vida normal porque a vida não acaba com essa derrota. Vamos trabalhar no vestiário, na Granja Comary, para pensarmos no próximo jogo”, destacou o técnico na ocasião.
Sobre o clima no vestiário após a goleada sofrida, o treinador resumiu. “Horrível. Claro que o clima não era bom. Não tenho nada para neste momento, nessas primeiras horas. Temos que mudar o nosso comportamento. Mudar o ambiente. Vamos seguir fazendo o nosso trabalho, sabendo que a história continua.”
Responsável por comandar o Brasil na conquista do pentacampeonato, em 2002, Felipão ainda fez questão de assumir a responsabilidade pela derrota. “Quem é o responsável pelas escolhas? Sou eu. A responsabilidade pelo resultado catastrófico é minha. Eu fui o responsável.”
“Quando levamos o terceiro, o quarto e o quinto gols… 5 a 0, no primeiro tempo, é quase impossível de virar ainda mais diante de uma equipe como a Alemanha. Tínhamos que causar dano ao time deles. No segundo tempo, nós tivemos duas ou três chances, poderíamos ter feito os gols. Quando estávamos mais perto, não fizemos o gol, e eles marcaram mais um. O emocional vai embora”, avaliou Felipão na ocasião..
RELEMBRE OUTROS TRECHOS DA COLETIVA:
DÍVIDA COM A TORCIDA BRASILEIRA?:
— Minha dívida? Não tenho dívida. Fiz o meu trabalho como sempre faço em qualquer lugar. Fiz aquilo que eu achei que era o mais correto e o melhor. Da forma como trabalhamos, nós tivemos apenas uma derrota. De um ano e meio para cá, essa foi a terceira derrota. Foi horrível pelo resultado, 7 a 1. Não é dívida e nem crédito. Em 2002, nós ganhamos. Agora, nós perdemos. Só não podemos esquecer que teremos um jogo no sábado. Ainda não encerramos a nossa participação.
O FUTEBOL NO BRASIL PRECISA PASSAR POR MUDANÇA?
— Por quê? Por que perdemos um jogo hoje? Essa equipe terá doze, treze jogadores na próxima Copa, em 2018. É um caminho que está sendo feito. Essa equipe da Alemanha jogou o Mundial de 2010. Disputou a Eurocopa de 2008 e está aí agora. Dos jogadores que estão aí, no mínimo, uns doze estarão em 2018. É a pior derrota do mundo, mas é um caminho que temos que aprender com isso tudo. Foi um branco que deu no time. Tentamos organizar para fechar um pouco mais. Foi uma pressão da Alemanha e deu tudo certo. E deu errado naquele momento para a nossa equipe. Quando estamos em pane, não adianta trocar um ou dois num determinado momento.
AUSÊNCIA DE NEYMAR E ESCALAÇÃO DO JOGO
— (A goleada) Poderia acontecer com o Neymar em campo. Ele não poderia defender aquelas jogadas trabalhadas. Não tem porque imaginar que com o Neymar seria diferente. Levaríamos o gol porque ele é um atacante e tem uma função diferente.
— Não me arrependo (da escalação). Não é assunto para conversar agora. Foi um resultado. Vou me arrepender do quê? Tivemos oportunidades. Imaginava que com a volta do Oscar, do Hulk e do Bernard, nós tivéssemos como fechar o meio de campo. Até a hora do primeiro gol, tudo estava organizado. Após o gol, o nosso time ficou desorganizado e ficamos em pânico. As coisas foram acontecendo para eles e dando errado para nós. A escolha é o técnico quem faz e ele precisa arcar com as consequências.
PIOR DERROTA DA CARREIRA?
— Provavelmente tenha sido a pior. Já perdi outros jogos. Quando se perde de um, de quatro ou de cinco é sempre igual porque fica o sentimento de não ter conseguido mudar o panorama do jogo. Se pensar na minha vida como técnico, como jogador, foi o pior dia da minha vida. Mas continua a vida. Vou ser lembrado por ter perdido por 7 a 1. Mas era um risco que eu sabia que eu corria. Os riscos que nós assumirmos, nós temos que assimilar e seguir em frente a nossa vida. É o que eu vou fazer.
LIÇÕES DO 7 A 1:
— A lição é sentar com o grupo, olhar de novo, analisar novamente o que aconteceu. Trabalhar com eles porque muito deles estarão nas próximas convocações da Seleção e poderão estar no Mundial. Temos que mostrar que foi um jogo atípico. Que a qualidade da Alemanha é boa, mas que não é uma situação normal. Temos que saber como vamos assimilar essa derrota. É uma derrota que é a pior do Brasil. Até em amistosos. Aconteceu. A vida deles vai continuar, a minha vai continuar e vamos buscar o melhor para a nossa vida. Vamos examinar os detalhes e ver o que podemos mudar.
RELEMBRE OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA:
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