Governo se complicou e Brasil quase não sediou Copa de 50 por não seguir “padrões FIFA” mesmo como candidato único

Entidade já tinha exigências há 70 anos

O Brasil sediou a Copa do Mundo de 1950 foi o responsável pela retomada do futebol de seleções após a Segunda Grande Guerra, que devastou a Europa entre 1939 e 1945.

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Até por isso a FIFA definiu que a sede da primeira Copa do Mundo após o fim da guerra não seria na Europa, mas sim em algum país da América, que não sentiu estruturalmente a devastação das batalhas.

Sede única e mudança de data
O Brasil então, já com força política na FIFA, se colocou como disponível para receber a Copa do Mundo, que seria disputada inicialmente em 1949.

Como o país era um dos mais fortes do continente, ninguém mais apresentou candidatura e a FIFA definiu que o Brasil seria a sede da competição.

Mas ainda em 1947, quando a sede já estava definida, a entidade que comanda o futebol decidiu dar mais 12 meses para a realização do Mundial. Isso por três motivos: para que voltasse a ser disputado o Mundial em anos pares, para que as seleções europeias tivessem melhor preparação, já que vários atletas estiveram na guerra, e para que o Brasil tivesse mais tempo para se estruturar.

Problemas que prejudicaram a imagem
O Brasil foi candidatura única e teve quase quatro anos para se organizar para a Copa do Mundo. Na época, a FIFA não exigia padronizações em aeroportos e em vias públicas como nos dias de hoje, apenas que os estádios mantivessem seu padrão.

A entidade queria arquibancadas com capacidade para, no mínimo 20 mil torcedores, alambrados reforçados, cabines para imprensa e autoridades, além de túneis interligando os vestiários ao gramado.

A maioria dos estádios que receberam o torneio estavam prontos, mas nenhum deles exigia todos os padrões da entidade.

O Governo Federal se viu pressionado e chegou a montar uma pasta chamada “Comissão de Estádios” para acelerar as reforças, mas há três semanas do torneio várias sedes seguiam com problemas.

O Pacaembu, estádio mais moderno já construído no Brasil até então, foi criticado pela FIFA pois tinha problemas sérios de drenagem e, segundo comissários, tinha um gramado menor do que o exigido para a competição.

Sem saída para os problemas do Brasil e com a necessidade de realizar o torneio após 12 anos, a FIFA se calou e o país acabou como sede mesmo sem atender aos padrões de exigência.

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