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Fotógrafo detalha impacto das normas de saúde na reta final do Carioca: “Tudo muito novo”

Buda Mendes, fotógrafo da Getty Images, esteve em três partidas da reta final do Campeonato Carioca

Por Daniel Gois em 18/07/2020 08:00 - Atualizado há 4 anos

Buda Mendes/Getty Images)

Buda Mendes, fotógrafo da Getty Images, esteve em três partidas da reta final do Campeonato Carioca

Testes para Covid-19, protestos fora do estádio e posicionamento fixo na beira do gramado. Tudo isso fez parte da rotina do fotógrafo Buda Mendes na cobertura da reta final do Campeonato Carioca. A competição retornou no dia 18 de junho, após três meses de paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus.

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Bangu x Flamengo, partida que marcou o retorno do Campeonato Carioca, foi um dos jogos em que Buda Mendes esteve presente, assim como os duelos Botafogo x Cabofriense e Fluminense x Flamengo, todos pela Taça Rio.

Com mais de dez anos na área e cobertura de diversas competições, como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Copa das Confederações e Copa América, o fotógrafo conta que já havia trabalhado em outros jogos sem torcida, mas nada se compara ao momento atual.

Confira a entrevista completa de Buda Mendes ao Torcedores.com

Como tem sido o clima dentro de campo? Comissão técnica, banco de reservas têm se atentado às normas? O calor do jogo afeta?

Essa coisa do calor do jogo afeta bastante, porque sem torcida eu acho que é muito complicado para o jogador, aquele clima, aquela euforia toda, a comemoração mesmo. Eles comemoram normal, você vê eles celebrando, agora tem algumas coisas do protocolo de aglomeração que alguns jogadores estão deixando de cumprir. O certo seria a comemoração ser individual, sem o abraço em grupo e isso não está sendo seguido. O atleta faz o gol e os jogadores vão todos para cima dele, se abraçam, se tocam, não somente dão as mãos ou cotovelos. Com o calor do momento do jogo, eles acabam não se atentando muito às normas.

Às vezes é possível ver o técnico, que deveria ficar de máscara, tirando-a para passar instruções e quando ele nota que está sem a proteção, a coloca um pouco e logo a tira de novo. São normas muito novas para todos nós e leva um tempo para se acostumar. Os fotógrafos mesmo, dentro do campo, têm uma marcação no chão para seu posicionamento. Não há mais aqueles momentos em que um fotógrafo fica “em cima do outro” como na Copa do Mundo. Se restringe bastante, por isso.

Gilberto do Fluminense comemora com seus companheiros de time depois de marcar o primeiro gol de sua equipe durante a partida entre Flamengo e Fluminense como parte do Taça Rio, a segunda etapa do Campeonato Carioca no Maracanã, em 8 de julho de 2020, no Rio de Janeiro, Brasil. A partida é disputada a portas fechadas e outras medidas de precaução contra o pandemia de coronavírus (COVID – 19). (Foto de Buda Mendes / Getty Images)

Antes, as associações trabalhavam com em torno de 40 fotógrafos por partida e, hoje, é, no máximo, 25 fotógrafos. Na hora do jogo, o fotógrafo deve escolher que time quer fotografar, não pode cobrir os dois times igualmente como antes.

A entrega da taça também mudou bastante. Antes se fazia no próprio campo, colocando um pódio para levantar a taça e os fotógrafos ficavam na própria linha de campo e, depois, os jogadores saiam do pódio para comemorar com a torcida. Nós íamos juntos, uma correria, um tropeçando no outro. Hoje está proibido isso, temos que fotografar a entrega da taça da tribuna, não podemos estar no campo. Então, quando o jogo acaba e o time já sabe que é campeão, nós temos em torno de 5 a 6 minutos para sairmos do campo, nos dirigirmos até a tribuna – em cadeiras posicionadas como é o caso do Maracanã – e nós ficamos com um distanciamento em torno de três a quatro cadeiras para cada um e não voltamos mais para o campo.

Nos bastidores (vestiário, zona mista, sala de imprensa), os protocolos têm sido respeitados? As normas afetam o seu trabalho de alguma forma?

Os protocolos, nos bastidores, têm que ser respeitados. Essas normas afetaram bastante o nosso trabalho, primeiro porque é algo relacionado à nossa própria saúde. Em todos os jogos que fotografei, fiz o teste, felizmente tive resultado negativo. Venho tendo um cuidado enorme com o Covid-19 por conta não somente dos jogos de futebol, bem como a um outro projeto que venho fazendo, no qual fotografo atletas durante a pandemia. Por essa razão, devo estar sempre negativo para Covid-19 para não expor esses atletas a qualquer risco, pois tenho um contato com eles.

Para você, que já esteve em competições como a Copa do Mundo, como está sendo esse momento?

É tudo muito novo. São vários protocolos. É chato, mas necessário. Em um jogo de Copa do Mundo costumamos chegar em torno de 5 horas antes do início da partida e, a partir de 4 horas, começa a operação. O diferencial, hoje, é que chegamos esse período de 4 a 5 horas antes, mas para fazer o teste de Covid-19.

Um profissional de saúde que usa EPI realiza um teste de PCR para COVID-19 em um fotógrafo antes da partida entre Botafogo e Cabofriense como parte do Campeonato Carioca no estádio Nilton Santos (também conhecido como Estádio Engenhão) em 28 de junho de 2020 no Rio de Janeiro, Brasil . A partida é disputada a portas fechadas e outras medidas de precaução contra o pandemia de coronavírus (COVID – 19). (Foto de Buda Mendes / Getty Images)

Somos obrigados a fazer o teste PCR para ver se o fotógrafo está ou não positivo, depois preencher todo um formulário explicando, mais ou menos, os seus passos durante a semana que passou, para saberem se o profissional teve contato ou não com alguém infectado. Em seguida, o fotógrafo vai para uma sala de testes e faz o PCR. Não é um teste rápido, pois é aquele em que é tirada a mucosa do nariz e aguarda o resultado para saber se pode seguir e cobrir o jogo ou não.

Quando o resultado é negativo, você pode seguir para o campo e, ao chegar nele, há placas. Atrás de cada placa, há em torno 3 fotógrafos, no máximo. Durante todo o jogo, passam fiscais da associação para confirmar se as normas estão sendo seguidas para que não haja aglomeração. Essas são coisas que, definitivamente, mudaram no nosso dia-a-dia.

Não têm torcedores dentro de campo, mas nos entornos já tivemos protestos e aglomerações. Como tem sido a chegada e saída dos jogos?

O primeiro jogo do retorno do Campeonato Carioca, que foi Flamengo x Bangu, teve um protesto bem pequeno, não foi nada muito grande, mas porque ele ocorreu próximo à área de um hospital. Uma coisa que foi muito questionada; o jogador comemorando o gol e as pessoas hospitalizadas logo ali. É uma questão bem complicada!

No entanto, mesmo com os protestos, as chegadas e as saídas são muito tranquilas. Existe um policiamento muito grande, não vi nenhum caso de ninguém sendo hostilizado ou até nós mesmos, ao chegarmos, recebermos qualquer tipo de ameaças. As pessoas entendem que estamos ali por sermos profissionais e que estamos trabalhando. A única coisa que mudou é que a rotina nossa como profissional se alterou; hoje entramos por portões diferentes, antigamente entrávamos, íamos para uma salinha com a imprensa e esperávamos um momento ou arrumávamos as cadeiras no campo e agora isso tudo mudou.

Jogadores de Cabofriense e Botafogo antes da partida entre Botafogo e Cabofriense como parte do Campeonato Carioca no estádio Nilton Santos (também conhecido como Estádio Engenhão) em 28 de junho de 2020 no Rio de Janeiro, Brasil. A partida é disputada a portas fechadas e outras medidas de precaução contra o pandemia de coronavírus (COVID – 19). (Foto de Buda Mendes / Getty Images)

Hoje em dia, primeiro você entra direto para uma sala onde vai testar se tem Covid-19 e você só pode acessar o campo após o teste negativo. Assim que chega no estádio, para o carro, tem sua temperatura testada e caso esteja um pouco acima, já não te deixam entrar. Depois vai para a sala de testes. Se o resultado for positivo, você é mandado para fora do estádio e, caso não tenha plano de saúde, te encaminham para um hospital público.

Porém, se o teste for negativo, o fotógrafo pode entrar no campo, mas é proibido de sair do estádio. Antigamente, podíamos dar uma volta enquanto o jogo não começasse. Se quiser sair do estádio e dar uma volta, só pode enquanto espera o resultado do teste ou antes de entrar no local.

O treinador do Flamengo Jorge Jesus, usando uma máscara facial, observa antes da partida entre Flamengo e Bangu como parte do Campeonato Carioca no estádio do Maracanã em 18 de junho de 2020 no Rio de Janeiro, Brasil. A partida é disputada a portas fechadas e outras medidas de precaução contra o pandemia de coronavírus (COVID – 19). (Foto de Buda Mendes / Getty Images)

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