A tarefa é muito difícil entre tantos ídolos, mas o Torcedores listou dez “lendas” na rica trajetória do Santos
Fundado em 14 de abril de 1912, o Santos se tornou um dos clubes mais vitoriosos e conhecidos de todo o planeta. Time com maior número de gols na história do futebol mundial, o primeiro do Brasil a jogar nos cinco continentes (Américas, Ásia, África, Europa e Oceania) e revelador de inúmeros craques como Coutinho, Pepe, Pita, Zito, Clodoaldo, Juary, Diego, Robinho, Neymar, Gabriel, entre tantos outros, além é claro do maior de todos, Pelé, o Rei do Futebol.
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Confira abaixo dez jogadores considerados “lendas” na rica trajetória do Santos, que há pouco menos de dois meses completou 108 anos. Ídolos idolatrados pelos torcedores santistas que tão bem representaram a camisa alvinegra nos campos de futebol do mundo inteiro:
Pelé, o maior de todos os tempos
Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente por Pelé, não ficou marcado apenas como a “grande lenda” da história do Santos, mas é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos. Autor de 1.091 gols em 1.116 partidas disputadas com a “lendária” camisa 10 alvinegra, além de inúmeros títulos conquistados pelo Peixe, foi eleito em 1981 o “Atleta do Século”, em votação realizada pelo jornal francês “L’Equipe” com jornalistas das 20 mais importantes publicações esportivas do mundo.
Pepe, o Canhão da Vila
José Macia, o “seo Pepe”, apelidado de “Canhão da Vila” em razão do potente chute com a perna esquerda, costuma dizer que, com 405 gols marcados em 741 partidas, é o maior artilheiro da história do Santos. E o motivo é simples. Para Pepe, “Pelé não conta, ele é de outro planeta”. Lenda na Vila Belmiro com 25 títulos conquistados jogando entre 1954 e 1969, Pepe comemorou 85 anos em fevereiro passado e agora é um “oldtuber” ou “o youtuber mais velho” do país, como ele próprio se autointitula. Incentivado pela filha, que é jornalista, o ídolo santista criou o “Canal Pepe 11” para relembrar histórias curiosas e engraçadas que viveu no futebol, dentro e fora das quatro linhas.
Coutinho, o maior camisa 9 da história do Santos
“O equilíbrio da rebeldia e da elegância de um Santos que assustava quem quer que fosse, onde quer que fosse. Porque se parar um Pelé só era difícil, imagina dois”. A frase é do jornalista Victor Borges e foi publicada no site oficial do clube em texto de homenagem ao “intenso, inquieto e lendário” Coutinho, o maior centroavante da história do Alvinegro Praiano, o jogador que fez da pequena área “o seu castelo e o seu lar” e formou com Pelé a maior dupla de ataque do futebol, imortalizando a famosa “tabelinha”. Coutinho estreou pelo Santos com 14 anos de idade, anotou 368 gols em 457 jogos e se tornou o terceiro maior goleador do Peixe. Faleceu em março de 2019 aos 75 anos.
Zito, o eterno capitão
José Ely de Miranda, bem mais conhecido por Zito, é considerado o melhor volante do futebol brasileiro em todos os tempos. Com forte liderança dentro de campo, além de porta-voz dos atletas junto à diretoria, era o “gerente” que nem Pelé contestava. Disputou 726 jogos com a camisa santista, assinalou 57 gols e conquistou vários títulos. Depois de se aposentar dos gramados, exerceu papel importante nas categorias de base do clube. Em frente ao estádio da Vila Belmiro foi construída uma estátua em sua homenagem, inaugurada no ano de 2017, e a braçadeira de capitão da equipe passou a ter a letra “Z” estampada. Faleceu em junho de 2015 aos 82 anos.
Carlos Alberto Torres, o “Capita”
Carlos Alberto deixou o Fluminense e chegou à Vila Belmiro no início de 1965, aos 20 anos de idade, onde permaneceu por dez temporadas e conquistou dez títulos, assinalando 40 gols em 443 partidas vestindo a camisa santista. “Lendas” do futebol, como Pelé e o holandês Johan Cruyff, o definem como “insuperável” em sua posição, o maior lateral-direito de todos os tempos. Com 61 jogos, é o segundo atleta do Santos que mais vestiu a camisa da seleção brasileira (atrás somente de Pelé, que tem 113) e foi o capitão na conquista do tricampeonato na Copa do Mundo do México em 1970. Faleceu em outubro de 2016 aos 72 anos.
Neymar, o Menino da Vila que se tornou astro
Logo que estreou pelo time profissional, substituindo o “guerreiro” Molina aos 15 minutos do segundo tempo do jogo diante do Oeste, pelo Paulistão de 2009, o torcedor santista sentiu que se tratava de um verdadeiro craque. Confiante, irreverente, driblador, quase “irresponsável” com a bola nos pés, ele anotou seu primeiro gol uma semana depois no Pacaembu, na vitória por 2 x 0 sobre o Mogi Mirim. Líder incontestável da terceira geração de Meninos da Vila, que conquistou a Copa do Brasil e o tricampeonato da Libertadores da América, Neymar se despediu do clube que o revelou em 2013 para brilhar no futebol europeu, após 230 jogos disputados e 138 gols marcados com a camisa do Peixe. Mas antes, a “lenda” fez uma promessa nas paredes do vestiário: “Eu vou… Mas eu volto”.
Araken, o “Le Danger”
Impossível não citar Araken Patusca como um dos grandes nomes e “lenda” do futebol no Brasil. Goleador e veloz, ganhou o apelido de “Le Danger” da imprensa francesa em 1925, quando participou de uma excursão na Europa emprestado pelo Santos ao Paulistano. Dois anos depois, foi o artilheiro do Campeonato Paulista com 31 gols, marca jamais alcançada antes na competição e anotou sete tentos na goleada do Peixe sobre o Ypiranga por 12 x 1. Ao lado de Omar, Camarão, Feitiço e Evangelista, formou ainda o “Ataque dos 100 Gols” em 1927, com média “absurda” de 6,25 por partida. Entrou em campo 196 vezes com a camisa santista e marcou 182 gols, um deles na vitória diante do Corinthians por 2 x 0, em pleno Parque São Jorge, que deu o título paulista de 1935 ao Santos, o primeiro da história do clube. Faleceu em janeiro de 1990 aos 85 anos.
Edu, 10 anos de arte no Santos
Edu é o mais jovem jogador da história a vestir a camisa da seleção brasileira numa Copa do Mundo. Com apenas 16 anos, o então ponta-esquerda foi convocado para o Mundial da Inglaterra de 1966. Natural de Jaú, no interior paulista, chegou à Vila Belmiro naquele mesmo ano e permaneceu por dez temporadas, sendo apontado como um dos grandes responsáveis pela renovação do brilhante time do Santos que encantou o mundo na década de 60. Pelo Peixe, o “lendário” atacante disputou 584 partidas e marcou 183 gols, um deles uma “pintura” na goleada santista por 4 x 0 diante do São Paulo, em clássico pelo Campeonato Brasileiro de 1972 disputado no estádio do Morumbi, considerado o mais bonito de sua carreira.
Giovanni, o “Messias”
Em suas três passagens pelo Santos, o talentoso camisa 10 disputou 140 jogos, marcou 73 gols e conquistou três títulos: os Campeonatos Paulistas de 2006 e 2010 e a Copa do Brasil de 2010. Também jogou pelo Barcelona (ESP) e foi vice-campeão mundial com a seleção brasileira na Copa da França em 1998. No entanto, tornou-se “lenda” na Vila Belmiro bem antes, mesmo sem levantar nenhum troféu, mas ao ser o protagonista da emblemática campanha do Peixe no Brasileirão de 1995, especialmente na inesquecível e épica virada sobre o Fluminense por 5 x 2 no Pacaembu, pela semifinal da competição. Algo que ficará marcado para sempre na memória do torcedor santista.
Rodolfo Rodríguez, o “goleiro maior que o gol”
O uruguaio é considerado uma das grandes “lendas” da história do Santos e defendeu o gol santista em 255 partidas entre 1984 e 1988, um dos líderes da equipe que conquistou o Campeonato Paulista de 1984, vencendo o Corinthians no jogo final por 1 x 0, com gol de Serginho Chulapa. Onde quer que se fale o nome de Rodolfo Rodríguez, a primeira lembrança que vem à cabeça dos torcedores é a excepcional atuação na partida diante do América, de São José do Rio Preto, com uma sequência de cinco obstruções naquela que é considerada uma das maiores defesas da história do futebol. Em 2010, o Santos lhe presenteou com uma placa em homenagem ao “lendário” e memorável lance.