Luxemburgo diz que a discussão sobre racismo no futebol é ampla e acredita que não se chegará a um consenso sobre o que é ou o que não é
O técnico Vanderlei Luxemburgo foi alvo de críticas na última semana por causa de uma declaração sobre o racismo no futebol, quando minimizou os atos racistas e falou em ‘bobagem’. Agora, em entrevista ao Globoesporte.com, o treinador do Palmeiras explicou o que tentou dizer e fez questão de deixar claro que é totalmente contra o racismo.
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“A declaração depende muito de como se coloca, por isso gosto de dar entrevista ao vivo, não pode editar. O que eu falei foi que sou totalmente contra o racismo. Não tem que existir. Minha filha foi casada com negro, tenho uma neta que é mistura. Não tenho nenhum problema, o Márcio que trabalha comigo é negro. Não tenho nenhum problema com isso. Sou totalmente contra o racismo. E aquele ato do policial mostra o racismo puro, aquela atitude é racismo puro”, começou o Luxemburgo ao ser questionado sobre a questão do racismo no mundo.
Sobre a declaração que causou polêmica, o técnico explicou. “O que quis dizer é que, na bola, o Pelé sempre foi chamado de negão. Não é racismo. Ele era chamado de negão na bola, a gente chamava todo mundo de negão. Isso não é racismo, isso que eu quis falar. Isso existe há anos. Quantas vezes você já não ouviram isso de “passa a bola, negão”. Isso que eu quis falar que não seja tratado como racismo. É uma bobagem ver isso em um treino e falar que chamou o outro de negão no treino. Racismo é algo diferente.”
“No jogo de futebol, sair com a atitude de brigar, chamar o cara disso e daquilo, isso é atitude de racismo plena. Como eu que falei, pegaram… Morrem brancos e pretos equivocadamente. Achei legal nos Estados Unidos, nas passeatas, brancos e pretos juntos. Da mesma forma, morrem brancos e pretos. A vida é assim. A atitude do policial é racista. A atitude de outras é racista. A atitude no futebol, racistas já existiram, mas tem muitas que não são e as pessoas tratam como racismo. As pessoas entenderam de forma equivocada. Eu sou totalmente contra o racismo”, completou.
EXISTE RACISMO NO FUTEBOL?
Em uma pergunta direta sobre a existência do racismo no futebol, Luxemburgo falou sobre ‘situações isoladas’ que acontecem durante uma partida. “Eu não vejo um racismo prático, atuado, da agressividade. Existe isoladamente, dentro do jogo, a provocação de o cara chegar e falar isso, é racismo. A provocação da arquibancada às vezes é para desestabilizar o adversário, com atos de racismo, aquele negócio, mas passa mais como uma provocação. Interpreta-se como racismo ou provocação, não sei.”
“Tem a homofobia hoje, mas quantas vezes se fala desde antigamente? É uma discussão atual, forte, sobre homofobia, racismo, uma série de coisas. Essa discussão é ampla, tem de se discutir e chegar a um consenso, que eu acho que não vai chegar. Ela vai avançar por um longo tempo e não se chegará a um consenso sobre o que é ou o que não é”, completou.
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