Jogos estão suspensos no país desde a metade do mês de março
A pandemia do coronavírus impactou o futebol nacional de forma incisiva e seu o calendário totalmente incerto. Passados três meses de combate à Covid-19, o cenário de retomada dos estaduais começa a evoluir em alguns estados. Como cada região vivencia uma realidade distinta, a volta das competições deve acontecer de forma gradativa.
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Diante do surgimento dos primeiros casos no Brasil, a CBF anunciou no dia 15 de março a suspensão dos torneios organizados por ela por tempo indeterminado. Na época, a entidade deixou a cargo das federações a decisão de continuar ou não os estaduais, e ao longo da semana, os certames foram sendo paralisados.
Desde então, muito se discutiu sobre a retomada do futebol no país. Registrando números alarmantes dia pós dia, a pandemia do coronavírus ainda segue assolando grandes centros e cidades interioranas.
BOLSONARO
Por parte do governo, o presidente Jair Messias Bolsonaro se mostrou favorável à retomada das competições no país, e chegou até “consultar” o técnico Renato Gaúcho sobre a situação.
“Quando você proíbe jogos de futebol, entre outras coisas, você está partindo para o histerismo, no meu entender”, disse o chefe do Executivo em entrevista para a CNN em março.
MANDETTA
Demitido do cargo de ministro da saúde justamente por divergências com o presidente Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta sempre se posicionou contra uma volta das competições de forma precoce.
“Ao meu ver, temos outras medidas mais importantes a fazer antes de falar de futebol. Acho que a gente estaria atropelando a história natural desse vírus. Não tem elementos para fazer essa decisão no momento. Estamos aumentando o número de casos. Seria decidir pelo retorno e logo na frente ter que suspender”, disse o ex-ministro quase um mês depois do seu desligamento do cargo.
CONTATO COM A CBF
No fim de abril, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, revelou que o Governo Federal estava conversando com clubes para planejar o reinício das competições.
– Estamos conversando com a CBF e com os clubes para garantir que os protocolos sejam adequados para termos tempo de implementar. Mas o que a gente pode dizer é que isso será em breve. O povo brasileiro está em casa, quer assistir a seu jogo de futebol, os campeonatos têm que continuar. Óbvio, assim que as condições forem propícias, eles vão continuar – afirmou, ainda evitando adiantar uma data de recomeço.
PERDEU O RITMO
Apesar de ter sido defensor da paralisação do futebol, o técnico Jorge Jesus, do Flamengo, classificou a pausa como algo prejudicial para sua equipe que vinha em um momento excelente.
“O Flamengo estava no caminho certo para uma hegemonia no futebol brasileiro, não tenho dúvidas. Essa pandemia foi muito ruim. Ela tirou o entusiasmo do Flamengo, por exemplo. E isso pode fazer a diferença na hora de ser hegemônico”, declarou.
DIRIGENTE DO GLORIOSO
Diferentemente do arquirrival Flamengo, o Botafogo se mostra contra um retorno imediato das competições. Em entrevista ao GE no mês passado, o presidente Nelson Mufarrej, criticou a ideia de voltar com treinamentos durante o pico da Covid-19.
“Não existe hipótese de colocar nossos atletas em campo, seja para treino ou jogo, sem garantia de saúde. Passamos tanto tempo parados para voltar a ter contato presencial nos treinos justamente no pico, no auge das mortes, no momento que o sistema de saúde está ficando asfixiado? Do que adiantou todo esse período parado? Vamos jogar fora? Além de ilógico e de total desconexão com a realidade, é desumano”
PALAVRA DOS JOGADORES
Em maio, a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) divulgou um vídeo com jogadores destacando a importância de priorizar a saúde antes do futebol.
“O povo brasileiro ama e quer o futebol. Nós amamos e queremos voltar, nossas famílias precisam de nós. Somos todos pelo trabalho, mas precisamos pensar na saúde de todos nós. Trabalho seguro, grandeza da nação. Com fé, venceremos essa partida juntos”.
