De acordo com técnico do São Paulo, outras equipes treinam há mais tempo que o São Paulo; Fernando Diniz também mostrou preocupação com saúde mental
Durante a parada do futebol por conta da pandemia do coronavírus, Fernando Diniz foi um dos técnicos que mais falou à imprensa. No retorno das atividades, o treinador do São Paulo manteve a toada. Em entrevista à SPFCTV, canal oficial do clube, ele falou o que acha da volta do esporte e, também, mostrou preocupação com o mental dos atletas. As palavras foram concedidas na última sexta-feira (26).
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Fernando Diniz declarou injustificada a volta do futebol. “Eu acho injusto (voltar nos dias 8 e 9 de agosto). Acho ruim para o futebol. Acho que o Brasil como país, como unidade, tem que fazer um campeonato que seja mais justo. Porque é uma desigualdade grande se tem uma equipe treinando mais tempo do que você. E por que nós estamos treinando há menos tempo? Porque os clubes de São Paulo fizeram o correto de seguir as ordens governamentais das entidades de saúde para seguirmos o protocolo. E seguimos. Então os quatro clubes de SP não podem ser penalizados pelo certo, porque de alguma forma já vai sair atrás. Quanto mais cedo você voltar, mais penalizados os times de São Paulo vão ser”, declarou o treinador.
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Ansiedade
Conhecido como “mal do século XXI”, a ansiedade também foi tema da entrevista. Fernando Diniz declarou que tem especial preocupação com a parte mental dos atletas. “Os jogadores estavam muito ansiosos para voltar. Eles são acostumados a jogar, a treinar, a receber o carinho do torcedor, uma vida muito agitada e fisicamente muito ativa. Imagine ficar enclausurado? Eles tinham esse desejo muito grande. Outro fator positivo que é bom colocar: o número de casos de COVID-19 que a gente teve mostra claramente que eles souberam se cuidar, respeitar, foram na direção que o clube como instituição escolheu, de se preservar, seguir as ordens governamentais. O elenco está de parabéns por isso também”, afirmou o técnico.
E ele?
Quanto a ele mesmo, Fernando Diniz demonstrou tranquilidade. “Eu senti muita falta do futebol, mas de alguma forma já estou me contentando, mesmo sem ainda poder trabalhar de fato. Essa primeira semana está sendo de testes, avaliações. Mas vai ser para mim uma alegria muito grande poder trabalhar aqui. Eu sinto muita falta do treino, eu preciso estar no campo para tirar o melhor de mim. Já falei algumas vezes que meu melhor momento de viver é estar no campo dando treinamento, então estou bastante feliz de voltar. Estou, de certa forma, com a ansiedade controlada, porque respeitei muito essa quarentena, fiquei muito entristecido com tudo o que aconteceu no mundo e de maneira especial aqui no nosso país. Eu soube controlar minha ansiedade por conta disso, era uma coisa muito maior do que meu desejo individual de estar ativo no futebol”, finalizou o treinador, formado em Psicologia.
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