Gaspart também falou sobre a polêmica transferência de Figo
O ex-presidente do Barcelona não costuma ficar em cima do muro, e desta vez não foi diferente. Para o empresário, se o time não vence uma Liga dos Campeões, tem outras chances anuais de ser campeão. Mas um plebiscito pela independência da Catalunha seria algo a ser respeitado por mais de cem anos. Entretanto, o catalão afirmou que em um possível referendo, votaria não. Além desta declaração, Joan Gaspart falou sobre sua relação com Figo e afirmou também que não se sente ofendido quando dizem que ele foi o pior presidente da história do clube espanhol.
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Presidente do Barcelona entre 2000 e 2004, Gaspart acredita que um plebiscito pela independência da Catalunha traria mais benefícios. “Se o Barça não vence, pode voltar no outro ano. E nos outros seguintes. Também acho que ser convocassem um referendo, eu votaria ‘não’, mas deveríamos respeitar o resultado dele por pelo menos cem anos”, opinou o ex-presidente.
O catalão é considerado por alguns torcedores do Barça como o pior presidente da história, e Gaspart não se chateia com isso. “Os que dizem que fui o pior da história tem razão. Acredito que esta frase me define: nunca voltarei a exercer este cargo porque nem mesmo eu votaria em mim” confessou o ex-presidente. Durante o período em que Gaspart liderou o clube, o Barcelona não venceu nenhum título de expressão. “Durante 22 anos aproveitei muito ao lado do presidente Núñez. Eu fui o encarregado da área dos esportes. Contratei os melhores jogadores do mundo: Maradona, Romario, Schuster, Messi, Bakero, Beguiristain… Por isso venci as eleições. As pessoas me viam como um ídolo. Estaria la até morrer. Mas elas estavam equivocadas”, confessou Joan Gaspart.
“Na mesma noite em que fui eleito, Figo me chamou”
Em 2000, em uma negociação polêmica, o Barcelona cedeu Luís Figo ao Real Madrid por 60 milhões de euros. Em 2018, o ex-presidente do Baça chegou a chamar o português de traidor. “Na mesma noite em que fui eleito, Figo me chamou e disse: ‘Juan, tenho duas propostas. Uma para ir para o Real e outra para o Barça’. Eu lhe disse que o buscaria no aeroporto. E ele disse: ‘Meu empresário tem um contrato com o Real Madrid, que deve me render quinhentos milhões de pesetas (moeda espanhola antes do Euro). Não vou mentir para você, mas se me garantir que o Barcelona me pagará isso eu fico’. A jogada de Florentino foi sensacional”, explicou o empresário catalão.
O que enraiveceu o ex-presidente foi que ele não poderia dar aquele dinheiro, porque na hora da ligação não haviam meios de fazer a transferência. “Ele (Figo) me pediu que fosse buscá-lo com um aval da La Caixa de quinhentos milhões. Era meia noite! Não poderia fazer isso. Lhe dei a garantia em nome do Barça, de que assumiríamos nosso compromisso. E ele foi para o Real Madrid”, confessou Joan Gaspart.
Nenhuma sorte e muitos erros
Depois da transferência de Luís Figo, o Barcelona contratou Emmanuel Pettit e Marc Overmars do Arsenal e Gerard do Valência. “Depois da negociação do Figo, todo mundo imaginou que teríamos muito dinheiro para novas contratações. Os sócios pensaram: ‘Este senhor tem experiência e saberá o que fazer’. Mas estávamos em agosto. Alguém minimamente inteligente teria dito: ‘A esta altura não posso mexer no elenco, não posso ser o responsável’. Mas eu tinha sido vice-presidente por 22 anos… e chamei a responsabilidade. Contratei Overmars, um grande jogador, mas que não deu certo. Meu balanço: nenhuma sorte e muitos erros”, ponderou Gaspart sobre seu mandato.
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