Home Futebol Ex-atacante de Milan e Juventus teve pai morto pela máfia italiana e se encontrou no futebol

Ex-atacante de Milan e Juventus teve pai morto pela máfia italiana e se encontrou no futebol

Jogador disputou Eurocopa pela Azzurra e é campeão da Champions League

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Jogador disputou Eurocopa pela Azzurra e é campeão da Champions League

Nem todos os fãs de futebol lembram do atacante Marco Borriello, que se aposentou em 2018 após passagem pelo modesto Ibiza, da segunda divisão espanhola. O jogador, porém, participou de duas campanhas de título da Champions League e esteve em uma Eurocopa com a seleção italiana, em 2008.

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O atleta nasceu em Napoli e cresceu em uma região dominada pela Camorra, a máfia mais famosa da Itália. Antes mesmo de começar nas divisões de base passou por uma tragédia pessoal e quase desistiu dos sonhos.

“Penso no meu pai todos os dias. Chamava-se Vittorio, era ruivo e tinha olhos verdes. Durante a Segunda Guerra Mundial minha avó teve um amante inglês e ele herdou um pouco da elegância e da sofisticação britânica”, disse Borriello ao jornal Gazzetta dello Sport em 2018.

“Quando a Camorra (máfia de Napoli) matou o meu pai, eu era uma criança, tinha apenas 11 anos. O futebol me ajudou a olhar em frente e sei que hoje ele estaria orgulhoso de mim. Ele era torcedor do Napoli.”

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Ainda criança, Borriello deixou o local de nascimento para entrar nas divisões de base do Milan. Foi ligado ao clube até 2001, mas nunca jogou e foi repassado Treviso. Para ganhar tempo, foi emprestado ao Triestina e estreou na equipe profissional.

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Voltou ao Milan para a temporada 2002/03 após se destacar e participou da fase de grupos da Champions League, se sagrando campeão para a UEFA.

O jovem atacante passou a rodar por empréstimos até retornar ao Milan justamente na temporada 2006/07, a de mais um título de Champions League. Atuou na competição e conquistou sua segunda “orelhuda”.

Foi no ano seguinte, porém, já aos 25 anos, que Borriello explodiria no futebol italiano. Marcou 19 gols em 37 jogos pelo Genoa e foi convocado para a disputa da Eurocopa de 2008 pela Itália.

O Milan, mais uma vez, o recontratou e Borriello chegou a colocar atacantes importantes no banco na temporada 2009/10, quando foi titular e marcou 15 gols.

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No ano seguinte foi para a Roma e mais uma vez foi titular, quando fez 17 gols em 45 jogos disputados.

Faltava a Borriello uma taça de campeão nacional e a hora chegou em 2011/12, quando foi contratado pela Juventus. O atacante fez parte do elenco que iniciou a dinastia da Vecchia Signora e conquistou seu sonhado título.

Admirado em todos os times que passou, Borriello ganhou fama de baladeiro na Itália por suas férias exóticas após as temporadas. Muitos colocam sua falta de continuidade no Milan na conta das festas e das aparições em revistas de celebridades.

“Era só no verão, quando não havia campeonato. Em todos os lugares onde joguei fui sempre ídolo para os torcedores… Por um lado, as fotos em que apareci com todas essas mulheres bonitas me prejudicaram, mas por outro me deram visibilidade”, admitiu à Gazzetta dello Sport.

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O último grande ano da carreira de Borriello foi 2016/17, quando marcou 20 gols em 36 jogos pelo Cagliari e brigou pela artilharia do Campeonato Italiano.

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