Responsável pelo estudo, a RunRepeat analisou as declarações das transmissões de língua inglesa das quatro principais ligas de futebol da Europa
Nas análises dos comentaristas de TV, há maior chance de jogadores com tom de pele mais claro serem elogiados pela sua inteligência; já jogadores com tom de pele mais escuro, tendem a receber elogios pelas suas qualidades físicas.
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Esta foi a conclusão de um estudo produzido pela empresa RunRepeat, em parceria com a Associação de Futebolistas Profissionais (PFA). Os comentários analisados no estudo foram selecionados das transmissões de TV de língua inglesa de jogos das quatro principais ligas da Europa. Ao todo, 20 jogos de cada liga (Premier League, La Liga, Ligue 1 e Serie A) da temporada 2019/20 foram selecionados aleatoriamente.
Destes 80 jogos, foram analisadas 2.073 declarações referentes a 643 de jogadores de futebol de diversas origens e tons de pele.
Em números, quando os comentários tratam sobre a inteligência do jogador, 62,6% dos que são elogiados têm um tom de pele mais claro. Quando há criticas neste quesito, 63,33% dos jogadores são do grupo de tom de pele mais escuro.
Em comentários positivos quanto à força dos atletas, as chances para que um jogador com o tom de pele mais escuro seja citado é 6.59 vezes maior.
Quando comentaristas falam sobre velocidade, há 3,38 mais chances de serem sobre jogadores com tom de pele mais escura. Poucas declarações sobre a aptidão física dos atletas das principais ligas foram críticas ou em tom negativo.
Em entrevista ao Mundo Deportivo, Jason Lee, executivo da PFA, afirmou que o estudo é esforço para mostrar a necessidade de se falar sobre o racismo estrutural. “Para abordar o impacto real do racismo estrutural, temos que reconhecer e abordar o viés racial. Este estudo mostra um viés óbvio na maneira como descrevemos os atributos dos jogadores de futebol com base na cor de pele”.
Lee ressalta também a influência que os comentaristas de televisão têm sobre a percepção daqueles que assistem a partida de futebol. “Os comentaristas ajudam a moldar a nossa percepção de cada jogador, aprofundando qualquer tendência racial que o espectador já tenha. È importante considerar o alcance dessas percepções e como elas afetam os jogadores de futebol, mesmo depois que terminam suas carreiras”.
O estudo foi publicado em um momento em que por todo o mundo manifestações ocorrem para protestar contra o racismo estrutural. O movimento chegou ao futebol com diversas manifestações de atletas dentro e fora de campo. Na primeira rodada da retomada da Premier League, todos os times estamparam o slogan “Black Lives Matter” em sua camisa.
Clique aqui para ler o estudo completo.
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