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Coronavírus pode atrapalhar planos do vôlei brasileiro em Tóquio-2021

Nos primeiros meses do surto do novo coronavírus no mundo, diversas modalidades olímpicas foram afetadas pela suspensão de seus campeonatos e logo depois, o COI decidiu pelo adiamento da Olimpíada para o próximo ano

Por Andressa Fischer em 16/06/2020 06:59 - Atualizado há 4 anos

Foto: Reprodução/Montagem

Nos primeiros meses do surto do novo coronavírus no mundo, diversas modalidades olímpicas foram afetadas pela suspensão de seus campeonatos e logo depois, o COI decidiu pelo adiamento da Olimpíada para o próximo ano

Muitos jogadores da duas seleções de vôlei do Brasil já passaram dos 30 anos ou vão completar três décadas de existência até os Jogos Olímpicos. Dessa forma, o Torcedores.com trouxe um levantamento comparando a média de idade dos times de José Roberto Guimarães e Renan Dal Zotto durante o último ciclo e com os principais adversários dos brasileiros.

A média de idade alta de ambas as seleções preocupa para o próximo ano. Por exemplo, o capitão Bruninho deve jogar a quarta Olimpíada da carreira com 35 anos, assim como Lucão. Leal e Maurício Souza terão 33 e 32, respectivamente. E entre as mulheres, Macris, Natália e Tandara estarão com 32 e 33 anos, na ordem.

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Além da faixa etária alta, Renan e Zé Roberto terão outro problema para administrar. Enquanto os casos do COVID-19 crescem no Brasil e o esporte segue sem perspectiva de retorno, as seleções europeias começam a voltar à rotina de treinamentos.

O time masculino da Polônia e o feminino de Sérvia e Rússia já retornaram os treinamentos. E a previsão é de que mais equipes europeias façam o mesmo nas próximas semanas, visto que a pandemia começa a diminuir no Velho Continente.

Média de idade alta dos times de Zé Roberto e Renan, e a ausência de treinamentos por conta da pandemia preocupa para Tóquio-2021

Com o time base da seleção feminina que disputou a última Copa do Mundo, a média de idade do time de José Roberto Guimarães em Tóquio-2021 seria de 30,5 anos, com os pilares Gabi, Tandara e Natália. No entanto, com a entrada das veteranas no grupo olímpico, a média aumenta em três anos.

Na conquista do Grand Prix 2017, melhor apresentação da seleção no atual ciclo olímpico, a média de idade era de 27,5 anos. Sendo que a atleta mais velha do grupo era a líbero Suelen, com 31 anos, que corre por fora em busca de uma vaga entre as 12.

Já Renan Dal Zotto começou o ciclo com uma média de idade um pouco superior. O time que foi campeão da Copa dos Campeões de 2017 tinha em média 28 anos de idade, sendo que os mais velhos eram Bruninho e Lucão com 31, e Tiago Brendle com 32, tendo em vista que o líbero não faz mais parte dos planos do técnico.

Na conquista da Copa do Mundo do ano passado, a média era de 30,5 anos e com a mesma base de time em Tóquio, fica em 32, tendo Bruninho e Lucão como os mais velhos, com 35 anos de idade.

Por sua vez, os adversários de ambas as seleções nos Jogos Olímpicos possuem média de idade parecida. Entre as mulheres, apenas a algoz China, a Itália e o arquirrival Estados Unidos possuem uma média abaixo dos 30 anos com seus times bases, de 26 e 28, respectivamente.

A Sérvia passa pelo mesmo processo brasileiro, com uma mescla de veteranas e mais jovens, tendo uma média de 31 anos de idade. Se o time base do Brasil for formado por Macris, Tandara, Thaísa, Adenízia, Natália, Gabi e Brait, como imagina-se, a média brasileira fica em 32 anos.

Do lado dos homens, a média de idade dos principais adversários do Brasil se assemelha. Apenas Estados Unidos e Itália fogem à regra com 32 anos. Polônia e Rússia possuem média de 31 e 30 anos, respectivamente.

Essa média de idade alta somada a um bom condicionamento físico pode dar uma pequena vantagem para a seleção melhor preparada. E pensando em se preparar para os Jogos, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) estuda levar ambos os times para Portugal, onde a pandemia está perdendo força.

Contudo, muitos atletas, principalmente no vôlei feminino, preferem ficar perto dos filhos, o que treinamentos em outro continente não permitiriam. Por isso, a ideia deve ser analisada, pensando no bem-estar dos jogadores, antes de ser colocada em prática.

Relembre como foi o ciclo olímpico de Tóquio-2021 das duas seleções do Brasil

Sem seu tripé principal, seleção feminina decepciona no ciclo olímpico

Em processo de renovação, a seleção feminina teve mais dificuldade nos últimos três anos do que a masculina. Na última edição do Grand Prix, as brasileiras jogaram com Natália e Tandara, mas sem Gabi, e foram campeãs em uma final emocionante contra a Itália, conquistando o 12º título na competição.

A equipe comandada por José Roberto Guimarães é a recordista em números de títulos. Para se ter noção do tamanho da hegemonia brasileira na antiga competição, que em 2018 deu lugar à Liga das Nações, o segundo maior vencedor Estados Unidos possui seis medalhas de ouro a menos.

No mesmo ano, o Brasil terminou com o título do Sul-Americano e do Montreux e na segunda colocação da Copa dos Campeões. Contudo, a seleção decepcionou no ano seguinte. Em 2018, o foco das duas seleções se voltou para a Copa do Mundo, um dos únicos título que faltaram para a geração bicampeã olímpica. E que viria a ser uma pedra no sapato do Brasil mais uma vez.

Mais uma vez desfalcado pelas lesões, o Brasil jogou apenas com Gabi de seu tripé principal, mas teve o reforço de Fernanda Garay no torneio. Jogando de forma irreconhecível, as brasileiras terminaram apenas na sétima colocação, sem avançar para a fase final.

Em 2019, as meninas deram a volta por cima durante a Liga das Nações e fizeram a final contra o favorito Estados Unidos, chegando a ficar a um set do título inédito. Mas novamente as lesões atrapalharam os rumos do time de Zé Roberto. Natália precisou deixar o jogo no meio por lesão, e a equipe brasileira acabou tomando uma virada histórica.

Com destaque para a atacante e a ‘jovem veterana’ Gabi, o Brasil conseguiu a vaga para a Olimpíada de Tóquio no Pré-Olímpico, contra Azerbaijão e República Dominicana, depois de muito sufoco.

No Pan de Lima, por sua vez, novamente uma equipe alternativa representou o Brasil, assim como na Copa Pan-Americana no ano anterior, e novamente decepcionou, ficando apenas em quarto lugar.

Tentando achar uma fórmula para superar os resultados negativos, Zé Roberto convenceu Sheilla e Fabiana a retornarem à seleção para a disputa do Sul-Americano e da Copa do Mundo e dividiram opiniões entre os torcedores. E com as bi olímpicas sem ritmo de jogo no banco, a seleção brasileira foi novamente soberana no torneio continental e levantou o caneco. Porém, as brasileiras não tiveram o mesmo sucesso no torneio mundial e terminaram apenas na sétima colocação.

Era Renan tem altos baixos mas com grandes pretensões em Tóquio-2021

Em sua primeira grande competição a frente da seleção brasileira, Renan contou com atuações luxuosas de Lucarelli e Maurício Borges, e chegou a fase final da Liga das Nações 2017 em Curitiba. No entanto, os brasileiros não tiveram êxito em passar pela França de N’gapeth, Grebennikov e cia na finalíssima da competição.

No final da temporada, enfim a glória veio. Com uma campanha perfeita, Renan conquistou o primeiro título a frente da equipe brasileira na Copa dos Campeões, com destaque para Lucarelli – eleito o melhor jogador do torneio, e encerrou o ano com a conquista do Sul-Americano, mantendo a hegemonia no continente.

No ano seguinte, o treinador precisou achar uma solução para a ausência de Lucarelli – lesionado – e início, depositou suas fichas em Maurício Borges, no entanto, o ponteiro acabou sofrendo uma grave lesão na reta final da Liga das Nações e precisou desfalcar o Brasil no resto da temporada.

Com um rodízio de ponteiros após a lesão de Borges, o Brasil amargou a quarta colocação da VNL e chegou ao Mundial desacreditado. Sem Lucarelli e Maurício Borges, Renan iniciou a competição com Lipe de titular e fazendo um revezando entre Douglas Souza e Kadu.

A afirmação de Douglas Souza e o aparecimento de Alan 

Mostrando porque ganhou crédito com Bernardinho em 2016 quando integrou o grupo campeão olímpico, Douglas agarrou a oportunidade de poder ser titular no Mundial e teve um desempenho impecável ao longo da competição.

No entanto, após uma grande campanha, os brasileiros não conseguiram passar da Polônia na final. Mas o paulista de 24 anos foi merecidamente eleito o segundo melhor ponteiro do torneio e no final do ano ainda recebeu o prêmio de melhor atleta olímpico brasileiro de 2018, no Prêmio Brasil Olímpico.

Em 2019, o Brasil teve mais um desempenho decepcionante na VNL e amargou apenas a quarta colocação no torneio. Mas com a estreia de Leal com a amarelinha e o aparecimento de novos talentos, como Alan e Flávio, o Brasil conquistou a vaga em Tóquio no Pré-Olímpico, e no final do ano levantou os canecos do Sul-Americano e da Copa do Mundo.

O grande desempenho de Leal e Alan com a camisa da seleção no ano passado colocou em xeque as titularidades de Douglas e Wallace, uma vez que o primeiro ainda demonstra ser irregular e o segundo vem temporadas ruins, tanto pelo clube, quanto pela equipe nacional.

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