Retomada dos treinos no Ceará obedece rotina para reduzir risco de lesões
Após terceira semana de treinos, preparador físico do clube explica como tem sido elaborado o cronograma de atividades com os jogadores
Devido ao longo tempo de paralisação do futebol no Brasil por conta da pandemia do coronavírus, que já dura mais de três meses, a comissão técnica do Ceará entende que, neste momento, é preciso conciliar duas situações importantes no retorno dos jogadores aos treinamentos: “correr contra o tempo” para recondicionar fisicamente os atletas e, ao mesmo tempo, adotar os cuidados necessários para se evitar o risco de lesões.
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“Com essa parada, mesmo com as atividades que eles vinham fazendo em casa, o jogador saiu muito da parte específica dele, que são os treinos com bola e situações de corrida. O importante dessa volta é fazer com que eles voltem a executar o que faziam anteriormente. De acordo com a evolução das fases, a gente vem aumentando gradativamente a carga dos jogadores e o nível de trabalho”, explica Waldir Nogueira, preparador físico do Vozão.
A terceira semana de treinamentos no CT do clube em Porangabuçu já foi finalizada e a previsão é de que, nos próximos dias, atividades técnicas e táticas sejam melhor desenvolvidas com os jogadores após a liberação dos treinos coletivos. Até o momento, os atletas cumprem o protocolo de retomada seguindo as medidas de distanciamento entre eles.
O elenco do Ceará não possui nenhuma baixa registrada por contaminação da Covid-19, a doença causada pelo coronavírus, e o técnico Guto Ferreira tem os 37 atletas à disposição para os treinamentos. O cronograma elaborado obedece a um aumento gradativo de carga nas partes física e técnica de acordo com o período em que os jogadores permaneceram em quarentena, de modo a tentar reduzir o risco de eventuais lesões.
“Estamos evoluindo também na parte física, para que a gente possa, já semana que vem, dentro do protocolo, entrar com enfrentamentos normais de treinamento. Está no momento da gente evoluir para os treinamentos em conjunto. É lógico tudo que fizemos precisa do aval do setor médico”, declarou o treinador.
Essa rotina segue um acompanhamento diário que inclui análise de dados, exames de imagem e coletas de sangue, por exemplo, envolvendo os setores de preparação física, fisiologia, fisioterapia, médico e de nutrição, que trabalham em conjunto compartilhando informações.
“Ainda não temos contato com os jogadores, mas nessa quarta semana já começaremos a aumentar um pouco mais a intensidade dos trabalhos com treinos que atendem às especificidades do futebol”, relata o preparador físico Waldir Nogueira.
O clube ainda ressalta que os quase três meses sem atividades presenciais é algo incomum para atletas de alto rendimento, já que, em períodos de férias ou pausa na temporada para disputa de Copa América ou Copa do Mundo, por exemplo, esse tempo chega a ser de, no máximo, pouco mais de 30 dias.