Home Mídia Esportiva Casagrande lamenta preconceito que sofre por ser dependente químico: “sei o tamanho da dor que eu tenho”

Casagrande lamenta preconceito que sofre por ser dependente químico: “sei o tamanho da dor que eu tenho”

Comentarista fez relato comovente durante programa do SporTV

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Comentarista fez relato comovente durante programa do SporTV

O comentarista e ex-jogador Walter Casagrande Junior fez relato comovente sobre sua situação como dependente químico durante participação no programa Troca de Passes, do SporTV, no último domingo (7).

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O ídolo do Corinthians falava sobre as manifestações contra o racismo nos Estados Unidos e evitou comparar sua situação com outras lutas, mas revelou o quanto sofre por sua situação de dependente químico.

“Eu sofri preconceito, e sofro ainda, porque sou dependente químico. É uma classe que não tem respeito. Chamam de viciado, drogado, vagabundo, e você tem que ouvir e seguir em frente. Eu aprendi a seguir em frente”, disse o comentarista do Grupo Globo, que revelou que sua primeira Copa do Mundo totalmente “limpo” foi em 2018.

“Eu não sei como é a dor de um negro quando sofre racismo, mas eu sei como é a dor de um cara que é dependente químico, que luta todos os dias para não recair, e é chamado de drogado, viciado e vagabundo. Eu sei o tamanho da dor que eu tenho. Então, eu respeito muito o tamanho da dor das outras pessoas.”

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Casagrande viveu problemas com drogas desde a carreira profissional até quando se tornou comentarista de TV. Chegou a ser afastado da emissora carioca para tratamento de sua dependência.

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“A minha dor de ser dependente químico e ser chamado de vagabundo é muito grande, que passa pelo meu coração e vai direto na minha alma. Acho que deve ser uma dor parecida a do racismo. A dor de um ato racista fere a alma de um negro.”

O comentarista, que como jogador passou ainda por São Paulo, Flamengo, Torino, Porto, entre outros clubes, pediu o fim da violência contra minorias.

“Eu sou um cara que veio da periferia, e meus pais me ensinaram a ter respeito por todas as pessoas, independentemente de qualquer diferença. Eu cresci dessa maneira e sou desse jeito”, disse Casagrande.

“A sociedade não aguenta mais a violência, a opressão, o racismo, a homofobia, feminicídio. A sociedade não quer mais isso. O mundo não quer mais um joelho no pescoço. O mundo quer respirar. A nossa sociedade quer respirar. Todo mundo quer respirar. Este joelho no pescoço do George Floyd é um joelho no pescoço do mundo.”

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