Valdivia ainda relembrou a polêmica com Marcos Assunção e falou sobre as lesões que teve em sua segunda passagem pelo Palmeiras
Aos 36 anos e atualmente no Monarcas, do México, o meia chileno Valdivia acredita que seria feliz se estivesse no atual elenco do Palmeiras, principalmente sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhou no próprio clube, em 2008, e foi campeão Paulista com o treinador.
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“Eu seria feliz (no time atual), né? Ter um time de qualidade, dar o passe e a bola voltar redondinha, com o Vanderlei de treinador, que já conheço, e não seria uma equipe nova, em que não conheço ninguém nem posso me expressar. Esse elenco do Palmeiras é um dos melhores do Brasil e vem sendo um dos melhores de um tempo para cá”, disse Valdivia em entrevista ao programa ‘Aqui com Benja’, do Fox Sports.
Chileno ainda falou sobre retornar ao clube algum dia, mesmo que seja apenas como convidado. Ao falar sobre o assunto, lamentou a falta de reconhecimento. “É lógico que quero voltar. Gostaria muito de, um dia, voltar para, pelo menos, assistir a um jogo como convidado. Nunca sou lembrado em nada, nunca sou citado. Se tiverem problema comigo, podem ligar, mandar mensagem. Pelos sete anos que passei lá, gostaria de, um dia, ser lembrado nas redes sociais do clube, com um parabéns, feliz aniversário, um vídeo com jogada minha. Mas, independentemente de qualquer coisa, sou palmeirense. Não esqueçam isso. Sou feliz só em ver o Palmeiras, no fim do ano ou de um campeonato, aparecendo ali “campeão”. Sou eternamente agradecido e feliz por fazer parte da história do Palmeiras”.
“Sempre serei grato e feliz por esse sentimento de carinho da torcida. Sou um cara apaixonado pelo clube. Conheci dois clubes: um f…, lá no fundo, e um com tudo de ruim saindo do Palmeiras. Passei pelas duas fases, a complicada com a torcida invadindo CT, pegando no pé, quebrando carro de jogador, ameaçando. E tudo que passei no clube me fez amadurecer, crescer, me fez querer ainda mais o Palmeiras. É um clube muito difícil. Em fase boa, é muito lindo. Em fase ruim, e passei por muitas, é complicado, precisa aguentar pancada todo dia”, acrescentou.
Vale lembrar que, em duas passagens pelo Palmeiras – a primeira de 2006 a 2008 e a segunda entre 2010 e 2015 – Valdivia acumula 240 partidas disputadas e 41 gols marcados pelo clube, além dos títulos Paulista (2008), Copa do Brasil (2012) e Série B (2013).
VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:
POLÊMICA COM MARCOS ASSUNÇÃO:
— Em uma reunião que fizemos no vestiário, teve confusão, sim. O Assunção explicou muito bem depois, falou coisas positivas de mim, que eu era bom jogador, importante para o clube. Ele também jogou em uma época difícil no clube, estava quando caímos para a segunda divisão e, depois, não continuou. Teve, sim, uma confusão, mas, logo em seguida, conversamos. Expressei meu ponto de vista, o que sentia, ele também, e ficamos por isso. Mesmo jogando nunca fomos amigos, mas éramos companheiros, cada um defendendo o seu, e não teve mais do que isso.
GRATIDÃO AO PALMEIRAS:
— Falar em uma palavra o que significa o Palmeiras para mim é difícil, porque vivi muitas coisas no clube. Quase fui espancado pela torcida na Argentina (em 2013) e, depois, em 2014, joguei com a perna estourada, com o estádio inteiro cantando o meu nome. É isso que o Palmeiras significa na minha vida. Estive aqui embaixo e lá em cima, mas, no final das contas, é mais carinho, respeito, paixão e amor que sinto da torcida do Palmeiras por mim. Os melhores anos da minha vida no futebol eu vivi no Palmeiras. O Palmeiras fez com que eu pudesse ser conhecido internacionalmente, são poucos os jogadores chilenos que são ganhadores fora do próprio país, e sou um deles. Tudo isso o Palmeiras me deu. Vou ser sempre grato.
CONFRONTO COM FELIPE MELO:
— Quando o Felipe Melo deu aquela pancada no jogador do Cerro Porteño (foi expulso e cumpriu suspensão nos dois jogos contra o Colo-Colo), falei que queria ter a chance de enfrentá-lo. É um cara raçudo, que aceita os desafios numa boa. Teria sido um desafio bom para mim. Quando tenho em frente um cara rodada, que jogou na Europa, ganhador, de Seleção Brasileira, a motivação é diferente. Eu teria gostado de jogar contra ele naquela Libertadores, mas não foi possível”, lembrou Valdivia, que ainda falouse teria coragem de dar um chute no vácuo na frente do camisa 30.
— Vai que ele me dá uma pancada depois (risos). Não é questão de pipocar, mas, depois, teria outros jogos, e eu queria jogar os outros jogos”, respondeu.
LESÕES NO PALMEIRAS:
— Nunca escondi que algumas vezes a culpa foi minha, muita responsabilidade por ter uma lesão e não ter os cuidados que poderia. Acabei pagando e sofrendo as consequências na mídia, porque o torcedor vai na onda. Mas teve vezes em que não tive culpa nem responsabilidade. Joguei várias vezes sem condição nenhuma. Por exemplo: se a lesão precisava de quatro semanas, eu, com 20 dias, tinha que estar de volta para treinar e jogar, acelerava os processos, atropelava semanas de recuperação.
— Ninguém me defendia. Era melhor a responsabilidade ser 100% do jogador do que alguém do departamento médico ou da fisioterapia dizer ‘atropelamos o tratamento, a responsabilidade também é nossa’. Nunca tive essa defesa ou ajuda, sempre davam a entender que era culpa e irresponsabilidade minhas, que eu não me cuidava. Mas cheguei até a pagar do meu próprio bolso um fisioterapeuta para me ajudar a evitar lesões. Fiz muita coisa, mas não davam importância. E hoje não tem ninguém daquela época no departamento médico. Saíram todos. E era só eu que estava machucado? Não teve outros casos de lesões? Tiveram muitos.
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