Histórias se desencontram, mas treinador nega problemas de relacionamento
Vanderlei Luxemburgo é até hoje o único técnico brasileiro que passou pelo Real Madrid, clube com o maior número de títulos do futebol europeu e multicampeão da Liga dos Campeões.
Você conhece o canal do Torcedores no YouTube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram
Maior vitória de Luxemburgo no Real Madrid:
[DUGOUT dugout_id=”eyJrZXkiOiJxY3B1TVJ1dSIsInAiOiJ0b3JjZWRvcmVzIiwicGwiOiIifQ==”]
A passagem foi no ano de 2005 e teve início promissor, inclusive com a liderança do Campeonato Espanhol sobre o Barcelona de Ronaldinho e companhia em algum momento, mas desandou à medida que o técnico perdeu o vestiário dos galácticos, recheado de estrelas como Casillas, Zidane, Beckham, Roberto Carlos, Ronaldo e Raúl.
Entre o fim da temporada 2004/05 e o início de 2005/06, foram 44 jogos disputados e 27 vitórias para o Real Madrid de Luxemburgo, que sempre disse que seu trabalho terminou após desavenças com o presidente do clube.
Em entrevista recente, porém, o ex-lateral Roberto Carlos fez revelações sobre o clima do técnico brasileiro com as principais estrelas do vestiário merengue.
“O Vanderlei Luxemburgo ficou seis meses no Real Madrid”, iniciou o ex-jogador brasileiro, ídolo do clube espanhol.
“No segundo jogo da Liga, tínhamos o costume de chegar na concentração, deixar as malas no quarto e, antes do jantar, tomar nossa cervejinha e nosso vinho. E sempre em cima da mesa tinha o vinho, duas garrafas em cada mesa”, seguiu em entrevista ao ex-goleiro Vitor Baía.
“Eu e o Ronaldo chegamos no professor e falamos: ‘Temos uns costumes aqui e você vai ver, mas tenta não mudar. Não tira o vinho da mesa e os 20 minutos da cerveja antes do jantar porque senão vai ter problema. Aí o que ele fez? tirou primeiro a cerveja e depois as garrafas de vinho. Demorou três meses porque o mundo do futebol é pequeno, as notícias chegaram na diretoria e tchau. Era nosso ambiente de vestiário”, revelou.
Vários jogos irritaram os jogadores do Real Madrid na caminhada de Luxemburgo no clube. A eliminação para a Juventus na Liga dos Campeões foi uma das principais, já que o treinador sacou Ronaldo e Zidane da partida quando o time precisava de mais um gol para buscar a classificação para a próxima fase e acabou eliminada.
Em seu último jogo, contra o Getafe, o Real Madrid venceu por 1 a 0 com gol de Ronaldo, mas o técnico logo sacou o camisa 9 e levou sonoras vaias da torcida, o que foi fundamental para sua demissão.
“Tudo começou depois de uma divergência com o presidente, Florentino Pérez, após uma partida contra o Getafe na La Liga”, explicou o técnico ao portal The Coaches.
“Beckham foi expulso e estávamos ganhando de 1 a 0. Faltando três minutos para terminar o jogo, substituí Ronaldo para fortalecer a defesa. O público não gostou da substituição, nem Florentino, já que Ronaldo era ídolo da equipe. Pérez me chamou e perguntou: ‘Mister, por que você tirou Ronaldo do jogo?’. Respondi que ele tinha jogado o suficiente e que estávamos com um atleta a menos e que era uma decisão técnica. Então ele me respondeu: ‘Aqui não se pode fazer isso, tem que dar espetáculo. A torcida gosta de espetáculo.”
Ponto alto
O técnico chegou a ganhar a confiança da torcida do Real Madrid ao fim da temporada 2004/05, quando venceu o Barcelona que seria campeão espanhol poucas rodadas depois, por 4 a 2. O brasileiro chegou a ser aplaudido e conseguiu a manutenção no cargo naquele momento.
O treinador ainda deixou a equipe classificada para as oitavas de final da Liga dos Campeões 2005/06.
Leia mais:
Donos do Brasileirão: quem são os 6 técnicos com mais títulos na história da competição?