Home Futebol O bicampeonato: Veja o que mudou no São Paulo de 1992 para 1993

O bicampeonato: Veja o que mudou no São Paulo de 1992 para 1993

O São Paulo de 1993 era diferente do de 1992, mas tão bom quanto; confira nossa analise sobre o bicampeonato do Tricolor

Vinicius Fernandes Ribeiro
Economista e pós graduado em Auditoria. Falo sobre Futebol e Basquete. Histórico no jornalismo com matérias e entrevistas exclusivas, coberturas de eventos in loco e como setorista do São Paulo FC

O São Paulo de 1993 era diferente do de 1992, mas tão bom quanto; confira nossa analise sobre o bicampeonato do Tricolor

Fazia pouco tempo que ele havia cobrado uma falta no contrapé do goleiro do Barcelona e decidido a final do Mundial de Clubes de 1992. Nos vestiários, Raí anunciou que se despediria do São Paulo na final do Campeonato Paulista, alguns dias depois, para jogar em um clube francês.

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A história acabou não sendo assim e Raí ficou até o final da Libertadores do ano seguinte, antes de acertar com o Paris Saint Germain por U$ 2,7 milhões. A saída do capitão do time, sete vezes campeão pelo São Paulo e autor de 101 gols foi apenas a mais simbólica de uma equipe que soube se reinventar em pouco tempo. Muitas vezes falarmos do “São Paulo de 1992 e 1993” como uma coisa só, porém não é bem, assim. O técnico Telê Santana usou um time muito diferente naquela vitória por 3 a 2 sobre o Milan, que terá transmissão na íntegra nesse domingo (03), na Band.

O lateral direito Vítor, por exemplo, foi vendido para o Real Madrid que, a princípio, queria Cafu. “Tive proposta do Real Madrid, mas o Vítor foi no meu lugar como experiência”, contou o ex-jogador. “O São Paulo não queria me liberar antes do Mundial. Era para ter ido eu em vez dele. No fim, a negociação não deu certo e eu fiquei”.

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O zagueiro Adílson havia se transferido para o Guarani, e Válber passou a formar a dupla de zaga com Ronaldão, o novo capitão. Pintado foi para o Cruz Azul, do México. Dinho e Doriva tornaram-se titulares no meio-campo, reforçaram a marcação e deram liberdade para Toninho Cerezo atuar mais avançado, ao lado de Leonardo na armação para Palinha e Müller. Porém, Cerezo fez muito mais que auxiliar Leonardo. Assumiu o vácuo deixado por Raí e, aos 38 anos, foi o principal jogador em campo e fora dele.

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“O Milan era uma grande equipe, que se compactava bem, então você tinha que usar a virada de jogo”, disse Cerezo. “Se a fizesse bem, pegava sempre um lateral no mano a mano com um ponta, então não daria tempo para a defesa do Milan se recompor”. A orientação do vovô do elenco foi seguida à risca. André Luiz dominou na esquerda e achou Cafu no outro lado de campo, atrás da linha de impedimento dos italianos. O cruzamento, “meio de voleio”, encontrou Palhinha, que fez o gol.

Cerezo ainda marcou o segundo e deu o lançamento para o terceiro, aquele que Müller fez de calcanhar, meio sem querer. A inteligência e a experiência do veterano foram fundamentais para o bicampeonato mundial, mesmo sem Raí, Adílson, Vítor e Pintado. E essas ausências não fizeram do São Paulo uma equipe necessariamente pior. “Era um time tão bom quanto, mas faço uma ressalva”, disse Ronaldão. “A (equipe) de 1993 era muito mais equilibrada tecnicamente. Ganhamos Recopa, Supercopa, Libertadores e Mundial. Não se chega a esse patamar sem qualidade”.

As escalações

1992: São Paulo 2×1 Barcelona
SPFC: Zetti, Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luis; Toninho Cerezo (Dinho), Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller.
Téc: Telê Santana
FCB: Zubizarreta, Ferrer, Koeman, Guardiola e Euzébio; Bakero (Goicoechéa), Amor, Witschge e Beguiristiain (Nadal); Stoichkov e Laudrup.
Téc: Johann Cruyff

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1993: São Paulo 3×2 Milan
SPFC: Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Toninho Cerezo e Leonardo; Muller e Palhinha (Juninho).
Téc: Telê Santana
ACM: Rossi; Panucci, Costacurta, Baresi e Maldini; Albertini (Orlando), Donadoni e Desailly; Massaro, Papin e Raduciou (Tassoti).
Téc: Fábio Capello

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