Após eliminação para o River Plate, na Libertadores de 2006, Corinthians buscava Geninho para salvar temporada
Com a iminente demissão de Ademar Braga depois da eliminação para o River Plate (ARG), em abril de 2006, o Corinthians buscou uma solução querida pela torcida: Geninho, campeão paulista pelo clube, em 2003, e aposta da diretoria para salvar parceria com a MSI. De 2006 para cá, o alvinegro viveu o sentimento de quem se aventura em uma montanha russa. Teve rebaixamento, muitos títulos, desmanche e trocas de treinadores.
De antemão, deve-se ponderar que, entre os rivais, o Corinthians é o clube que menos trocou de comando entre 2006 e 2020. No período foram 15 trocas. Quatro a menos que o Santos (19), seis em relação ao Palmeiras (21) e sete de diferença para o São Paulo (22). Confira a lista dos técnicos que dirigiram o alvinegro paulista nesse período.
Geninho
Campeão Paulista pelo Corinthians sobre o São Paulo, em 2006, Geninho não deixou saudades na segunda passagem e foi demitido logo após a derrota para o Figueirense, por 3 x 1. Ele deixou o cargo com 11 derrotas em 16 jogos e o clube alvinegro ocupava a última posição do Brasilerão. Aos 71 anos, Geninho é técnico do Vitória da Bahia.
Emerson Leão
Ex-goleiro do clube do Parque São Jorge e do Palmeiras, Leão livrou o Corinthians do fantasma do rebaixamento, em 2006. Mas, cedeu às cobranças após a eliminação do Paulistão de 2007, deixando o time após 22 vitórias, 13 empates e 11 derrotas. Aos 70 anos, Leão é comentarista dos canais Esporte Interativo.
Paulo César Carpegiani
Ídolo do Flamengo como treinador, o então novo técnico ficou pouco mais de quatro meses à frente do Timão. “Carpa” deixou o clube pouco antes da queda para a Série B. O rendimento do treinador teve apenas seis vitórias em 23 partidas. Hoje ele está sem clube.
Nelsinho Baptista
O comandante ajudaria a fechar o caixão preto e branco e decretar o descenso do time para a segunda divisão. Nelsinho chegou em setembro de 2007 para livrar o time da queda. Sem sucesso, deixou o clube com duas vitórias, quadro derrotas e cinco empates. Foi primeira – e única – queda para a segunda divisão do time de origem operária. Seguido da demissão, o treinador fechou com o Sport de Recife, e foi campeão da Copa do Brasil de 2009 sobre o Corinthians. Aos 69 anos, Nelsinho comanda o Kashiw Reysol, do Japão.
Mano Menezes
Com a missão de recolocar o time na Série A do Brasileirão, Mano não só bateu a meta como também foi vice-campeão da Copa do Brasil de 2008 e campeão do mesmo torneio e do Paulistão em 2009. Mano saiu do Corinthians em 2010 para comandar a seleção brasileira, e deixou o time de Itaquera na primeira posição da competição nacional.
Mano teve, ainda, sua segunda passagem no time da zona leste de São Paulo. Cerca de quatro anos depois ele reestrearia diante da Portuguesa, com vitória de 2 x 1. A temporada, no entanto, não superou as expectativas da torcida, que acabara de ver o time campeão do mundo e detentor de uma Arena credenciada pela Fifa. O alvinegro terminou o Nacional em 4º lugar. Aos 57 anos, Mano está sem clube após ser demitido do Palmeiras, em 2019.
Adilson Batista
Como zagueiro, ganhou títulos e deixou saudades. Porém, como técnico, Adilson teve sete vitórias, quatro empates, seis derrotas, e não conseguiu repetir a idolatria. O último revés sofrido foi a gota d’água. O 4 x 3 para o Atlético Goianense, no Pacaembu, faria o treinador se demitir. Aos 52 anos, Adilson está sem clube após dirigir o América-MG.
Tite
O comandante já havia passado pelo Corinthians antes da contratação de Geninho, mas só se tornaria ídolo do clube na segunda passagem. Em 2010, a quatro rodadas do fim do Brasileirão, Tite só conseguiu classificar o time na pré-libertadores de 2011. Com elenco recheado de estrelas, tais como Ronaldo e Roberto Carlos, Tite viu o time cair de forma precoce no ano seguinte no torneio continental, mas teve sua permanência bancada pela diretoria.
No mesmo ano o Timão ainda seria vice-campeão paulista contra o Santos, na Vila Belmiro. No final de 2011, Tite fez do Corinthians campeão brasileiro pela quinta vez. Em 2012, o time conquistaria a América pela primeira vez de forma invicta e o Mundial de Clubes, derrotando o então campeão da Liga dos Campeões, o Chelsea (ING). No ano seguinte o treinador conquistou o Paulistão contra o Peixe e a Recopa Sul-Americana contra o São Paulo. No entanto, o namoro com a diretoria parecia ter terminado, bem como o contrato entre as partes.
Em 2015, Tite retornaria ao Corinthians para complementar sua idolatria e ser, novamente, campeão brasileiro. Entretanto, o desmanche do elenco alvinegro enfraqueceu o trabalho. Em seguida à eliminação da Libertadores, ele deixou o clube para dirigir a Seleção.
Cristóvão Borges
Herdeiro da vaga de Tite, Cristóvão ficou apenas três meses no Timão, acumulando sete vitórias, cinco empates e seis derrotas. Ele foi demitido após derrota de 2 x 0 para o Palmeiras, na Arena Corinthians.
Oswaldo de Oliveira
Comandante no primeiro mundial do Timão, em 2000, Oswaldo tinha moral com a torcida corintiana, mas viu ela diminuir na segunda passagem. Com duas vitórias, quatro empates e três derrotas, o treinador foi demitido pelo então presidente Roberto de Andrade. O motivo foi a pressão interna em busca de resultados. Aos 69 anos, Oswaldo de Oliveira está sem clube.
Fábio Carille
Auxiliar do Corinthians desde 2008, auxiliou todos os técnicos que passaram pelo clube durante o período e ganhou fama de herdeiro de Mano e Tite. Isso por que seu sistema de jogo se destacou – popularmente, um estilo mais “retranqueiro”. Agradou à cúpula alvinegra como interino após saída de Tite e Oswaldo. E conseguiu favoritismo para comandar a equipe, em 2017.
A aposta caseira foi sucesso. Bicampeão paulista (2017 e 2018) e campeão brasileiro (2017), Carille ganhava moral com a fiel. Mas um proposta do Al Wehda, da Arábia Saudita, fez o treinador pausar sua história no alvinegro.
Em 2019, Carille retornaria ao antigo cargo e conquistaria mais um Campeonato Paulista. repetindo feito conquistado há 80 anos – de tricampeão estadual. No entanto, o time se tornou inconsistente. Consequentemente, uma forte pressão após a goleada sofrida para o Flamengo, por 4 x 1, decretou o fim do namoro entre clube e treinador. Atualmente Carille comanda o Al-Ittihad, da Arábia Saudita.
Osmar Loss
Vencedor nas categorias de base, Loss seria encarregado de dar continuidade trabalho de Carille – após a primeira saída. No entanto, ele não foi feliz: 10 vitórias, 10 derrotas e cinco empates fizeram a diretoria do clube realocá-lo ao cargo de auxiliar técnico. Aos 44 anos, depois de treinar o Guarani, Loss voltou ao Corinthians para o cargo de coordenador técnico, onde permanece até hoje.
Jair Ventura
Outro que não deixou saudades no Estado de São Paulo. Não teve resultado positivo no Santos, mas, ainda assim, a diretoria alvinegra apostou no filho de Jairzinho. Contudo não obteve o retorno esperado. O treinador atingiu o marco de pior rendimento desde o rebaixamento de 2007, com quatro vitórias, seis empates e nove derrotas. Aos 41 anos, Ventura está sem clube no momento.
Tiago Nunes, atual técnico do Corinthians
A caótica saída de Carille e a nova moda do futebol brasileiro de jogar ofensivamente – muito por conta do legado do Flamengo de Jorge Jesus – fez o Timão apostar em Nunes. O então atual campeão da Copa do Brasil e da Sul-Americana (2018) com o Athletico chegava com status de renovação. Apesar da expectativa, o treinador ainda não surpreendeu. Possui, até a paralisação em decorrência do isolamento social, quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas à frente do time.
LEIA MAIS