Criticado por encontro com Bolsonaro, Landim diz que “o país anda doente”: “O sentimento que nos une é amor e não ódio”
Em carta, Landim se defendeu das críticas que recebeu por ter se reunido com o presidente do Brasil
Em carta, Landim se defendeu das críticas que recebeu por ter se reunido com o presidente do Brasil
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, emitiu um pronunciamento oficial no site do clube carioca. Dessa forma, o dirigente se manifestou sobre o encontro que teve com Bolsonaro, em Brasília, para debater o retorno do Campeonato Carioca. Em meio à pandemia, ele afirmou que o “país está doente”, mas não por conda do coronavírus, e sim mediante fatores que levam a uma intolerância política.
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Diante disso, o mandatário máximo do Rubro-Negro afirmou que seu papel é defender os interesses do time. Sendo assim, é necessário se relacionar com diversas autoridades, independente de quem esteja no poder. A medida busca não criar laços fora do futebol, e sim buscar o que é melhor para a equipe.
Por fim, Landim não escondeu que tem suas preferências políticas. Porém, essas questões ficam de lado em sua atuação como presidente do Flamengo, e suas visões não interferem nas tomadas de decisões.
Veja abaixo a carta na íntegra.
“Nação Rubro-Negra,
O que está escrito nessa carta é o retrato de como eu vejo o Flamengo.
Somos torcedores de todas as raças e credos, irmanados por uma única paixão.
Infelizmente, nosso país anda doente. Não falo da COVID-19, mas dessa intolerância política de parte a parte que separa até mesmo famílias e que, infelizmente, alguns pretendem implantar também no nosso Clube. O sentimento que nos une é amor e não ódio.
Entendo que meu papel como presidente do Clube é o de defender seus interesses e para isso é necessário me relacionar com autoridades.
Para mim, não importa a orientação política delas. Busco a todas no sentido de conseguir os apoios que precisamos para melhorar continuamente o nosso Flamengo.
Ao longo da minha gestão, tive inúmeros contatos com o prefeito, o governador e o presidente da república.
No Legislativo, estivemos com os presidentes da Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, sempre discutindo projetos de interesse de nosso Clube.
Só como exemplo de total isenção, na inauguração de uma das novas piscinas do Flamengo conseguimos colocar lado a lado, hasteando bandeiras, o vice-governador Claudio Castro e o líder da oposição no Congresso Nacional, Alessandro Molon. Por sinal, são dois grandes rubro-negros, como também são o presidente da Assembleia Legislativa do RJ, André Ceciliano (PT), e o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, dois outros importantes representantes do povo que estão sempre abertos a nos ouvir e ajudar.
O Flamengo é mais que um Clube, ele é uma Nação e como tal deve ser plural.
É impensável para mim, na posição de líder de uma instituição democrática como o nosso Clube, deixar de discutir problemas e interesses dela com o presidente eleito democraticamente do país.
Obviamente, o cidadão Rodolfo Landim tem suas convicções políticas pessoais, mas posso garantir que as guardo para mim e em nada deixo-as interferir na atuação do presidente do Flamengo. Este, por dever de ofício, deve se relacionar igualmente com todas as autoridades, respeitando a vontade do povo que as elegeu. É assim que funcionam as democracias.
Podem estar certos de que continuarei agindo dessa forma durante o meu mandato, sempre com o único propósito de defender o interesse do nosso Flamengo.
Abraços e saudações rubro-negras”
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