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Compra do Parque Antarctica pelo Palmeiras completou 100 anos; conheça a história

Em 1920, o então Palestra Itália adquiriu o terreno que sediaria a antiga casa e também o local de seu atual estádio

Por Victor Martins em 19/05/2020 15:35 - Atualizado há 7 meses

Reprodução/Site Oficial do Palmeiras

Em 1920, o então Palestra Itália adquiriu o terreno que sediaria a antiga casa e também o local de seu atual estádio

O Palmeiras tem em 2020 o centenário de uma comemoração histórica na vida do clube. Foi em 1920 que o Verdão, ainda chamado Palestra Itália, comprou o terreno do Parque Antarctica, local onde seriam erguidos o estádio do mesmo nome e o atual Allianz Parque.

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A história da compra do terreno mostrou a mobilização dos sócios e dirigentes do clube em torno de comprar uma casa que se tornasse um estádio próprio para o clube, algo que poucos times da época tinham à disposição, tendo de treinar e jogar em campos pertencentes a outras equipes.

Parque Antarctica na mente palmeirense desde sempre

Já desde o nascimento do Verdão, em 1914, o clube sonhava em ter um estádio próprio para seus jogos. No começo de sua trajetória, o clube treinava num campo na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Bem longe das Perdizes que sediam há um século as estruturas alviverdes. Em 1917, o Palestra Itália se tornou um dos locatários do Parque Antarctica, pertencente à Companhia Antarctica Paulista (a mesma que originou a marca hoje pertencente à AmBev), e que era usado duas vezes por semana pelo clube.

Foi justamente o terreno da zona oeste paulistana o escolhido pelos palestrinos para ser o local do tão sonhado estádio. A mudança da Antarctica Paulista para a Moóca, na zona leste, abriu espaço para que o parque ficasse mais perto de virar realidade.

“Clubes menores tem um campo, nós temos que ter uma casa. Não é qualquer terreno que nos agrada, pois a grandeza dos torcedores e da comunidade italiana não concordaria. Ter um estádio moderno é o sonho de todo palestrino”, disse Menotti Falchi, presidente do Palmeiras em 1920, ao jornal Fanfulla (da comunidade italiana) e reproduzido pelo site oficial do clube.

O caminho para a compra

Os donos do terreno colocaram o Parque à venda por 500 contos de reis, na época considerado uma fortuna. Os dirigentes palestrinos seguiram com sua intenção de comprar, mas também teriam que convencer o America paulistano, ao qual parte do estádio havia sido alugado, a ceder sua parte.

Dirigentes palmeirenses conseguiram uma reunião com Belfort Duarte, presidente do America (que era ligado ao America carioca, do qual foi ídolo e figura histórica). Depois de 17 horas de viagem até Resende (RJ), o grupo de palestrinos voltou com a aprovação de Duarte para a compra do estádio.

Em março de 1920, uma comissão aprovou a compra do terreno, aprovado em reunião posterior e com a compra confirmada em cartório em 27 de abril daquele ano, pelo preço de 500 contos de reis divididos em duas vezes (na verdade, três, pois uma das partes foi dividida em duas parcelas de 125 contos de reis).

Finalmente o Palmeiras tem estádio

Apesar da compra, houve dificuldades no pagamento. Uma das parcelas forçou que uma das partes do terreno fosse vendida para a família Matarazzo (local onde está o Bourbon Shopping). Mesmo assim, em 16 de maio, o Palestra Itália fez seu primeiro jogo na nova casa oficial, goleando o Mackenzie por 7 a 0 pelo Paulistão daquele ano de 1920.

Apenas em 1933, no entanto, o terreno do Parque Antarctica viraria um estádio ‘de verdade’, o ‘Stadium Palestra Itália’, considerado na época o mais moderno do Brasil, com arquibancadas de concreto e outras estruturas. O estádio seria inaugurado com outra goleada, 6 a 0 sobre o Bangu, pelo Torneio Rio-São Paulo.

Até 2010, o estádio, que passaria por outras reformas (como a do ‘Jardim Suspenso’, nos anos 60), foi a casa do Palmeiras. E agora o terreno sedia a atual casa alviverde, o Allianz Parque.

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(Crédito da foto: Reprodução/Site Oficial do Palmeiras)

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