Torneio nacional estava inicialmente programado para começar no dia 2 de maio
Exonerado há menos de um mês do governo federal presidido por Jair Bolsonaro, o ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta apontou a diferente evolução do coronavírus nos estados do país como fator que dificulta o começo do Brasileirão 2020.
“Entre os deslocamentos para as viagens, num campeonato como o Brasileirão, o Brasil é um continente”, iniciou Mandetta, em entrevista concedida ao programa Sportscenter, do canal ESPN. “Nós temos cidades que estão em situações muito complexas. Cidades, inclusive, que têm times na Série A”, acrescentou o ex-ministro da saúde.
“Quando você coloca todos os jogadores num mesmo ambiente, você teria que fazer um plano de biossegurança muito avançado”, prosseguiu.
“E, depois, você tem todo o círculo do futebol que também precisariam ter cuidados extremos de biossegurança, em um momento que o número de casos no Brasil está subindo. Não está nem no platô e muito menos diminuindo”, disse Mandetta.
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“Então, um Brasileirão, que é disputado em vários estados ao mesmo tempo vai exibir um grande debate entre os organizadores do evento, profissionais não só da medicina esportiva. Mas também de biossegurança, epidemiologia e sanitaristas para encontrar um ponto de equilíbrio”, declarou o ex-ministro da saúde.
“Devemos ter uma escalada de casos nos meses de maio e junho, para que, quando chegarmos em julho, a gente comece a ter uma estabilização para que, em agosto e setembro, a gente comece a ter uma redução de casos”, falou.
“E você pode ter, por exemplo, o Sul do Brasil em uma situação mais confortável que o Nordeste. Mas o Nordeste pode melhorar e o sul, que costuma ter sua sazonalidade de doenças respiratórias em junho e julho, ter o seu aumento de casos”, finalizou Mandetta.
O Brasileirão estava marcado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para começar no início 2 de maio. O futebol brasileiro, contudo, foi paralisado por tempo indeterminado pela entidade. Os Campeonatos Estaduais sequer terminaram, em virtude do covid-19.
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