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Adilson admite desejo de voltar ao Grêmio, fala sobre Thiago Neves e relembra polêmica com Danrlei: “Nada contra a pessoa”

Sem clube no momento, Adilson Batista concedeu entrevista em live à Rádio Gre-Nal neste domingo

Por Eduardo Caspary em 25/05/2020 08:00 - Atualizado há 3 anos

Foto: Montagem sobre imagens de divulgação

Sem clube no momento, Adilson Batista concedeu entrevista em live à Rádio Gre-Nal neste domingo

Capitão gremista no bicampeonato da Libertadores em 1995, Adilson Batista nem teve muito tempo para pensar quando recebeu o convite para treinar o clube. Era início de carreira, aos 36 anos, quando recebeu uma ligação a 1h da madrugada e já no outro dia se apresentou. Exatos 17 anos depois, mais maduro – e sem clube desde que foi demitido do Cruzeiro -, ele segue alimentando o desejo de voltar a treinar o Grêmio.

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Em live no Instagram da Rádio Gre-Nal neste domingo, o ex-zagueiro voltou a se declarar torcedor gremista e usou um “quem sabe” para falar de uma possível volta no futuro:

“Um dia quem sabe. Com o maior carinho. Fui bem novo, com 36 anos, na primeira vez. Fui mais pelo carinho, amor. Recebi o convite 1h da manhã e no outro dia estava lá. Fiz a estreia contra o São Caetano. Muitas noites eu não dormi pra tirar o clube daquela situação. Um dia eu gostaria de voltar”, disse, antes de enaltecer o atual trabalho de Renato Portaluppi:

“Tem que parabenizar o trabalho do Renato, dos atletas. Recentemente jogamos lá em Caxias, eu com o Ceará. Só marcamos. É um time que joga, tem passe, impõe o ritmo, propõe. Tem jogadores que fazem a individual, ótima defesa. O Grêmio, já há alguns anos, está de parabéns. Converso com muitos amigos e dizem que o time está “faceiro”, mas fico contente com isso, porque é bonito e gostoso de ver. É uma linha boa a se espelhar”, acrescentou.

Dessa vez, elogios a Thiago Neves

Em sua volta ao Cruzeiro para as três rodadas finais do Brasileirão do ano passado, Adilson não chegou a trabalhar diretamente com Thiago Neves, que já se encontrava afastado pelas polêmicas em que se envolveu com o então diretor de futebol Zezé Perrella.

O atual meia gremista foi pivô de um áudio polêmico pedindo para que Zezé e a direção colocassem parte do salário em dia às vésperas de uma partida contra o CSA – neste jogo, ele errou um pênalti na derrota de 1×0 no Mineirão. Dias depois, mesmo vetado por lesão, foi visto em um evento musical em Belo Horizonte quando o time, já com Adilson, estava no Rio de Janeiro para pegar o Vasco da Gama.

Sem citar diretamente Thiago, mas dando indireta em meio aos elogios a Edilson, o treinador falou as seguintes palavras ao Superesportes no início do ano, ainda empregado na Raposa:

“Às vezes a gente anda com má companhia, né?! A gente tira as más companhias, e aí resolve o problema dele. Uai. Já resolvemos (risos). Quer que eu fale o time que está? É um time que eu gosto”, disse, na ocasião.

Agora, o tom mudou:

“Eu não trabalhei com o Thiago no Cruzeiro. Eu cheguei para os três jogos e ele estava lesionado. Depois brigou com o Zezé e foi embora. Não posso falar nada. Conheço ele do Paraná, do Fluminense. A gente sabe da qualidade. Dinâmica, classe, inteligente, bom chute, penetração, visão. É um bom jogador”.

Antes da parada geral nos campeonatos pelo coronavírus, Thiago Neves, de 35 anos, ainda buscava o melhor ritmo jogo sem ter se tornado titular absoluto do time gremista. Ele foi um pedido especial no início de 2020 do técnico Renato Portaluppi, com quem mantém uma longa amizade.

Meia ainda busca afirmação com a camisa do tricolor – Foto: Divulgação

Adilson volta explicar polêmica com Danrlei

Com Danrlei no gol e Adilson na zaga, a torcida gremista se acostumou com grandes títulos na década de 90, em especial a Libertadores de 1995. Na década seguinte, o Capitão América foi chamado às pressas para tirar o clube da possibilidade – que se mostrava grande – de rebaixamento em 2003. E tomou uma decisão arriscada.

Tirou do time o até então intocável Danrlei na parte final do campeonato para promover o jovem Eduardo Martini. Uma matéria do ClicRBS de novembro de 2003, às vésperas de um jogo contra o Vasco, traz uma declaração forte de Adilson sobre o arqueiro ídolo: “Atleta é assim, quando sai do time sempre fica emburradinho”.

À Rádio Gre-Nal, neste domingo, o técnico garantiu que a sua escolha foi em prol do time, “nada contra a pessoa” e que tomar decisões faz parte da vida de um comandante:

“Não teve nada. Estávamos em momento difícil, com dificuldades e você não pode manter. Se tiver mal, tem que sair. Já tirei atletas por não estarem bem. Entendo que é ídolo, que tem história. Mas vi naquele momento que estava com dificuldades, estava falhando. Achei que era importante mexer. O Martini entrou e nós saímos (do rebaixamento). Fiz pro bem do coletivo e da instituição. Nada contra a pessoa, já estivemos em eventos juntos. Lá no Cruzeiro, uma hora vão ter que tirar o Fábio. E não é nada contra ele. Futebol é momento, é assim. Foi assim com o Ceni, com o Waldir Peres, faz parte. Já estou vacinado sobre esse assunto”, minimizou.

Garantido na Série A, o tricolor renovou com Adilson para 2004 – mas, já sem ele, não se salvaria da queda pelo segundo ano seguido. E Danrlei encerrou sua vitoriosa trajetória no clube no final de 2003, indo para o Fluminense e posteriormente para o Atlético-MG nos anos posteriores.

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