Técnico do Paysandu sobre pandemia: “não vamos tirar coisas positivas”
Hélio dos Anjos também afirmou que nem todas as pessoas podem obedecer o isolamento social, uma das recomendações do poder público
Profissional do futebol desde 1971 e atualmente com 62 anos, o técnico do Paysandu, Hélio dos Anjos, declarou que jamais viveu algo parecido às consequências trazidas pela pandemia do coronavírus. Isolamento social e paralisação do futebol brasileiro por tempo indeterminado são alguns dos resultados da doença que acumula quase 900.000 casos em todo o planeta, conforme dados publicados pela universidade Johns Hopkins.
“Eu nunca passei por essa situação (de isolamento social) que nós estamos passando. Nós quando eu falo é o país todo”, inicia Hélio dos Anjos. “Uma situação totalmente diferente de tudo: em pleno campeonato, fecha tudo, você fica sem uma vida normal, o dia a dia que é o trabalho. Realmente nunca tinha acontecido isso comigo”, acrescenta o técnico do Paysandu.
“Já tem 12 dias que eu estou em isolamento, junto com a minha esposa, dentro do apartamento. Não é fácil criar uma situação de se manter preso”, descreve.
“E eu, dentro da medida do possível, estou dando uma geral. Passei a assistir mais filmes, envolver com mais coisas pra passar o tempo. Pra se ter uma ideia, eu fiz uma caminhada de 40 minutos dentro do meu apartamento, usando um pouco da varanda, a área interna. Você tem que adaptar algumas situações pra superar esse momento”, declara o técnico do Paysandu.
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De acordo com Hélio dos Anjos, a pandemia traz reflexões. As lições, entretanto, são desanimadoras. “Não vamos falar que vamos tirar coisas positivas de uma situação como essa (a pandemia do coronavírus) porque estamos perdendo muita vida. O problema é muito sério”, avalia.
Isolamento e desigualdade social
Uma das recomendações do poder público, em relação ao combate à pandemia, é que as pessoas não saiam de casa. O técnico do Paysandu, entretanto, afirma que nem todos podem adotar tal medida.
“Pra mim o isolamento traz essa reflexão: de você ter uma condição boa de fazer esse isolamento, de usar os serviços que hoje se tem de fornecer alimentação, supermercado na sua casa”, diz Hélio dos Anjos.
“A reflexão é essa, saber que a maioria da população brasileira não tem essas condições. Então, o isolamento meu é tranquilo. Eu tenho que agradecer, sou um privilegiado”, finaliza o técnico do Paysandu.
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