Home Futebol Primeiro a ser tricampeão; relembre a campanha do Brasil na copa de 1970

Primeiro a ser tricampeão; relembre a campanha do Brasil na copa de 1970

Brasil se redime de 1966 e, comandado por genialidade de Pelé e craques como Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivelino & Cia., conquista o tri

Vinicius Fernandes Ribeiro
Economista e pós graduado em Auditoria. Falo sobre Futebol e Basquete. Histórico no jornalismo com matérias e entrevistas exclusivas, coberturas de eventos in loco e como setorista do São Paulo FC

Brasil se redime de 1966 e, comandado por genialidade de Pelé e craques como Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivelino & Cia., conquista o tri

Depois do monumental fiasco de 66, na Inglaterra, quando os bicampeões do Mundo acabaram eliminados na primeira fase. A Copa do México, em 1970, recuperou o prestígio e a autoestima do futebol brasileiro, com uma escalação memorável: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.

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Foi durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964, que a Fifa escolheu o México como sede da Copa de 1970, seguindo o rodízio entre continentes. A Argentina, outra candidata, teve que se contentar em ver o seu sonho adiado para 1978. O fato de a Cidade do México ser a sede dos Jogos de 1968 pesou favoravelmente – o país já teria estrutura suficiente para bancar uma Copa.

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A Seleção Brasileira de Futebol participava pela nona vez da Copa do Mundo FIFA. A então bicampeã mundial se classificou em primeiro lugar em seu grupo nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Foi sorteado no grupo 3, onde enfrentou a Inglaterra, a Romênia e a Tchecoslováquia.

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“Vamos juntos, vamos, pra frente Brasil, Brasil, salve a seleção.”

O trecho acima foi o refrão que embalou a seleção na Copa do mundo de 1970. Era uma época complicada no Brasil, com uma ditadura firme e forme. Para muitos, aquela é a melhor seleção de todos os tempos. Um time repleto de craques que faziam o futebol parecer uma arte.

A campanha


Fase de grupos

Na estreia, contra a sempre perigosa Tchecoslováquia, um susto: o artilheiro Petras faz 1 x 0 e começa dando a impressão de que o sonho do tricampeonato poderia ser frustrado. Porém, após uma bomba de Rivelino, cobrando falta, ainda no primeiro tempo, o Brasil empata o jogo, após intervalo, um inesquecível show de bola. Pelé marca, após matar a bola no peito, em pleno ar e Jairzinho, em duas arrancadas fulminantes, liquida a fatura. Brasil 4 x 1.

Veio a segunda rodada e, com ela, Brasil x Inglaterra, então campeã do mundo. Jogo duro, lá e cá. O gol da vitória só viria no segundo tempo, numa daquelas jogadas que, hoje em dia, fazem parte da antologia do esporte: Tostão acerta uma cotovelada num inglês, dribla duas vezes Bobby Moore e toca para Pelé. O Rei percebe a entrada de Jairzinho, pela direita e, num leve toque, rola a bola para o chute fulminante do ponta-direita. Brasil 1 a 0.

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O adversário seguinte foi, teoricamente, o mais fraco: a Romênia. Teoricamente, pois acabou sendo uma partida confusa. No final, vencemos por 3 a 2 – Pelé marcou duas vezes, Jairzinho, uma.

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Na fase de grupos, o Brasil foi uma das duas equipes — a outra foi a Alemanha Ocidental — a vencer todas as partidas.

Brasil 4×1 Tchecoslováquia
Brasil 1×0 Inglaterra
Brasil 3×2 Romênia

Brasil – 9 pontos
Inglaterra – 4 pontos
Romênia – 2 pontos
Tchecoslováquia – 0 pontos


Mata-mata

Nas quartas-de-final, um momento histórico: Enfrentamos e vencemos o Peru, então treinado pelo campeão mundial Didi, por 4 a 2. O Brasil chegou a abrir 2 a 0 logo de cara, a seleção peruana esboçou uma reação, porém com gols de Jairzinho, Rivellino e Tostão (2) o Brasil matou o jogo e avançou.

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Nas semifinais encontrávamos pela frente um velho fantasma: a Celeste Olímpica – os uruguaios que nos derrotaram na finalíssima da Copa de 50, em pleno Maracanã. Uma assombração que parecia se repetir, quando o Uruguai abriu o placar, aos 18 minutos do primeiro tempo. No fim Brasil venceu de virada pelo placar de 3 a 1, com gols de Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino, e afastou o fantasma. A partida foi marcada por lance famoso de Pelé, no qual ele aplica um drible de corpo no goleiro uruguaio e chuta a bola para fora.

Enfim, chegávamos a final da Copa do mundo e, iriamos enfrentar a seleção italiana, no Estádio Azteca. O vencedor conquistaria, para sempre, a belíssima Taça Jules Rimet – símbolo maior da glória no futebol. O Brasil abriu o placar com Pelé, de cabeça, mas chegou a sofrer o empate. A partir daí, um show. Gérson, fez o segundo aos 20 do segundo tempo, Jairzinho marcou o terceiro, e Carlos Alberto Torres, recebendo passe de Pelé encerrou a goleada por 4 a 1. Brasil tricampeão, com a melhor campanha de todos os tempos em Copas do Mundo (sete jogos, sete vitórias).

Zagallo tornou-se a primeira pessoa campeã de Copa tanto como jogador como quanto técnico e Pelé tornou-se o primeiro e único jogador a vencer três edições de Copa do Mundo.

Brasil 4×2 Peru
Brasil 3×1 Uruguai
Brasil 4×1 Itália

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O Craque

A terceira Copa conquistada, feito até hoje único de um jogador. Aos 29 anos, o Mundial do México foi de Pelé. O Rei do Futebol protagonizou alguns dos lances mais lindos da história do futebol. Seja nos quatro gols marcados – destaque para o de cabeça, na final contra a Itália -, seja pelos que não marcou: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a cabeçada que o goleiro inglês Gordon Banks salvou, numa das mais difíceis defesas de todos os tempos. Foram jogadas de cinema, na despedida em Mundiais do maior artista da bola.


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