Pedrinho, hoje comentarista, relembra apelido de ‘podrinho’ e chora ao falar sobre depressão: “Estava no fundo do poço”
Pedrinho, ídolo do Vasco, relembrou a passagem conturbada pelo Palmeiras entre 2001 e 2005
Pedrinho, ídolo do Vasco, relembrou a passagem conturbada pelo Palmeiras entre 2001 e 2005
O comentarista Pedrinho, do Grupo Globo, fez uma live em seu perfil no Instagram nesta terça-feira (14) e falou sobre os momentos complicados que teve ao longo de sua carreira, principalmente durante sua passagem pelo Palmeiras, no início dos anos 2000, após se destacar e virar ídolo pelo Vasco. O ex-meia relembrou os apelidos que recebeu da imprensa e da torcida por não conseguir jogar e se emocionou ao falar sobre depressão.
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“Eu jogava no Palmeiras, tinha um dos maiores salários do Palmeiras, recebia em dia. Tinha quatro anos de contrato, morava em hotel, em cobertura. Eu era chamado de rei e estava completamente no fundo do poço. A conclusão que a gente chega é que dinheiro, fama e sucesso estão bem longe de ser sinônimos de felicidades. Muito longe”, disse Pedrinho.
O comentarista admitiu que os apelidos pejorativos o machucavam, e revelou ainda que tinha inchaços no joelho exclusivamente por conta da questão psicológica. “O dedão do meu pé tinha um problema de sangue pisado. Eu já tinha o apelido de Podre, Podrinho. Se tivesse que ficar mais três semanas parado para cuidar de sangue pisado, aí mesmo que a imprensa ia acabar comigo. Peguei um dos médicos do Palmeiras que era meu amigo e falei: “Cara, você precisa me ajudar”. Ele resolveu me ajudar, mas não vou revelar o nome dele.”
“Ele pegava meu dedão do pé, anestesiava o meu dedo para eu jogar. Quando acabava o primeiro tempo, meu dedo já estava latejando, e ele infiltrava de novo. Foi assim a minha carreira inteira. Machucava. Sabe por quê? Porque eu não tinha mais o direito de ter uma dor muscular a mais que fosse”, contou o ex-jogador.
Pedrinho contou que, para evitar mais repercussão negativa, começou a esconder seus problemas musculares. “De muitas lesões que tive foi porque tive de esconder as lesões pequenas por um dia de treinamento poupado, um jogo poupado. Eu jogava em cima de dor, tinha lesão grave e ficava dois meses parado. Para algumas pessoas, somos super-heróis. Eu pensava que o cara ganha dinheiro, joga, tá tristinho? Tá com ‘depressãozinha’?”
SOBRE A DEPRESSÃO:
— Minha depressão foi gravíssima. A minha foi em estágio muito alto. Estou economizando, porque ainda tenho vergonha de contar alguns detalhes. Estou tentando ser o mais sincero. Ainda me sinto constrangido.
— Depressão mata. Depressão vai ser a doença que mais vai matar brevemente. Recebi muitas mensagens sobre crianças e adolescentes que perderam a vida por se suicidarem. A depressão é muito grave, tomou da minha cabeça. Tirou minha saúde, minha paz, tirou a minha vida. Não tinha mais vontade de viver, não tinha prazer em nada. Eu ficava completamente dopado pelos remédios, e aí Deus me salvou.
“Eu tive, no total, 5 cirurgias no joelho. Uma delas, me tirou das Olimpíadas, da Copa do Mundo e mudou minha trajetória como atleta. Se perguntarem o que eu escolheria hoje, entre lesões e depressão, eu prefiro as 5 lesões. Porque a depressão, quase tirou a minha vida!” pic.twitter.com/bT7smfu2UZ
— Emanuel Santana (@emanuelcarimbou) April 14, 2020
Concluindo, mandou um recado: “molecada, larga um pouquinho dessa maldição desses vídeo-games. A vida aqui fora é brincadeira na rua, é amizade. Sinta teu amigo, tua família, pessoas perto de você! A gente está perdendo isso, com a falta de sentimentos pelas pessoas” pic.twitter.com/N4G3dSuYIC
— Emanuel Santana (@emanuelcarimbou) April 14, 2020
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