Reds acabaram perdendo por 4 a 2 no placar agregado e se despediu da Champions; Anfield contava com mais 50 mil pessoas presentes
Antes da suspensão quase que total do futebol europeu por conta da pandemia do coronavírus, Liverpool e Atlético de Madrid protagonizaram um grande duelo em Anfield no dia 11 de março. Embora alguns jogos da competição já viessem sendo realizados com portões fechados, a partida que foi definida na prorrogação contou com um grande público. Em entrevista ao jornal “The Guardian”, o diretor da saúde da cidade inglesa, Matthew Ashton, classificou a permissão dos torcedores como um “equívoco”.
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– Não foi a decisão certa realizar a partida. Mas as pessoas não tomam decisões ruins de propósito. Talvez a seriedade da situação não estivesse sendo compreendida pelo governo naquele momento – afirmou Ashton.
Naquela oportunidade, 54 mil torcedores estiveram em Anfield. Deste quantitativo, 3 mil pertenciam à torcida visitante. O dia 11 foi justamente a data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia declarado o coronavírus como uma pandemia, devido à sua alta propagação pelo mundo.
Com o cenário ainda não alarmante, – à época eram apenas seis casos confirmados – as autoridades britânicas permitiam a realização de eventos com grandes aglomerações, recomendando apenas que pacientes com os sintomas da doença ficassem em suas respectivas residências.
– Apesar de que nunca iremos saber, o jogo contra o Atlético de Madrid pode ter sido um dos eventos culturais que influenciaram o aumento (de casos) em Liverpool. É definitivamente um evento a ser incluído na lista para aprendizado e uma futura investigação, para que as organizações possam aprender e não cometer erros parecidos – completou o diretor de saúde de Liverpool.
Derrotado na partida em questão e consequentemente eliminado da Champions, o técnico Jürgen Klopp se manifestou contra a realização do duelo. Segundo o técnico Carlo Ancelotti, atualmente no Everton, o comandante dos Reds em uma conversa que teve com ele chamou o jogo de “ato criminoso”.
Na última semana, o treinador do Liverpool concedeu uma entrevista e falou sobre a situação de aflição vivenciada naquele 11 de março.
– Eu lembro que nós já sabíamos sobre a situação com o coronavírus no mundo mas ainda estávamos “no nosso túnel”, ainda não tinha realmente entrado na nossa cabeça. Na segunda de manhã (dois dias antes do jogo contra o Atlético), eu acordei e soube da situação (do coronavírus) em Madri, que eles iriam fechar escolas e universidades a partir de quarta-feira, então foi realmente estranho se preparar para aquela partida, para ser honesto. Eu normalmente não me incomodo com as coisas ao redor, eu consigo levantar barreiras quando estou preparando um jogo, mas naquele momento foi realmente difícil – lembrou o comandante dos Reds.