Irmã de Reggie Miller conseguiu marcar mais pontos em uma partida no esporte, mas foi o irmão quem fez sucesso
Um novo documentário da HBO conta a história de Cheryl Miller, uma das melhores jogadoras do basquete americano, contudo não chegou a jogar profissionalmente. Ela se tornou uma lenda ao unir um conjunto de habilidades, talento-tanto físico quanto à devoção ao esporte
Entretanto, não foi possível vê-la ganhar um título. Isso porque se tratava de uma época que ainda não existia liga profissional do esporte, fundada somente em 1996. Para piorar, uma lesão ainda tirou a atleta das quadras. Assim, acabou conhecida como a “Irmã de Regie Miller”.
Cheryl ficou famosa por ser a única pessoa a ganhar dele no confronto um a um. Ela acabou considerada cinco vezes campeã do NBA All Star, um dos principais eventos do basquete americano. É nessa competição em que os atletas têm a chance de demonstrar habilidades individuais.
Mais sobre Cheryl no basquete
Cheryl Miller nasceu no dia 03 de Janeiro de 1968 na pequena cidade de Riverside, a 60 km de Los Angeles, no meio de uma família que exigia muito dela. O pai de Cheryl deixou a carreira de saxofonista e entrou para o exército e aplicava a todos os seus cinco filhos a disciplina militar.
Saul, um dos quatro irmãos, seguiu a mesma carreira do pai, se tornando militar. Darell se tornou um atleta de beisebol, e jogou pelas ligas profissionais. Enquanto Reggie e Cheryl se encantaram pelo basquete e já eram bem conhecidos pelas ruas de Los Angeles pelo talento que possuíam.
Dentre as pessoas que a conheciam, sempre comentavam a habilidade que a garota possuía de derrubar adversários mais altos e fortes que ela. Ela se matriculou na Escola Politécnica de Riverside. Assim pôde treinar junto aos meninos na equipe da escola do esporte.
Entretanto, mesmo conseguindo vaga no time, não foi vista com bons olhos por boa parte dos companheiros. Só que isso não a impediu que treinasse incansavelmente, se tornando a melhor jogadora das escolas dos Estados Unidos.
Cheryl dominou a competição do início ao fim, tendo pontuações nunca vistas antes: nos quatro anos em que ficou na Riverside, foram 90 partidas disputadas, e 3.096 pontos- sendo que cada temporada ela teve uma média de 34,4 pontos e chegou a 37,5 pontos na última temporada, superando a sua média-, foram 1.353 rebotes e 368 assistências.
Notícia no NY Times
Um dia histórico para Cheryl foi em 26 de Janeiro de 1982, quando ela estava no último ano do Ensino Médio. Neste dia, marcou 105 pontos, acertou 46 dos 50 arremessos que teve. Além disso, de 15 tiros livres, acertou 13. E, em dois dias o seu feito estava na página de esportes da New York Times.
Depois disso, 250 universidades americanas entraram em contato com Cheryl para que se tornasse jogadora. Quem a convenceu foi a Universidade do Sul da Califórnia. Isso aconteceu pela visita de duas das companheiras futuras, Paula e Pam McGee (uma das lendas do basquete espanhol dos anos 90). Elas fizeram a seguinte pergunta: “Você quer jogar com ou contra nós?”.
Miller x Cooper no basquete
A equipe da universidade tinha um elenco que entraria para a história do basquete universitário feminino. As irmãs McGee estavam cedendo o protagonismo que tinham para Cheryl. Contudo uma jogadora difícil de convencer foi Cynthia Cooper. Uma das estrelas do time não queria compartilhar nada e os treinamentos viravam guerras.
Mas o tempo mostrou o verdadeiro talento. Cheryl foi eleita por três anos seguidos como a melhor jogadora. Ainda ganhou três troféus Naismith, entregue à melhor jogadora de basquete da temporada. Nos quatro anos na Universidade do Sul da Califórnia, foram 3.018 pontos, 1.534 rebotes e 462 roubadas de bola em 128 partidas.
Jogos Olímpicos de Los Angeles
Em 1984, Cheryl disputou as Olimpíadas de Los Angeles. Ela conseguiu ganhar medalha de ouro ao bater a Coreia do Sul por 86-55, considerada a melhor jogadora. A principal revista de esportes, a Sports Illustrated, do ano de 1985, também reconheceu e a nomeou, com direito à capa.
Sem uma liga profissional de basquete feminino nos anos 1980, muitas jogadoras saíam dos Estados Unidos e tentavam a carreira em times da Europa. Mas, Miller decidiu esperar e encontrar a oportunidade certa. Isso aconteceu em 1985, quando conseguiu jogar na Liga Americana de Basquete Masculino. Mesmo assim, Cheryl não deixou de treinar com as suas companheiras.
O adeus ocorreu após uma grave lesão no ligamento cruzado, o que a obrigou a encerrar carreira no basquete. Entretanto, não a impediu de ser reconhecida com uma estrela no Salão da Fama do Basquete, em 1995.
Até 2019, ela foi treinadora do time universitário Cal State Los Angeles, que compete pela Liga Norte-Americana Universitária.
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