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Allan Simon: Globo também deveria mostrar corridas históricas da Fórmula 1

Transmissão de jogos antigos de futebol na Globo poderia inspirar reprises dos tempos de Senna e Piquet

Allan Simon
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalha com esportes desde 2011 e já passou por veículos como R7 (Rede Record), Abril.com, UOL Esporte e Torcedores nas funções de redator, repórter, editor e apresentador de vídeos. Experiências de coberturas em duas Copas, duas Olimpíadas, dois Pans. Atualmente, produz o Blog do Allan Simon, é colunista de Mídia Esportiva do Torcedores e colaborador do UOL.

Transmissão de jogos antigos de futebol na Globo poderia inspirar reprises dos tempos de Senna e Piquet

A Globo não conseguiu com Brasil 4 x 1 Argentina de 2005 o mesmo sucesso em audiência que teve com a reprise da final da Copa do Mundo de 2002, quando a seleção brasileira venceu a Alemanha por 2 a 0 e faturou o penta. Era compreensível, afinal, por mais que seja muito legal uma goleada sobre os argentinos, uma final de Copa das Confederações jamais terá o peso de uma decisão de Mundial.

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Mas a emissora mostrou que a nostalgia por conquistas que deixaram saudade pode ser algo rentável. Há uma outra diferença fundamental entre os títulos mostrados nos últimos dois domingos, além da importância de cada um. Copa do Mundo, vitória sobre uma gigante europeia, esse combo nunca mais foi visto. Sérvia e Croácia são as únicas seleções da Europa que vencemos nesta competição desde a conquista do penta.

Ou seja, se sequer fomos capazes de superar qualquer país que não fosse membro da antiga Iugoslávia em 18 anos, como não esperar que a torcida brasileira tivesse uma imensa saudade daquele 30 de junho de 2002? Ver o Brasil ganhar da Alemanha em um VT na íntegra foi o auge da nossa memória coletiva.

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Ganhar da Argentina, como diz o Galvão Bueno, é “muito melhor”. Eu concordo. Mas há um porém: acontece “toda hora”, considerando calendário de seleções. Depois da Copa das Confederações de 2005, voltamos a ganhar deles na decisão da Copa América de 2007 (outra surra), em jogos de eliminatórias, na Copa América disputada no Brasil em 2019. Não temos exatamente uma “saudade” disso. A freguesia anda muito fiel.

Pontuo essa diferença entre os dois jogos para chegar ao que propus no título desta coluna. A Fórmula 1 está muito mais para o sentimento que nós temos em relação à vitória contra a Alemanha no futebol. Não vemos um brasileiro ganhar uma corrida desde 2009, quando Rubens Barrichello cruzou a linha de chegada em primeiro com sua histórica Brawn GP na Itália. São quase 11 anos, que se completarão em setembro.

Lembra quando Rubinho venceu na Alemanha em 2000? Aquela corrida em que ele largou na 18ª posição, fez história ao alcançar o primeiro lugar, se recusou a trocar de pneus secos para os de pista molhada mesmo correndo debaixo de chuva, e faturou a primeira vitória de sua carreira na Fórmula 1?

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Então, ali o sentimento foi de alma lavada por finalmente ouvir o Hino Nacional Brasileiro no alto do pódio. Outra notícia: naquele dia eram pouco menos de sete anos desde a última vitória do Brasil com Senna na Austrália, no fim de 1993. Agora estamos há bem mais tempo sem vencer, com o terrível agravante de sequer haver pilotos do nosso país no grid da categoria.

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Como a Fórmula 1 não tem a menor previsão de quando poderá começar sua temporada, já que a pandemia do novo coronavírus ainda é imprevisível, a Globo poderia usar a estratégia que deu certo no futebol e beneficiar os fãs de automobilismo e os patrocinadores da atual temporada com reprises integrais de corridas históricas.

Materiais com Senna, Piquet, Barrichello e Massa não faltam nos arquivos da emissora. Grandes apresentações brasileiras poderiam resgatar o mesmo sentimento que tivemos ao ver o penta em nosso domingo de Páscoa. E quase tudo, claro, com a narração original de Galvão Bueno, como foi com os jogos clássicos da seleção.

Pense nisso, Globo. Seria uma ótima maneira de fazer o povo brasileiro reviver um pouco o amor pela Fórmula 1. E dar exposição aos patrocinadores que toparam garantir na TV aberta mais uma temporada de uma categoria que segue forte, mas tem cada vez menos a marca do nosso país.

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Allan Simon é jornalista esportivo desde 2011, tendo passado por redações como o R7, Abril.com, UOL Esporte e Torcedores. Participou das coberturas de duas Copas do Mundo, duas Olimpíadas, dois Pans, e diversos outros momentos históricos do esporte brasileiro nesta década. Criador do Prêmio Torcedores de Mídia Esportiva. Atualmente comanda o Blog do Allan Simon, é colaborador do UOL e colunista do Torcedores, tendo também um canal no YouTube com análises, histórias e estatísticas de mídia esportiva e futebol em geral.

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