Conheça os exemplos de solidariedade durante pandemia
Com a interrupção do calendário esportivo e boleiro, notícias sobre jogadores milionários que estão fazendo doações e ajudando famílias e projetos carentes tem corridos nas redes sociais. Mas será que precisa ser rico para ajudar? Será que existem outros exemplos do futebol que têm arregaçado as mangas?
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Mais do que ser alguém de prestígio e cheio da grana, o futebol é um exemplo de jogo que se joga no coletivo. Em outras palavras: unindo forças é possível ajudar ainda mais gente e não precisa ser rico para isso. O pouco de cada um, pode se somar e virar muito para quem não tem nada.
Nesse contexto de isolamento, fragilidade e exposição pública e diária de nossas piores mazelas, a desigualdade social atinge consideravelmente aqueles que não tem a opção de simplesmente se protegerem de um vírus invisível. Mais do que o perigo de adoecer e falecer por conta do coronavírus no Brasil, tem famílias já passando fome nesse primeiro mês de isolamento e restrições de circulação e trabalho.
E para além de protegera si próprio e seus entes próximos, o universo do futebol tem oferecido exemplos de pessoas e coletivos comprometidos com redes comunitárias, por vezes formadas pela própria articulação esportiva.
Esses exemplos precisam ser visibilizados e verdadeiramente, viralizados entre outras equipes de futebol, empresas, projetos e pessoas que tenham condições de ajudar o próximo.
Entre os exemplos retratados nesse texto, em comum, o futebol, unindo quem pode distribuir pequenas riquezas, orientações, ajudas e solidariedade em tempos pandêmicos tão difíceis e desafiadores.
Afinal… nunca é só futebol!
Botões Clássicos e Treino na Laje
Eu conheço o trabalho do Luciano Araújo há alguns anos. Criativo e empreendedor, vi Luciano transformar uma Kombosa colorida em uma ferramenta de ensino e promoção do jogo do futebol de botão por toda a cidade de São Paulo.
Cada botão personalizado, estilizado e colorido dava graça e ganhava adeptos ao projeto Botões Clássicos, nome do empreendimento do Luciano. Em certa altura da vida, o ex-colaborador da revista Placar comparecia com a kombi equipada com o nostálgico jogo boleiro em feiras e eventos públicos, até mais tarde conquistar um endereço próprio para reunir seus “botoneiros” (acho que acabei de inventar, mas gostei da palavra!).
Bom, chegou a pandemia no Brasil e obviamente o encontrinho de jogadores de botão ficou para mais tarde.
Com atividades suspensas em razão do distanciamento físico, Luciano, também professor de futebol, em parceria da professora de ioga Sophia Bisilliat, do maravilhoso a apaixonante projeto Treino na Laje, uniram-se a outros voluntários para arrecadarem material de limpeza e alimento para as pessoas que já atendiam.
Os coletivos já distribuíram 2450 galões de água sanitária e 1373 cestas básicas com o equivalente a 20 toneladas de comida. O trabalho ainda contou com a organização e cadastramento das famílias ajudadas.
Foram no total 9 comunidades atendidas de um público localizado na zona Sul de São Paulo, no bairro do Capão Redondo.
Com cestas no valor de 60 reais, a iniciativa continua aberta para todos e é um convite aberto para qualquer pessoas se mobilizar a ajudar também!
Complexo Esportivo Campo de Marte
No dia 03 de Abril desse ano o bairro do Parque Peruche, terra de sambistas e esportistas da zona norte de São Paulo e do Brasil, comemorou o seus 85 anos de existência. Talvez pela primeira vez, em muitas anos, não houve comemorações e nem bolo.
No entanto, para um povo articulado e agilizado, o início do mês de aniversário foi propositivo para arregaçar as mangas e usar a coletividade peruchiana para ajudar realmente a quem precisa.
A primeira medida encabeçada pelo dirigente esportivo Otacílio Ribeiro, foi a de convencer os varzeanos e varzeanas, assim como a velha guarda do samba da região, a ficarem em casa ( “velha guarda! Fiquem em casa!” diz Otacílio na convocatória).
Pois bem, para quem está acostumado a organizar um ambiente de muito esporte e lazer como o Complexo Esportivo do Campo de Marte, que tem inúmeros jogos simultâneos nos finais de semana nos 6 campos de terra e grama, não deve ser fácil dizer à todos que é necessário estar quarentenado e não mais jogando bola e tomando uma biritinha.
E com vistas ao público majoritário que frequenta o Complexo, os bambas da zona norte, há de se prevenir e cancelar os encontros peladeiros, uma vez que parte desse grupo compõe o chamado grupo de risco ( os veteranos da várzea e maiores de 60 anos)!
Além de cuidar da comunidades esportiva que frequenta os campos, o grupo decidiu organizar uma campanha em prol das comunidades carentes da zona noroeste de São Paulo. De acordo com o próprio Otacílio em entrevista ao portal R7:
“Com a vinda deste vírus, muita gente da várzea está passando por dificuldades. Muita gente humilde vive da várzea. Aqueles que vendem seus produtos nos campos de várzea, aquele que apita os jogos, os que lavam os uniformes, vendem produtos esportivos, além de muitos pais de família que jogam na várzea para manter as suas casas”
A Associação que reúne times do complexo esportivo do Campo de Marte, na zona norte de SP, fez uso de suas redes sociais e whatsapp para iniciar uma campanha de doações de alimentos para as pessoas impactadas pela pandemia. De acordo com o grupo, há, inclusive entre a comunidade composta pelos times de futebol de várzea da cidade, pessoas carentes e necessitando de ajuda.
Bora ajudar os boleiros e suas famílias pessoal!
E de brinde, Mariana Luz Ribeiro, filha do dirigente Otacílio, fez do pai modelo para ensinar alguns exercícios físicos para sugerir melhores cuidados com o corpo desses esportistas para quem não vai poder sair de casa tão cedo.
CUFA – Central Única das Favelas
A CUFA montou uma verdadeira rede de ação solidária para conseguir atingir a população mais afetada por toda a crise da pandemia. São doações e arrecadações oriundas do todo o Brasil que colaboram para a compra de cestas básicas e materiais de higiene pessoal e limpeza de famílias de favelas de estados como Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Rio Grande do Sul e etc.
Para quem não se recorda, a CUFA é a organizadora da Taça das Favelas, maior torneio de futebol de campo entre favelas do mundo! Ao todo, eles envolvem mais de 100 mil jovens competidores, entre meninos e meninas, com peneiras internas nas comunidades até a chagada do dia da grande final.
A iniciativa que tem atendido a muitas famílias e distribuição dos kits de higiene pessoal nas favelas já ganharam as redes sociais no intuito de fortalecer a campanha e conscientização da população sobre a pandemia.
As lideranças da CUFA contaram com a parceria de atacadistas como o ASSAI e o MAKRO, além de diversos voluntários que estarão unidos nessa corrente de solidariedade e muito trabalho.
AJUDE A CUFA NO PROJETO MÃES DA FAVELA!
Essa é a campanha da Cufa que trará uma renda mínima de auxílio a milhares de mães residentes de favelas em todo o Brasil!
Faça já sua doação através do site: https://cufa.org.br/noticia.php?n=MjY0
Link da nossa Vakinha Online: https://vaka.me/974540
Link de arrecadação Picpay :
https://app.picpay.com/payment…
Link de arrecadação Kickante :
https://www.kickante.com.br/campanhas/maes-da-favela
Conta CUFA – Central Única das Favelas
CNPJ:06.052.228/0001-01
Bradesco
Ag.: 0087
C/C: 5875-0
Conhece outras iniciativas boleiras e solidárias? Escreva para mim (airafbonfim@gmail.com). Vamos divulgar e visibilizar todas essas ações tão necessárias em tempos difíceis de coronavírus.
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