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Seleção brasileira feminina passa por primeiros testes em 2020 com maus resultados e fica devendo

Participação no Torneio da França sem vitórias mostra que Pia ainda terá bastante trabalho

Por Papo de Mina em 11/03/2020 17:41 - Atualizado há 5 anos

Seleção Feminina - Crédito: A2M/CBF

Participação no Torneio da França sem vitórias mostra que Pia ainda terá bastante trabalho

Por Tayna Fiori, colaboradora em São Paulo

A seleção feminina de futebol encerrou a sua participação no Torneio Internacional da França nesta terça-feira (10) sem nenhuma vitória. Foram dois empates, contra Holanda e Canadá, e derrota para as donas da casa e campeãs do torneio, as francesas.

Os primeiros jogos de 2020 mostraram que erros antigos seguem acontecendo, e que a mudança esperada pós-Copa do Mundo ainda está lenta. Há sim um crescimento, mas a não reformulação fora das quatro linhas ainda incomoda muito.

Pia Sundhage convoca sem grandes novidades, e aposta em nomes que não tem apresentado bons resultados. O Papo de Mina analisou os todas as posições e traz o que deve ser mantido e o que precisa mudar para que a seleção brasileira brigue por um bom resultado em Tóquio, principal objetivo deste ano.

As goleiras

Para este torneio, Pia Sundhage convocou três goleiras: Aline Reis, Bárbara e Natascha. As duas primeiras já são velhas de casa. Bárbara é a goleira titular e carregou muito bem o peso dessa função ao longo dos anos, mas uma renovação é vista com bons olhos, em virtude de alguns erros que vem cometendo.

Uma opção é Aline Reis. A goleira pegou três pênaltis no Torneio Uber de Futebol Feminino disputado no Pacaembu, em 2019, mas a sua baixa estatura é alvo de muitas críticas. Ela tem 1,63 m, e faz treinamento específico para pular mais alto e melhorar a defesa.

O grande destaque na França foi a estreia de Natascha, do Paris FC. Ela entrou no segundo tempo da primeira partida, contra a Holanda, substituindo Aline Reis e fez duas defesas consideradas difíceis. Com apenas 22 anos, Natascha é uma peça importante para um futuro próximo da seleção.

A defesa

Desde antes da famosa “Era Vadão” esta é uma posição que costuma causar dor de cabeça. Na Copa do Mundo foram diversos gols sofridos após falhas da zaga, e Pia buscou mudanças que melhorem a organização, mas ainda é possível enxergar problemas, inclusive nas laterais.

Para o Torneio da França, Pia trouxe novos nomes para a zaga, como Antônia, que atua no Madrid CFF, e Rafaelle, do Changchun Dazhong. Ambas têm boa visão de jogo, sabem trabalhar a bola, e devem seguir nas convocações, pensando em renovações da seleção.

Na lateral-esquerda, Jucinara foi testada, mas a titular deve ser mesmo Tamires. Pela direita, fica a preocupação após a lesão de Letícia Santos. Luana atuou bem na função de na partida contra a Holanda, e Antônia foi testada na vaga contra o Canadá, mas deixou um pouco a desejar. Resta observar quem a treinadora brasileira vai arriscar para esta posição na Olimpíada.

O meio de campo

Extremamente dependente de Formiga, o time aparenta se desestruturar inteiro sem ela em campo – não tem ligação de bola, ninguém busca nada na zaga, fica um buraco.

Andressa Alves e Andressinha foram dois destaques negativos, bastante sumidas nas partidas. Apesar de fazer boas atuações pelo Roma, parece que na seleção Andressa Alves não consegue repetir o mesmo desempenho. Já Andressinha sente a falta de ritmo de jogo, uma vez que tem ficado no banco do Corinthians.

Por outro lado, Luana foi um dos destaques, tanto como meia quanto pela lateral. A jogadora do PSG tem faro de líder – recebeu a faixa de capitã após a saída de Marta -, e conquistou a vaga por ter muitas características buscadas por Pia.

Outra combinação que funciona no meio de campo é entre Formiga e Thaisa. A jogadora do CF Tácon já é carta velha na amarelinha e faz boa dupla com a camisa 8, mas perde o ritmo sem a companheira.

O ataque

O ataque ainda é melhor setor da seleção. Marta e Cristiane conversam muito bem em campo, mesmo sem fazerem grandes exibições no Torneio. A camisa 10 está sem ritmo de jogo, uma vez que ainda não começou a disputar as partidas com o Orlando Pride, enquanto sua companheira, mesmo já atuando pelo Santos, se mostrou um pouco cansada e não rendeu tudo que pode.

Bia Zaneratto também mostrou que tem papel importante no time, posicionada como centroavante e participando da criação de todas as jogadas. A atleta do Palmeiras deu duas assistências e parece ter carimbado o passaporte para os Jogos Olímpicos.

Ludmilla é responsável por dar velocidade à partida, mas a atacante do Atlético de Madrid ainda comete muitos erros de passe e de finalização. Debinha é peça importante para o Brasil, e pode atuar como ponta e como meia, dando ritmo, agilidade e precisão ao time.

Estes nomes do ataque não devem sofrer grandes mudanças para a Olimpíada de Tóquio, mas Pia precisa reforçar os treinamentos. A seleção ainda perde muitos gols e tem falhado nas cobranças de pênalti, algo que pode fazer a diferença em partidas decisivas.

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