Santos não era alvinegro quando foi fundado. Cores foram adotadas um ano depois; entenda
As cores iniciais eram o branco, o azul e o dourado. “O preto da nobreza e o branco da paz” só foram adotados quase um ano depois da fundação
No domingo dia 14 de abril de 1912, Francisco Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior decidiram fundar o Santos Foot-Ball Club. Naquela época, a cidade do litoral paulista já era economicamente forte (principalmente na exportação de café) e o porto despontava como um dos maiores do mundo. Por conta disso, os três esportistas entendiam que precisavam de um time para representar Santos no Campeonato Paulista de Futebol, criado em 1902.
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O encontro foi realizado na sede do clube Concórdia e as cores iniciais da camisa eram branco e azul com um friso dourado. No entanto, a confecção do uniforme tinha dois agravantes: a dificuldade de se encontrar o tecido dourado e a deterioração das cores após as lavagens.
Diante disso, quase um ano depois de sua fundação, no dia 31 de março de 1913, uma nova reunião realizada no campo da rua Aguiar de Andrade decidiu que o Santos teria as cores branco e preto, “mais fáceis e práticas”.
“Preto e branco. O preto da nobreza e o branco da paz. E as camisas terão listras grossas, verticais, pretas e brancas, com calções brancos e meias pretas”, foi a sugestão do sócio Paulo Peluccio, aprovada por todos os presentes.
Na mesma reunião também foi aprovada a bandeira oficial do Santos criada por Raymundo Marques: retangular, com faixa em diagonal, da esquerda para a direita e, sobre o centro da faixa, o escudo do clube.
Quarenta e três dias depois, na terça-feira dia 13 de maio de 1913, o Peixe faria seu primeiro jogo como alvinegro. O time foi até a cidade vizinha de São Vicente e derrotou o São Vicente Athletic Club pelo placar de 5 x 0, em partida festiva de comemoração aos 25 anos da Lei Áurea, que concedeu liberdade aos escravos no Brasil.
O Santos pela primeira vez alvinegro entrou em campo com Fauvel, Geraule, Eurico, Esmeraldo, Raymundo Marques, Nilo, Machado, Arnaldo Silveira e Urbano Caldeira. Este último, um dos mais emblemáticos santistas da história, foi jogador, treinador, diretor e vice-presidente do clube, e faleceu em 1933 aos 42 anos, vítima de pneumonia. Em justa homenagem, a Vila Belmiro chama-se oficialmente estádio Urbano Caldeira.