Flamengo é o único que possui receita positiva nos jogos. Botafogo, Fluminense e Vasco têm prejuízos mesmo com a presença da torcida
O coronavírus tem impactado na vida de milhões de pessoas em todo mundo. No esporte não é diferente. Campeonatos suspensos e jogos com portões fechados são as principais medidas contra a doença. A FERJ divulgou uma nota oficial, que diz que a rodada do final de semana da Taça Rio não terá a presença do público.
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Dessa forma, clubes não poderão usar as bilheterias como forma de lucro, se isso fosse possível. Mas a pergunta que fica é: Qual impacto do fechamento dos portões?
REGULAMENTO
O Campeonato Carioca tem um regulamento que privilegia os times menores do Estado. Sendo assim, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco acabam tendo desvantagens quando se trata de bilheteria.
Isso se dá porque, se um grande é mandante e ganha o jogo, ele fica com 60% da receita líquida positiva. Em caso de empate, é dividida igualmente. Se perder, tem direito a 40%. E quando a receita é negativa, o time grande paga integralmente todo valor.
Entretanto, quando visitante, os números permanecem os mesmos, caso a renda seja positiva. Porém, se houver prejuízo e for ganhador, ele arca com 40% desse valor. Se empatar, dividem igualmente. Na derrota, o clube maior deve pagar 60% do déficit.
O problema é que as partidas do Campeonato Carioca raramente dão lucro. Visto que as despesas são muito pesadas, principalmente para o Fluminense, que manda seus jogos no Maracanã e não consegue enchê-lo.
SEM TORCIDA
Em obediência às diretrizes governamentais quanto à prevenção do contágio do Coronavírus, as partidas organizadas pela @FFERJ serão realizadas sem a presença de público no Estado do Rio de Janeiro. pic.twitter.com/wJZBzkkWOB
— FERJ (@FFERJ) March 13, 2020
PREJUÍZO
Para comparação, no último jogo do tricolor, contra o Resende, foi gasto R$ 435 mil*, aproximadamente, no dia 08 de março. Enquanto o Botafogo, na 1ª rodada da Taça Rio, contra o Boavista, o Engenhão custou R$227 mil. Já o Vasco, no último jogo em casa, pela 4ª rodada da Taça Guanabara, R$251 mil foram gastos com o São Januário.
O único que consegue obter lucro é o Flamengo. Isso se dá por jogar todos os jogos no Maracanã, até como visitante. O rubro-negro negociou com os times menores e todos passaram a jogar no Maior do Mundo. Além disso, não ter cota para TV e a boa fase do time renderam bons públicos no Carioca.
Nas 6 rodadas da Fase de Grupos da Taça Guanabara, o Flamengo obteve um lucro de R$ 234 mil, aproximadamente. Já o Vasco, teve um prejuízo do R$ 91 mil, o Fluminense de R$ 783 mil e o Botafogo de R$ 893 mil.
JOGOS COM PORTÕES FECHADOS
Sendo assim, fechar os jogos iria prejudica ainda mais os times. Isso porque a partida tem como receita exclusivamente a bilheteria. Excluindo-a, o resultado é prejuízo. Mesmo não precisando pagar algumas coisas, como o valor pela confecção de ingressos ou seguro de público. Porém, algumas despesas são obrigatórias, como a taxa do delegado, dos árbitros e as taxas referentes ao uso dos estádios.
Que haverá déficit sem a presença de público, isso é óbvio. Então vale a pena continuar o Campeonato com portões fechados? Botafogo, Fluminense e Vasco podem ou conseguirão arcar com as contas? O Carioca gerou prejuízos e continuará gerando, caso prossiga sem torcida. E para times endividados e, quando mandantes pagam para jogar, perder dinheiro é ainda mais significativo.
*Números retirados do Boletim Financeiro divulgado no site da FERJ.
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