Home Futebol Liverpool aprende (da pior maneira) que todo erro contra o Atlético de Madrid de Simeone será castigado

Liverpool aprende (da pior maneira) que todo erro contra o Atlético de Madrid de Simeone será castigado

Equipe inglesa consegue levar a partida para a prorrogação, mas sofre com os contra-ataques dos conchoneros e as falhas do goleiro Adrián; estrela de Simeone brilhou no tempo extra com a entrada de Llorente na vaga de Diego Costa e a incrível virada do Atlético de Madrid em pleno Anfield Road

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Equipe inglesa consegue levar a partida para a prorrogação, mas sofre com os contra-ataques dos conchoneros e as falhas do goleiro Adrián; estrela de Simeone brilhou no tempo extra com a entrada de Llorente na vaga de Diego Costa e a incrível virada do Atlético de Madrid em pleno Anfield Road

Você já cansou de ver este que escreve afirmar e reafirmar que o futebol é a melhor invenção da Humanidade depois do sorvete de flocos e do pão de queijo. Só que o velho e rude esporte bretão costuma nos reservar momentos impressionantes. Inacreditáveis até. O Liverpool entrou em campo nesta quarta-feira (11) precisando vencer por 1 a 0 para levar a decisão da vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA. E assim aconteceu. Mas o que também aconteceu foi o renascimento impressionante do Atlético de Madrid de Diego Simeone. E nem preciso lembrar que esse time não perdoa erros. Os Reds chegaram a marcar o segundo com Firmino, mas Llorente (duas vezes) e Morata decretaram aquela que já pode ser considerada uma das viradas mais épicas dos últimos tempos.

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O Atlético de Madrid entrou em campo com uma postura bem cautelosa diante do Liverpool muito por conta da vantagem obtida no Wanda Metropolitano na partida de ida. A ideia de Simeone (já mencionada aqui neste espaço mais de uma vez) era negar espaços na frente da sua área através da compactação das linhas do seu bem conhecido 4-4-2 e sair em velocidade para os contra-ataques. Os comandados de Jürgen Klopp (organizados no bom e velho 4-3-3 do treinador alemão) tiveram 66% de posse de bola e concluíram 11 vezes (quatro no gol) de acordo com o ótimo SofaScore. Bola na rede mesmo, só com Wijnaldum em belíssima cabeçada aos 43 minutos da primeira etapa. Até esse momento, o Liverpool simplesmente amassava o Atlético de Madrid e dava a impressão de que a classificação viria na segunda etapa.

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O segundo tempo foi praticamente uma repetição do primeiro. Sendo que o Liverpool teve ainda mais posse de bola do que no primeiro (73%) e finalizou 15 vezes. Das cinco que foram ao gol, o esloveno Oblak mostrou mais uma vez porque é um dos melhores goleiros do mundo (talvez abaixo apenas do brasileiro Alisson e do alemão Ter Stegen). Não por acaso, o camisa 13 do Atlético de Madrid seria eleito o melhor da partida após 120 minutos de partida no Anfield Road. Mas engana-se quem pensa que os comandados de Diego Simeone apenas se defenderam. João Félix já testou Ádrian aos quinze minutos da segunda etapa e Saúl Ñíguez ainda teve um gol muito bem anulado no último lance do tempo normal. E vale destacar aqui a intensidade incrível do Atlético de Madrid em cada combate e em cada disputa de bola. Impressionante.

O gol de Roberto Firmino logo aos quatro minutos do primeiro tempo da prorrogação deixaram a impressão de que o Liverpool conseguiria a classificação. Mas lembram que este que escreve falou lá em cima que nenhum erro contra o Atlético de Madrid seria perdoado? E de fato não foi. Ádrian saiu errado, a bola ficou com João Félix e Llorente chutou no canto esquerdo dois minutos depois. A classificação estava praticamente selada, mas ainda havia tempo para mais shows dos colchoneros. E nos acréscimos, o mesmo Llorente aproveitou passe de Morata (em contra-ataque de manual) ampliou no final do primeiro tempo da prorrogação. E para fechar aquela que já pode ser classificada como a virada mais épica dos últimos anos, Morata recebeu passe milimétrico de Llorente e chutou na saída de Ádrian. O milagre estava acontecendo diante dos nossos olhos.

A vitória no Alfield Road também vem coroar as atuações incríveis do goleiro Oblak (o melhor em campo), dos brasileiros Felipe e Renan Lodi e de todo o sistema defensivo do escrete comandado por Diego Simeone. Este, por sua vez, teve muita estrela nas mudanças e na sua estratégia. Mesmo quando o Liverpool amassava o Atlético de Madrid no tempo normal, o treinador argentino mostrava estar bem seguro, como se soubesse o que estava para acontecer no tempo extra. Vale destacar ainda que os Reds finalizaram incríveis 34 vezes (onze no gol) contra apenas dez dos conchoneros. Foram 74% de posse de bola por parte da equipe inglesa. Um domínio incrível das ações contra um Atlético de Madrid que uniu garra, determinação, uma intensidade absurda nas suas transições e a estrela quase inigualável de “Cholo” Simeone.

Não é exagero dizer que a equipe espanhola lembra muito o grande Rocky Balboa na saga estrelada por Sylvester Stallone. Os colchoneros conseguem sofrer uma quantidade absurda de dano sem perder o foco para aproveitar as chances cedidas pelo seu adversários. Errar contra o Atlético de Madrid é fatal.

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