Home Futebol Cenas lamentáveis, tensão ao máximo e boas ideias de Renato Gaúcho e Eduardo Coudet: os capítulos do Gre-Nal 424

Cenas lamentáveis, tensão ao máximo e boas ideias de Renato Gaúcho e Eduardo Coudet: os capítulos do Gre-Nal 424

Por Luiz Ferreira em 13/03/2020 02:33 - Atualizado há 1 ano

Ricardo Duarte / SC Internacional

Ricardo Duarte / SC Internacional

Primeiro clássico entre Grêmio e Internacional da história da Libertadores terminou sem gols em Porto Alegre; apesar da pancadaria nos minutos finais, tricolores e colorados protagonizaram jogo recheado de bons lances

O primeiro Gre-Nal da história da Copa Libertadores da América ficou marcado por uma série de fatores que transformam esse clássico no mais disputado do Brasil e talvez do mundo. Falo com tranquilidade. Futebol ofensivo, boas ideias dos técnicos Renato Gaúcho e Eduardo Coudet, muita intensidade, chances e mais chances de gol e nervos à flor da pele. Tão à flor da pele que o Gre-Nal 424 também será lembrado pelos oito cartões vermelhos mostrados pelo árbitro argentino Fernando Rapalini após a confusão generalizada que manchou o clássico nos minutos finais da partida. Enquanto os jogadores se concentraram apenas em jogar futebol (e pudemos ver como Renato Gaúcho e Eduardo Coudet pensam suas equipes), podemos dizer que tivemos uma partida à altura do clássico mais disputado do país. É uma pena que as coisas tenham saído (muito) do controle nos minutos finais.

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Tirando uma cabeçada de Pedro Geromel (bem defendida por Marcelo Lomba), um belo chute de Edenílson (igualmente bem interceptado por Vanderlei) e uma chance incrível desperdiçada por Boschilia aos 32 minutos, a primeira etapa não contou com grandes chances de gol. O Grêmio tentava controlar o jogo no meio-campo a partir do 4-3-3 de Renato Gaúcho e da trinca de volantes formada por Maicon, Lucas Silva e Matheus Henrique. Essa formação do Tricolor Gaúcho também fazia com que os pontas Everton Cebolina e Alisson (depois Pepê) buscassem mais o meio e abrissem o corredor para as subidas de Victor Ferraz e Caio Henrique por fora e também por dentro. A partir da entrada de Jean Pyerre no lugar de Maicon (que saiu de campo sentindo lesão muscular), o time do Grêmio melhorou e ficou mais vertical e contou com um passe que poderia quebrar as linhas bem postadas do Internacional. Em tempo: o camisa 21 não pode ser reserva nesse time.

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Renato Gaúcho apostou no controle do jogo no meio-campo a partir do seu 4-3-3. Os volantes se aproximavam, os laterais avançavam e os pontas davam amplitude. Vale destacar que a entrada de Jean Pyerre (jogador com a bola na foto) deu mais mobilidade ao time do Grêmio. Foto: Reprodução / globoesporte.com

Mas o Internacional também tinha as suas armas. O argentino Eduardo Coudet organizou sua equipe no seu 4-1-3-2 costumeiro com muita intensidade na marcação e alta velocidade nas transições para o ataque. E se o primeiro tempo foi marcado por poucas chances de gol, a segunda etapa mostrou um Inter mais corajoso com Edenílson e Boschilia acertando a trave de Vanderlei. E vale destacar aqui a grande atuação do camisa 8 (o melhor em campo pelo escrete colorado na humilde opinião deste que escreve). Não é exagero dizer que Eduardo Coudet encontrou a posição de Edenílson dentro do seu esquema tático. Com Musto à frente da zaga, Marcos Guilherme e Boschilia se movimentando pelos lados e buscando Guerrero e Thiago Galhardo (depois D’Alessandro), coube a Edenílson controlar o jogo, buscar espaços vazios e participar ativamente da criação das jogadas, tarefas que vem cumprindo com muita eficiência no Internacional.

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Edenílson (no círculo) se transformou na peça chave do esquema tático de Eduardo Coudet. Jogando por dentro no 4-1-3-2 costumeiro do treinador argentino, o camisa 8 tem liberdade para se movimentar por todo o campo e abrir espaços para as chegadas dos companheiros de equipe ao ataque. Foto: Reprodução / globoesporte.com

A lamentar somente a confusão generalizada que tomou conta do gramado da Arena do Grêmio após dividida entre Pepê e Moisés na lateral do campo. Foram 10 minutos de jogo parado com trocas de socos e empurrões num verdadeiro circo criado diante das mais de 53 mil pessoas presentes no estádio. Foram oito expulsões ao todo e muitas acusações de ambas as partes. E isso numa partida que tinha tudo para ser uma das mais fantásticas da história do clássico. O Gre-Nal 424 teve bom futebol, bons duelos táticos de Renato Gaúcho e Eduardo Coudet e muita luta no meio-campo. Mas acabou manchado por conta dos fatos já amplamente relatados. Este que escreve prefere ficar com a imagem das oportunidades de gol criadas, pela movimentação das duas equipes e pela ótima atuação dos goleiros Marcelo Lomba e Vanderlei. É simplesmente uma pena que o clássico tenha terminado dessa maneira. Ainda mais quando não fazemos ideia de quando teremos o retorno dos jogos da Libertadores da América por causa do surto de coronavírus.

Renato Gaúcho e Eduardo Coudet mostraram que Grêmio e Internacional podem chegar muito longe nessa temporada pelas ideias apresentadas na partida desta quinta-feira (12). Bom futebol, ideias claras de jogo e estratégias bem assimiladas por parte das duas equipes. Apesar da pancadaria no final, a partida foi boa.

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